RE: ARLA/CLUSTER: Uma surpreendente antena "revolucinária" de 16 cm, com um rendimento notável em HF

Miguel Andrade (CT1ETL) ct1etl gmail.com
Domingo, 6 de Janeiro de 2019 - 12:33:46 WET


Faço minhas as tuas palavras Luis.
Com uma antena de fio longo, mas colocada de forma pouco ortodoxa, incluindo
com vários cotovelos apertados na ordem dos 45º e na generalidade do seu
comprimento apenas a 2 metros do solo (o pequeno quintal assim o obriga),
tive a oportunidade de ser surpreendido, na semana passada, até na faixa dos
160 metros.
Enfim, não consegui os contactos que alguns colegas que devem estar a ler
estas linhas conseguiram... mas voltei a ler um indicativo do Japão no meu
ecrã, para além dos vários da América do Norte.
Pelo menos tenho conseguido contactar com todos os colegas nacionais
(continente e ilhas) que nos 160 metros têm paciência para me conceder o
QSO, para além de vários contactos a mais de 3.000 quilómetros... com uns
escassos 10 watts "de pico" :)  
Diga-se em abono da verdade que tanto a faixa dos 160 metros como a dos 80
metros estão "ensurdecidas" pelo ruído, em particular o gerado pelo próprio
computador com 9 anos de idade (já fiz o teste com um portátil e esse está
"limpo").
Da última vez que tentei ligar "o Dinossáurio" não arrancou, pelo que deverá
ser um sinal do universo para mudar definitivamente de máquina, lá no QTH
rural.


Um abraço e...  

73 de Miguel Andrade ( CT1ETL )
IM58js - 38º44'57" N/009º11'26" W
CQ Zone 14 ********* ITU Zone 37
endereço em/adress in www.qrz.com/db/CT1ETL
  
________________________________________
De: Luís Garcia Filipe [mailto:afterhours36  gmail.com] 
Enviada: domingo, 23 de Dezembro de 2018 16:51
Para: Miguel Andrade; Resumo Noticioso ARLA/CLUSTER
Assunto: Re: ARLA/CLUSTER: Uma surpreendente antena "revolucinária" de 16
cm, com um rendimento notável em HF

 Boas. 

Relato  impressionante,  que  deveras  prova  o  rendimento  dos  digitais
de  texto.   Não  confundir  estes  digitais com  outros de  fonia que
agora  estão  bem  difundidos,  cujo  codec  ainda  tem  muito para 
melhorar.  Ou  não,  mas   o  futuro poderá  trazer outros  melhores. 

Andaste a fazer  digitais praticamente  com  uma  " carga fictícia"  :) :) 

E esses  kms  todos  com a propagação como  anda!! 

Se o potencial destes modos modulados por software no PC  tivessem uma 
forma de hardware por  vezes mais  fácil de  utilizar facilmente a maior
dos  colegas iria perceber o potêncial e o  pequeno  milagre que são / dão. 

RELATO  sem  dúvidas para  reflectir. 

Aventurem-se em outras  formas de modular diferentes das que praticam. 

Os  dividendos são sempre sem  dúvida uma  dávida autêntica. 

Boas  festas 

73 CT7AEL 





Na(o) dom, 23/12/2018, 15:14, Miguel Andrade (CT1ETL) <ct1etl  gmail.com>
escreveu:
Caros colegas,

O que vou descrever em seguida são factos verídicos.
Após 7 meses sem qualquer equipamento de HF instalado na minha estação fixa
principal, em Lisboa, aproveitei as poupanças feitas ao longo do último ano
para, finalmente, adquirir um almejado equipamento novo, o qual é muito
gabado pelas suas prestações.
Assim que o montei, passei uma semana a tentar aferir essas enaltecidas
prestações em recepção, pois antes experimentar qualquer emissor novo (e que
custou muito a poupar) costumo explorar bem o manual e proceder às
configurações necessárias e personalizadas, antes de me aventurar a
emitir... até porque nos próximos (sabe-se lá quantos) anos não terei
capacidade financeira para adquirir outro equipamento de HF (pelo menos em
primeira mão).
Sempre reconheci que a minha "antena de compromisso" (e muito própria de
cidadão urbano "enlatado" num prédio de apartamentos) é realmente apenas
isso mesmo, de compromisso.
Ainda assim, fiquei decepcionado com o péssimo rendimento do novo
equipamento e estava muito desapontado.
Na passada sexta-feira antes de ir para a cama e terminadas todas as
configurações, assim como a exploração intensiva dos menus ou funções, pude
enfim usufruir (finalmente) de um par de horas livres, pelo que resolvi
testá-lo em emissão também.
Na ausência de voluntários para operar em telefonia, após uns telefonemas
feitos durante toda a semana, pois não queria arriscar passar alguma
vergonha com colegas estrangeiros ou menos próximos, dediquei-me aos testes
em modos digitais, até porque a hora já ia avançada e a localização da
estação é proibitiva para estar a vozear ao microfone, em particular a
partir do momento em que os meus familiares se deitam para o merecido
repouso.
Os resultados obtidos só vieram confirmar as péssimas prestações do novo
equipamento.
Em boa hora optei pelo teste em digitais, não só pelas potências de emissão
se situarem na ordem de grandezas compreendidas entre 5 Watts e 25 Watts,
mas porque o comportamento da estação foi francamente mau.
Para além de faixas de frequência habitualmente movimentadas em FT8, ainda
há escassos 6 meses atrás, mas agora totalmente vazias, lá consegui o meu
primeiro contacto com o novo equipamento em 40 metros, com uma estação com o
sinal mais forte que me apareceu na cascata, a DA200FWR, com uns "normais" 2
dB tendo em conta a distância, a hora, a fase do ciclo solar, etc.
Para além do inexplicável vazio de algumas bandas, recebi de volta um
miserável retorno de -17 dB, fraco, muito fraco para um contacto com a
Alemanha naquela frequência e na restante conjuntura.
Este episódio tirou-me ainda uma boa meia hora de sono quando me fui deitar
em seguida, pois não era nada normal. Tenho sempre o cuidado de verificar os
parâmetros em emissão e aparentemente, para além de uma invulgar oscilação
da ROE em emissão, estava tudo "normal". 
No dia seguinte (ontem), a minha primeira preocupação foi vir à rua e cá de
baixo verificar se a antena não teria caído entretanto.
Afinal, visto do R/C e a uns 150 metros do prédio (para poder compensar a
altura do telhado), estava tudo bem. 
A seguir a umas compras de Natal, voltei a casa, ansioso por novo teste.
Desta vez escolhi outra modalidade de emissão igualmente robusta, o BPSK,
através do programa SIM_PSK e do seu modo SIM-31 (Structured Integrated
Message BPSK 31 bauds).
Além de um péssima recepção, nada condizente com a actividade que o sítio
"PSK Reporter" mostrava, a sintonia da nova frequência foi demorada e a
sintonia não se fixava, isto porque a minha "antena dos pobres" é "atacada"
por um sintonizador automático exterior, logo na ligação à antena, fazendo a
ponte entre o elemento irradiante propriamente dito e a linha de
transmissão.
O primeiro e único contacto, no modo SIM-31 (em semi-automático), foi uma
bem-vinda chamada por parte da estação SP3AMZ, a 2472 quilómetros de
distância, nos 20 metros. O sinal recebido foi de 0 dB, fraco, muito fraco
para uma estação a emitir com 50 watts, vindo de lá o relatório de -15 dB,
que era impensável apenas 6 meses volvidos.
Outra vez?!? Isto não é normal, pensei.
Só podia estar a acontecer alguma coisa de errado com a antena e não com o
rádio.
Foi de imediato ao terraço do edifício para fazer uma vistoria completa ao
sistema irradiante, assim como à linha de transmissão.
Quando me aproximei do sintonizador é que descobri a causa do fraco
rendimento do novo equipamento.
A antena mantinha-se no seu lugar, efectivamente, mas o último temporal (ou
alguém munido de um alicate) quebrou o fio a cerca de um palmo (16,2 cm) da
saída do sintonizador.
Foi uma sorte não ter queimado o sintonizador com as várias tentativas de
contacto que começaram com 5 Watts e terminaram com 20 Watts, para além dos
vários testes de sintonia em todas as bandas na manhã de ontem, o que além
de demorado não deu frutos em 3 delas (a dos 10 m, a dos 15 m e a dos 30 m),
sendo que todas as restantes sintonizavam, umas sofrivelmente (+/- 1:1.6)
outras nem por isso (+/- 1:1.9).
Posso agora testemunhar que o equipamento tem mesmo boa recepção, pois com
um palmo de fio recebi, em FT8, estações de Espanha em 160 metros.
É caso para dizer que ganhei "El Gordo", mesmo sem jogar na lotaria do país
vizinho e que abençoados (e assombrosos) modos digitais.
Após 2 horas de actividade esta manhã, já recuperei a minha confiança na
estação e no equipamento em particular.
Para além de outras boas notícias, aquilo que consegui descodificar ontem em
FT8 nos 160 metros, após a reparação da antena, foi muito... "paranormal"
(desculpem-me a brincadeira). Não sei se por efeito da propagação ou da
realmente excelente prestação do equipamento novo (ou de ambos), já recebi,
graças ao FT8 e pela primeira vez na vida, 2 estações do Japão em 160
metros... com a minha modesta "antena de compromisso"
Boas Festas para todos e para os vossos.
Que 2019 nos traga muitas alegrias no radioamadorismo (individuais e
colectivas), muita saúde, paz e boa propagação.


Um abraço e...

73 de Miguel Andrade ( CT1ETL )
IM58js - 38º44'57" N/009º11'26" W
CQ Zone 14 ********* ITU Zone 37
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