Re: ARLA/CLUSTER: Uma surpreendente antena "revolucinária" de 16 cm, com um rendimento notável em HF

Luís Garcia Filipe afterhours36 gmail.com
Domingo, 23 de Dezembro de 2018 - 16:50:53 WET


 Boas.

Relato  impressionante,  que  deveras  prova  o  rendimento  dos  digitais
de  texto.   Não  confundir  estes  digitais com  outros de  fonia que
agora  estão  bem  difundidos,  cujo  codec  ainda  tem  muito para
melhorar.  Ou  não,  mas   o  futuro poderá  trazer outros  melhores.

Andaste a fazer  digitais praticamente  com  uma  " carga fictícia"  :) :)

E esses  kms  todos  com a propagação como  anda!!

Se o potencial destes modos modulados por software no PC  tivessem uma
forma de hardware por  vezes mais  fácil de  utilizar facilmente a maior
dos  colegas iria perceber o potêncial e o  pequeno  milagre que são / dão.

RELATO  sem  dúvidas para  reflectir.

Aventurem-se em outras  formas de modular diferentes das que praticam.

Os  dividendos são sempre sem  dúvida uma  dávida autêntica.

Boas  festas

73 CT7AEL





Na(o) dom, 23/12/2018, 15:14, Miguel Andrade (CT1ETL) <ct1etl  gmail.com>
escreveu:

> Caros colegas,
>
> O que vou descrever em seguida são factos verídicos.
> Após 7 meses sem qualquer equipamento de HF instalado na minha estação fixa
> principal, em Lisboa, aproveitei as poupanças feitas ao longo do último ano
> para, finalmente, adquirir um almejado equipamento novo, o qual é muito
> gabado pelas suas prestações.
> Assim que o montei, passei uma semana a tentar aferir essas enaltecidas
> prestações em recepção, pois antes experimentar qualquer emissor novo (e
> que
> custou muito a poupar) costumo explorar bem o manual e proceder às
> configurações necessárias e personalizadas, antes de me aventurar a
> emitir... até porque nos próximos (sabe-se lá quantos) anos não terei
> capacidade financeira para adquirir outro equipamento de HF (pelo menos em
> primeira mão).
> Sempre reconheci que a minha "antena de compromisso" (e muito própria de
> cidadão urbano "enlatado" num prédio de apartamentos) é realmente apenas
> isso mesmo, de compromisso.
> Ainda assim, fiquei decepcionado com o péssimo rendimento do novo
> equipamento e estava muito desapontado.
> Na passada sexta-feira antes de ir para a cama e terminadas todas as
> configurações, assim como a exploração intensiva dos menus ou funções, pude
> enfim usufruir (finalmente) de um par de horas livres, pelo que resolvi
> testá-lo em emissão também.
> Na ausência de voluntários para operar em telefonia, após uns telefonemas
> feitos durante toda a semana, pois não queria arriscar passar alguma
> vergonha com colegas estrangeiros ou menos próximos, dediquei-me aos testes
> em modos digitais, até porque a hora já ia avançada e a localização da
> estação é proibitiva para estar a vozear ao microfone, em particular a
> partir do momento em que os meus familiares se deitam para o merecido
> repouso.
> Os resultados obtidos só vieram confirmar as péssimas prestações do novo
> equipamento.
> Em boa hora optei pelo teste em digitais, não só pelas potências de emissão
> se situarem na ordem de grandezas compreendidas entre 5 Watts e 25 Watts,
> mas porque o comportamento da estação foi francamente mau.
> Para além de faixas de frequência habitualmente movimentadas em FT8, ainda
> há escassos 6 meses atrás, mas agora totalmente vazias, lá consegui o meu
> primeiro contacto com o novo equipamento em 40 metros, com uma estação com
> o
> sinal mais forte que me apareceu na cascata, a DA200FWR, com uns "normais"
> 2
> dB tendo em conta a distância, a hora, a fase do ciclo solar, etc.
> Para além do inexplicável vazio de algumas bandas, recebi de volta um
> miserável retorno de -17 dB, fraco, muito fraco para um contacto com a
> Alemanha naquela frequência e na restante conjuntura.
> Este episódio tirou-me ainda uma boa meia hora de sono quando me fui deitar
> em seguida, pois não era nada normal. Tenho sempre o cuidado de verificar
> os
> parâmetros em emissão e aparentemente, para além de uma invulgar oscilação
> da ROE em emissão, estava tudo "normal".
> No dia seguinte (ontem), a minha primeira preocupação foi vir à rua e cá de
> baixo verificar se a antena não teria caído entretanto.
> Afinal, visto do R/C e a uns 150 metros do prédio (para poder compensar a
> altura do telhado), estava tudo bem.
> A seguir a umas compras de Natal, voltei a casa, ansioso por novo teste.
> Desta vez escolhi outra modalidade de emissão igualmente robusta, o BPSK,
> através do programa SIM_PSK e do seu modo SIM-31 (Structured Integrated
> Message BPSK 31 bauds).
> Além de um péssima recepção, nada condizente com a actividade que o sítio
> "PSK Reporter" mostrava, a sintonia da nova frequência foi demorada e a
> sintonia não se fixava, isto porque a minha "antena dos pobres" é "atacada"
> por um sintonizador automático exterior, logo na ligação à antena, fazendo
> a
> ponte entre o elemento irradiante propriamente dito e a linha de
> transmissão.
> O primeiro e único contacto, no modo SIM-31 (em semi-automático), foi uma
> bem-vinda chamada por parte da estação SP3AMZ, a 2472 quilómetros de
> distância, nos 20 metros. O sinal recebido foi de 0 dB, fraco, muito fraco
> para uma estação a emitir com 50 watts, vindo de lá o relatório de -15 dB,
> que era impensável apenas 6 meses volvidos.
> Outra vez?!? Isto não é normal, pensei.
> Só podia estar a acontecer alguma coisa de errado com a antena e não com o
> rádio.
> Foi de imediato ao terraço do edifício para fazer uma vistoria completa ao
> sistema irradiante, assim como à linha de transmissão.
> Quando me aproximei do sintonizador é que descobri a causa do fraco
> rendimento do novo equipamento.
> A antena mantinha-se no seu lugar, efectivamente, mas o último temporal (ou
> alguém munido de um alicate) quebrou o fio a cerca de um palmo (16,2 cm) da
> saída do sintonizador.
> Foi uma sorte não ter queimado o sintonizador com as várias tentativas de
> contacto que começaram com 5 Watts e terminaram com 20 Watts, para além dos
> vários testes de sintonia em todas as bandas na manhã de ontem, o que além
> de demorado não deu frutos em 3 delas (a dos 10 m, a dos 15 m e a dos 30
> m),
> sendo que todas as restantes sintonizavam, umas sofrivelmente (+/- 1:1.6)
> outras nem por isso (+/- 1:1.9).
> Posso agora testemunhar que o equipamento tem mesmo boa recepção, pois com
> um palmo de fio recebi, em FT8, estações de Espanha em 160 metros.
> É caso para dizer que ganhei "El Gordo", mesmo sem jogar na lotaria do país
> vizinho e que abençoados (e assombrosos) modos digitais.
> Após 2 horas de actividade esta manhã, já recuperei a minha confiança na
> estação e no equipamento em particular.
> Para além de outras boas notícias, aquilo que consegui descodificar ontem
> em
> FT8 nos 160 metros, após a reparação da antena, foi muito... "paranormal"
> (desculpem-me a brincadeira). Não sei se por efeito da propagação ou da
> realmente excelente prestação do equipamento novo (ou de ambos), já recebi,
> graças ao FT8 e pela primeira vez na vida, 2 estações do Japão em 160
> metros... com a minha modesta "antena de compromisso"
> Boas Festas para todos e para os vossos.
> Que 2019 nos traga muitas alegrias no radioamadorismo (individuais e
> colectivas), muita saúde, paz e boa propagação.
>
>
> Um abraço e...
>
> 73 de Miguel Andrade ( CT1ETL )
> IM58js - 38º44'57" N/009º11'26" W
> CQ Zone 14 ********* ITU Zone 37
> endereço em/adress in www.qrz.com/db/CT1ETL
>
>
>
> ______________________________________________________________
> Esta mensagem é da exclusiva responsabilidade
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> da  ARLA - Associação de Radioamadores do Litoral Alentejano
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