Re: ARLA/CLUSTER: SIRESP. As polémicas do sistema de comunicações que falhou (outra vez)
Paulo Mendes
ct2hqt gmail.com
Terça-Feira, 20 de Junho de 2017 - 22:42:15 WEST
Olá pessoal, independentemente do SIRESP funcionar ou não existe algo que
ninguém se lembrou.... talvez o SIRESP estivesse a funcionar agora quantos
canais são possÃveis em cada célula??? num raio de 15km onde está os
incêndios a decorrer quantas células existem?? e quantos canais simultâneos
permitem operar? Não é estar a defender o SIRESP mas num cenário como
aquele que envolve todas as entidades que usam SIRESP (Bombeiros, GNR,
ANPC, Exercito, PJ, Etc..) o próprio sistema pode não ter capacidade para
tantas comunicações em simultâneo.
Obviamente que os incêndios poderão ter destruÃdo a rede eléctrica da zona
onde eventualmente estará os Repetidores que devem ter baterias, ou as
redes de fibra que fazem as suas ligações ao exterior, ou numa ultima
hipótese o site ter ardido por completo.
O Siresp tem repetidores moveis para assegurar algumas comunicações agora
com cenário existente na zona é quase impossÃvel resolver o problema devido
a muitos factores (relevo, necessidade de canais, etc...)
Uma coisa é certa custou muito dinheiro a nós contribuintes e não assegura
por completo a cobertura em cenários como estes e talvez em locais mais
remotos não tenha cobertura.
Existe malta a querer vestir a farda ou nome da protecção civil para se
dizer algo, as TV´s gostam disso para vender imagem, normalmente não sabem
o que estão a dizer por falta de informação e até formação na área das
telecomunicações.
Um abraço.
Paulo Mendes
No dia 20 de junho de 2017 às 18:36, António Miguel de Oliveira Alves <
miguel_a portugalmail.pt> escreveu:
>
> Mas alguém da credibilidade ao chamado " Conselho Português da Proteção
> Civil (CPPC)" e ao seu representante ...?
>
>
>
> Citando "João Costa > CT1FBF" <ct1fbf gmail.com>:
>
> As chamas que destruÃram vários hectares de floresta na zona de
> Pedrógão Grande destruÃram as antenas de comunicações — e o Sistema
> Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP),
> usado pelos bombeiros e por várias outras autoridades para comunicarem
> entre si, foi imediatamente abaixo. As equipas que no terreno
> combatiam as chamas só conseguiram assegurar a comunicação por vias
> alternativas e, segundo o primeiro-ministro, os meios não ficaram
> “comprometidosâ€. O problema foi superado ainda durante a noite de
> sábado: a MEO colocou vários carros na rua equipados com antenas
> móveis que asseguraram a normalização da situação.
>
> Desta vez, a falha ficou a dever-se a problemas externos ao próprio
> sistema, mas o SIRESP tem um historial de complicações e polémicas de
> longos anos e não é a primeira vez que falha — um sistema com que
> António Costa se cruzou enquanto ministro da Administração Interna.
>
> António Costa relançou sistema
>
> Quando foi chamado para o Governo de José Sócrates, António Costa
> encontrou um modelo de SIRESP – sistema que tinha sido implementado
> ainda no executivo de António Guterres – em que encontrava mais
> problemas que méritos.
>
> O então ministro da Administração Interna contactou os parceiros de
> negócio – um conjunto de entidades sob comando da ex-Sociedade Lusa de
> Negócios, do Banco Português de Negócios de José Oliveira e Costa– e
> renegociou as condições do contrato em vigor, poupando mais de 52
> milhões de euros ao valor (485,5 milhões de euros totais) que tinha
> sido acertado entre as empresas e o seu antecessor na pasta, o
> social-democrata Daniel Sanches. Na equipa que renegociou os termos do
> acordo com o consórcio estava já um nome que, mais recentemente,
> ganhou dimensão: Diogo Lacerda Machado, o “amigo pessoal†do
> primeiro-ministro que viria a ser contratado como consultor especial
> do chefe do Governo.
>
> Quando chegou ao Governo, Costa pediu um parecer sobre o negócio Ã
> Procuradoria-Geral da República. Mas, apesar do tom crÃtico da análise
> ao documento e de ter declarado nulo o ato de adjudicação — parecer
> que daria ao então ministro respaldo para anular o concurso inicial e
> procurar novos interessados que não a SLN –, Costa optou por voltar-se
> para o mesmo consórcio e renegociar as condições do contrato original,
> abdicando de uma série de funcionalidades e reduzindo, com isso, o
> valor global do negócio.
>
> Até ao final de 2014, escreveu o jornal i em fevereiro do ano passado,
> o SIRESP tinha custado aos cofres públicos 270 milhões de euros. O
> contrato – entretanto renegociado, de novo, pelo Governo –, tem, neste
> momento, mais quatro anos de vigência. Em poucos meses, depois de
> chegar à chefia do Governo, o primeiro-ministro conseguiu que todos os
> ministros envolvidos no dossier pusessem a sua assinatura na nova
> versão do contrato. Nesse momento, já o SIRESP acumulava problemas –
> os casos sucedem-se.
>
> As falhas no SIRESP e as mortes de bombeiros
>
> Um dos episódios mais graves em que a equação “SIRESP+falhas de
> operação†se verificou resultou na morte de dois bombeiros de Carregal
> do Sal. Foi em janeiro de 2014 que o Conselho Português da Proteção
> Civil (CPPC) deu a conhecer novos dados sobre os factos que estiveram
> na origem das duas mortes, nos incêndios do verão anterior. Na
> sequência da reportagem “Sem Redeâ€, emitida na TVI dias antes, o
> presidente do organismo garantiu que, “se o sistema funcionasse, os
> gritos de um dos intervenientes para tentar alertar aquela equipa [de
> que faziam parte os dois bombeiros, um homem e uma mulher] não seriam
> gritos, seriam comunicações via rádio. E os meios aéreos também não
> tinham contacto, não tinham forma de alertar aquela equipaâ€.
>
> Dias antes, em comunicado, o CPPC referia que “o Conselho Português de
> Proteção Civil mantém contacto regular com diversos agentes de
> proteção civil e entidades cooperantes e sabe, de fonte segura, que
> não pode identificar, que a bombeira de Carregal do Sal, que perdeu a
> vida no verão passado, poderia estar viva se houvesse radiocomunicação
> de grupo que ligasse bombeiros, sapadores florestais e GIPS (Grupo de
> Intervenção Permanente da GNR)â€. No ano anterior a este caso, o então
> ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, tinha distribuÃdo
> cerca de mil novos rádios com o sistema SIRESP a várias corporações de
> bombeiros do paÃs. Equipamentos que deveriam “praticamente duplicar a
> capacidade de comunicação instalada nas corporaçõesâ€, disse o
> ministro.
>
> Aquando da denúncia das falhas no sistema de comunicações, o CPPC dava
> conta de um outro episódio: “Foram ainda resgatados outros dois
> bombeiros noutra ocorrência no Caramulo, salvos devido à pronta
> intervenção de uma equipa do GIPS que se apercebeu da situação e,
> colocando as suas vidas em risco porque não tinham forma de comunicar
> com os bombeiros, não hesitaram em intervir para os salvarâ€.
>
> A reportagem da TVI ilustrou vários dos contextos em que o SIRESP
> falha. Por exemplo, dentro de um elevador; no interior de garagens
> subterrâneas; em localidades mais remotas do paÃs, aquelas que são
> mais afetadas pelos incêndios. Onde um telemóvel comum funciona sem
> dificuldades, o sistema de comunicação dos bombeiros, polÃcias e INEM
> não tem rede. Essas falhas foram também ficando plasmadas em
> simulacros realizados nos últimos anos pelas autoridades de socorro.
>
> Por exemplo, em agosto de 2013, no Chiado. Um simulacro a propósito
> dos 25 anos do incêndio naqueles armazéns de Lisboa e que juntou
> várias corporações de bombeiros voltou a expôr as fragilidades do
> sistema de comunicações. “Essa questão foi levantadaâ€, admitiu o então
> vereador Manuel Brito, com o pelouro da Proteção Civil. Os bombeiros
> que participaram no simulacro relataram dificuldades de comunicação
> num incêndio em meio urbano, em plena capital.
>
> Em 2008, um simulacro nos distritos de Santarém, Lisboa e Setúbal já
> tinha tocado na ferida. “Nos últimos três dias, apreendemos e foram
> detetadas algumas insuficiências†e “fragilidades†no funcionamento do
> SIRESP, afirmou Gil Martins, então comandante operacional nacional da
> Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). Entre as falhas
> encontravam-se, já nesse momento, falhas de comunicação e de gestão de
> informação entre as entidades no terreno. “Tornou-se impossÃvel, por
> esta via, a comunicação entre Proteção Civil e INEM. Esta foi a grande
> questão que precisa de ser melhoradaâ€, salientou o então comandante
> distrital de Operações e Proteção Civil, Rui Esteves.
>
> Um negócio de milhões na mira do Ministério Público
>
> Em 2005, o Ministério Público (MP) decidiu abrir um inquérito ao
> contrato de adjudicação do SIRESP, por suspeitas de tráfico de
> influências e participação económica em negócio. A investigação acabou
> arquivada, mas ficaram no ar suspeitas sobre a forma como o consórcio
> liderado pela ex-SLN, do grupo Banco Português de Negócios liderado
> por José Oliveira e Costa, conseguiu o contrato de quase 500 milhões
> de euros.
>
> O contrato original foi assinado três dias depois das eleições que
> acabariam com o curto mandato de Pedro Santana Lopes como
> primeiro-ministro. Daniel Sanches, ex-procurador (e primeiro diretor
> do Departamento Central de Investigação e Ação Penal),
> ex-diretor-adjunto da PolÃcia Judiciária, ex-dirigente do Serviço de
> Estrangeiros e Fronteiras e ex-diretor do Serviço de Informações de
> Segurança saltou da esfera pública para administrador de empresas da
> SLN em 2000.
>
> Três anos depois, de volta ao Estado como ministro da Administração
> Interna de Santana Lopes, Sanches entrega o contrato à mesma SLN de
> que tinha acabado de sair. Valor da adjudicação: 538,2 milhões de
> euros, verba cinco vezes superior àquela que precisaria de ter gasto
> caso tivesse optado por um modelo diferente de comunicações. Essa
> posição foi defendida por Almiro de Oliveira, presidente do grupo de
> trabalho que presidiu ao grupo que estudou este sistema de
> comunicações.
>
> Apesar de o inquérito do MP — entregue ao procurador José Azevedo Maia
> — ter sido arquivado uma primeira vez, em março de 2008, Oliveira e
> Costa e a filha (administradora de uma empresa do grupo SLN) chegaram
> a ser constituÃdos arguidos. Daniel Sanches nunca foi ouvido pela
> Justiça e, segundo escreveu na altura o Correio da Manhã, negou Ã
> comissão de inquérito parlamentar ao caso BPN ter tido qualquer
> intervenção no projecto apresentado pelo consórcio liderado pela SLN.
>
> No ano seguinte ao arquivamento, o processo é enviado ao DCIAP, para
> que fosse analisada uma eventual reabertura. Pouco antes, tinham sido
> apreendidos vários documentos ao homem forte do BPN, Oliveira e Costa,
> que poderiam constituir “factos novos†na investigação ao contrato
> milionário. Mas não houve nada de novo. O arquivamento de 2008
> continuou a valer.
>
> Há, no entanto, outro nome de relevo em toda esta novela: Manuel Dias
> Loureiro. O homem que Cavaco Silva tinha escolhido para o Ministério
> da Administração Interna já era, no momento em que o contrato entre o
> Estado e a SLN acertaram o negócio, administrador não executivo do
> grupo ligado ao BPN. Esteve na administração de várias empresas do
> grupo que liderou o consórcio ao qual foi atribuÃdo o contrato.
>
> O negócio do sistema de comunicações haveria de cruzar-se, ainda, com
> o caso Portucale, um processo em que se investigava a declaração de
> “imprescindÃvel utilidade públicaâ€, também nos últimos dias do Governo
> de Santana Lopes, a um terreno turÃstico em Benavente. Mas nunca
> chegou a levar qualquer dos seus protagonistas a sentar-se no banco
> dos réus.
> Fonte: Observador
>
>
>
>
> _______________________________________________
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> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>
>
--
Com os melhores cumprimentos.
Paulo Mendes
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