ARLA/CLUSTER: Cientistas continuam perplexos com misteriosos “sinais de rádio extraterrestres”

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Quinta-Feira, 28 de Setembro de 2017 - 18:17:41 WEST


 As misteriosas rajadas rápidas de rádio, potenciais “sinais
extraterrestres”, não são acompanhadas por fluxos de neutrino, o que
as torna ainda mais enigmáticas, de acordo com os astrónomos.

Num artigo publicado no Astrophysical Journal, Justin Vandenbroucke da
Universidade de Wisconsin-Madison (EUA) afirmou que “neutrinos e
rajadas rápidas de rádio são os dois enigmas mais interessantes do
Universo neste momento. Acreditamos que possam estar ligados entre si.
No entanto, tal ligação não existe, o que indica que buracos negros e
erupções de raios gama não sejam as fontes desses sinais de rádio”.

Pela primeira vez, astrónomos começaram a estudar misteriosas rajadas
rápidas de rádio (fast radio-burst, FRB, em inglês), quando as últimas
foram descobertas por acaso durante observações através do telescópio
Parkes (Austrália).

Nos anos que se seguiram, os cientistas conseguiram encontrar traços
de mais nove erupções semelhantes, cujo estudo mostrou que podem ser
de origem artificial, não sendo excluída, assim, a possibilidade de
serem sinais de civilizações extraterrestres devido à periodicidade de
sua estrutura.

Mas posteriormente, astrofísicos descobriram que sinais FRB são
repetitivos, encontrando outras propriedades extraordinárias dos
mesmos, incompatíveis com as versões sobre origem natural das
erupções.

Vandenbroucke e os seus colegas observaram as erupções com o
telescópio de neutrinos IceCube no Pólo Sul e descobriram novas provas
de que buracos negros e fortíssimas explosões de estrelas não podem
originar estes sinais de rádio enigmáticos.

Ao realizarem observações, os cientistas basearam-se num princípio
simples – a maioria das “explosões espaciais” é acompanhada de grandes
emissões de neutrino. Deste modo, se as rajadas FRB fossem originadas
naturalmente, seriam acompanhadas por um fluxo de neutrino de força
igual.

No total, a equipa de cientistas do IceCube e astrónomos do
observatório Parkes conseguiram seguir 30 sinais de rádio, inclusive
17 que vieram do mesmo lugar.

Em nenhum dos casos, o radar especial detetou traços destas
partículas, o que prova que erupções de raios gama, supernovas e
buracos negros não podem ser fontes destes “sinais extraterrestres”.

Por sua vez, comenta Vandenbroucke, após esta descoberta, os
cientistas estão mais próximos de descobrir a origem destas erupções,
que são agora mais misteriosas, já que a partir de agora, uma série de
astros não pode servir de fonte.

A equipa de IceCube planeia em breve realizar mais uma série de
observações de erupções FRB para detetar a sua origem.

Fonte:  Sputnik News



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