ARLA/CLUSTER: InSight pousa com sucesso em Marte!

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Segunda-Feira, 26 de Novembro de 2018 - 22:39:07 WET


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Primeira imagem enviada pela InSight após o pouso em Marte, ainda com a
capa protetora sobre a lente da câmera. (Crédito: Nasa)
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Salvador Nogueira

A sonda InSight, da Nasa, realizou seu pouso em Marte de forma bem-sucedida
nesta segunda-feira (26). A espaçonave fez a entrada pela atmosfera e
desceu na região planejada, em Elysium Planitia, próximo ao equador do
planeta vermelho. O sinal que confirmou o pouso bem-sucedido chegou ao
controle da missão, em Pasadena, na Califórnia, às 17h52min59s (de
Brasília).

Poucos minutos depois, surgiu a primeira foto, feita ainda com a tampa
protetora da lente da câmera, bastante suja pela poeira levantada durante o
pouso. Ela já revela as nuances do local de pouso e, como planejado, o
módulo desceu numa região bastante plana, ideal para os experimentos (e
mais segura para a descida).

Daí se seguiu, automaticamente, o início das operações em solo, que envolve
em primeiro lugar a abertura dos painéis solares, sem os quais se torna
impossível recarregar a bateria da sonda. Uma vez isso feito, ao longo de
algumas horas, a InSight iniciará um registro fotográfico detalhado de seus
arredores e aí cientistas e engenheiros trabalharão juntos para decidir
onde, no solo, instalar o sismômetro e a perfuratriz embarcados na sonda —
um processo que levará seis meses ao todo.

O custo total do projeto é de US$ 829 milhões e, se tudo correr bem, a
InSight deve operar por pelo menos dois anos na superfície de Marte.

Este é o quinto pouso seguido bem-sucedido da Nasa no planeta vermelho. A
última falha foi em 1999, com a Mars Polar Lander. Desde então, desceram à
superfície os jipes Spirit e Opportunity (2004), a sonda Phoenix (2008) e o
jipe Curiosity (2012). A agência espacial americana segue sendo a única
organização até hoje a promover missões de solo bem-sucedidas por lá. E,
com o sucesso, agora finalmente temos um empate entre missões de pouso
marcianas bem-sucedidas e fracassadas: de 16 tentativas, 8 deram certo.
O gerente de projeto da InSight, Tom Hoffman, aponta para rocha visível na
primeira imagem produzida pela sonda no solo de Marte. (Crédito: AP/Al
Seib/Los Angeles Times)

“Hoje, pousamos com sucesso em Marte pela oitava vez na história humanaâ€,
declarou Jim Bridenstine, administrador da Nasa. “A InSight estudará o
interior de Marte e irá nos trazer ciência valiosa conforme nos preparamos
para mandar astronautas para a Lua e depois para Marte. Esta realização
representa a engenhosidade dos EUA e de nossos parceiros internacionais, e
serve como um testamento da dedicação e perseverança de nossa equipe. O
melhor para a Nasa ainda está por vir, e virá em breve.â€

Também viajaram com a InSight duas miniespaçonaves, chamadas de MarCO-A e
B. Eles são o que os engenheiros chamam de cubesats, satélites do tamanho
de caixas de sapato desenvolvidos a um baixo custo, mas com ambições cada
vez maiores. A função dos dois MarCOs foi acompanhar o pouso da InSight e
eles conseguiram, retransmitindo os dados colhidos para a Terra. Eles agora
seguirão em órbita ao redor do Sol, se afastando de Marte, tendo cumprido a
importante tarefa de validar o uso dessas tecnologias miniaturizadas em
missões interplanetárias. (A missão privada brasileira Garatéa-L, que voará
para a Lua em 2022, também será um cubesat, do mesmo tamanho das MarCOs.)

O pouso da InSight também foi acompanhado diretamente pelas antenas da Deep
Space Network, da Nasa, além das orbitadoras Mars Odyssey e Mars
Reconnaissance Orbiter, nos arredores de Marte. O MRO, por sinal, clicou
uma foto durante a descida. Se o apontamento foi preciso, ele deve ter
registrado a cápsula da InSight com o paraquedas aberto, a caminho do chão.

A missão consiste em um módulo de pouso estacionário que colocará diversos
instrumentos na superfície de Marte. Um sismômetro medirá “martemotos†—
terremotos marcianos — e com isso será capaz de investigar a estrutura
interna do planeta vermelho.

Uma perfuratriz fará uma penetração a até 5 metros de profundidade para
medir quanto calor ainda flui do interior de Marte para a superfície.
Câmeras ajudarão a medir oscilações no eixo de rotação marciano ao longo de
sua órbita em torno do Sol.

Por fim, uma estação meteorológica medirá ventos e temperatura na atmosfera
marciana no local de pouso.

O objetivo é usar os terremotos como sinais para a realização de uma
“radiografia†do planeta, o que permitirá descobrir o que há em
seu interior. São dados fundamentais para entender porque o planeta
vermelho teve um destino bem diferente da Terra, embora tenha começado
muito parecido, e também a estimar a quantidade de calor ainda existente em
seu interior, que pode ou não ser capaz de manter ambientes habitáveis para
microrganismos no subsolo.
-------------- próxima parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
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