ARLA/CLUSTER: Lâmpadas LED e as interferências no rádio

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Quarta-Feira, 30 de Agosto de 2017 - 09:46:44 WEST


Acostumados desde longa data a escutar nosso rádio com pouca ou nenhuma
interferência elétrica, visto que os modelos tecnológicos eram outros,
repentinamente, passamos a sentir nossas bandas de radiodifusão ser
lentamente invadidas por interferências cada vez maiores em intensidade e
de diferentes tipos.
As famigeradas interferências no rádio

As interferências vieram chegando bem devagar invadindo parte do espectro.
Com o passar dos tempos tomaram conta do dial. De inicio surgiram através
das lâmpadas fluorescentes tubulares, como usavam reatores construídos com
transformadores blindados, as interferências eram até suportáveis e só
aumentavam quando a lâmpada apresentava com o tempo, um círculo preto nas
laterais, bastando apenas sua substituição para minimizar o problema.

Com chegada dos telefones celulares as interferências ficaram muito
maiores, pois eles usam fonte chaveada sem nenhum sistema de blindagem
contra a famigerada interferência eletromagnética. Elas infestaram de tal
maneira as residências, tendo muitas das vezes quatro ou mais carregadores
ligados ao mesmo tempo, somando os ruídos gerados no ambiente residencial e
se espalhando nas residências vizinhas.

Outras formas de interferências foram se somando a essas, através de cabos
dos mais diversos tipos de sinais, roteadores, chuveiros com controladores
que geram muitos ruídos, TVs de Plasma, de LCD, de LED, basta você dar uma
olhada nos postes ao longo das ruas para ver a parafernália de cabos
entrelaçados.

O modelo de uso do rádio também se modificou nos últimos anos, a população
passou a usar cada vez mais a banda de FM, pois ela atendia, quanto à
qualidade do sinal isento de ruídos e por ter em sua maioria estações
locais ou regionais que enfocam a região do morador sedento de informação e
interatividade.

Usando pouco o faixa de HF, notadamente a banda de ondas médias, a
população não percebeu o avanço das interferências no rádio AM, só agora
vem percebendo através do uso de lâmpadas que provocam ruídos em seus
aparelhos de TV e rádios FM.

A explosão da tecnologia não levou em conta alguns fatores que deveriam ser
observados em muitos modelos de lâmpadas tais como: irradiação de qualquer
tipo nociva à saúde humana e animal, irradiação de interferência em outros
equipamentos, como rádios, TV, equipamentos de auxílio à navegação, de uso
hospitalar dentre muitos outros.
Testando lâmpadas LED

Por experiência, considero que a única lâmpada que não provoca
interferências possíveis de serem detectadas pelo ouvido humano são as
incandescentes, cuja produção e comercialização foram recentemente
encerradas no Brasil.

Na prática, avaliei como lâmpadas emissoras de ruídos zero, aquelas
testadas em ambiente rural sem as famigeradas interferências, e com o uso
de um rádio SDR, para conseguirmos perceber algumas interferências não
observadas na cidade onde há uma quantidade expressiva de ruídos de todas
as magnitudes. O que ocorre na minha modesta avaliação é que sendo muito
pequena a interferência de uma dada lâmpada, ela não seria percebida num
ambiente com interferências muito maiores que aquela que ela gera, seus
ruídos seriam abafados pelos ruídos maiores já presentes no local. Estou
ainda engatinhando no uso do SDR como uma máquina de pesquisa,
principalmente, de toda a dinâmica que envolve o uso bem técnico deste
equipamento na análise dos ruídos, e outras manifestações que ocorrem na
faixa abrangida por ele.

As lâmpadas de LED, são de baixíssimo consumo quando comparada às
incandescentes, possuem fator de iluminação muito bom, com uma luz clara,
cristalina, e foram se tornando uma opção interessante, embora que ainda
com preços salgados.
Lâmpadas Taschibra LED

[image: Lâmpada LED Taschibra]Uma marca muito citada por interferir em
equipamentos de TV doméstica é a Taschibra; a empresa conseguiu fabricar
uma lâmpada que é um verdadeiro Jamming, interferindo desde 100 kHz na
banda de ondas longas até nas freqüências VHF fazendo uma varredura nas
bandas de comunicação. Se questionar o fabricante, ele dirá que está
fazendo estudos para resolver essa situação. Situação essa que deveria ter
sido observada antes de colocar o equipamento no mercado. Qual o controle
de qualidade desta marca? E de outras poluidoras do espectro radioelétrico.
Lâmpadas Golden LED

[image: Lâmpada LED Golden]Aqui na cidade de Itaúna (MG), um amigo
radioamador vivendo numa rua muito cheia de ruídos elétricos testou o
modelo – Ultra Led A60 da Golden, de várias potencias. Nos testes aqui na
cidade ela se comportou como uma lâmpada sem geração de ruídos, já no QTH
rural ao ligar, percebi de ouvido uma leve interferência e também na tela
do SDR na forma de cascata, mas nada que possa me incomodar.
Lâmpadas Philips LED – as melhores

[image: Lâmpada LED Philips]Nosso amigo Pedro Machado, da cidade de Lorena
(SP), também preocupado com as interferências em seu shack, testou e
continua testando vários modelos de lâmpadas que possam lhe dar uma boa
recepção em seus inúmeros rádios. Ele enviou-me uma Philips de 9 watts, com
brilho equivalente ao de uma de 60 watts incandescente, que não gerou mais
ruídos além dos que eu já tenho em meu QTH aqui na cidade. Foi percebida
uma sutil interferência no meu QTH rural com o uso do analisador de
espectro do SDR, e de ouvido, só chegando o rádio próximo quase encostando.
O modelo da Philips que testamos é 9 w (60 w) 8061 fator de potência
sugerido 0,9 (quanto maior o FP – Fator de potência menos ruídos provocam).

Numa andança na Rua Santa Ifigênia em São Paulo, encontrei uma lâmpada
Philips de 40 Watts tubular que apresentava um ruído baixíssimo só
percebido chegando nosso receptor ligado na banda de ondas médias encostado
na lâmpada, situação que ninguém usa, portando poderá ser considerada uma
lâmpada com ruído zero em ambiente urbano.
Sobre testes

Sempre fui a favor que os testes de receptores de rádio, lâmpadas e outros
equipamentos, sempre que possível, sejam feitos em ambientes despoluídos de
interferências. Preferencialmente em regiões da zona rural já pesquisada e
avaliada com antecedência, pois, há muitas fazendas, sítios e chácaras com
fortes ruídos de redes de alta tensão, maquinaria agrícola, motores de
picadeiras, refrigeradores de leite, e outros geradores de fortes
interferências.

O amigo Sérgio Partamian, por sua vez, observa que para testes de filtros
por indutores e capacitores, eficiência de sistemas de aterramento e baluns
que visem diminuir as famigeradas interferências elétricas, muitas vezes
são necessárias a presença das fontes interferentes para “calibrar†tais
filtros e/ou comprovar sua eficiência.

Compartilhe suas experiências, nas redes sociais e no site do DXCB para que
outras pessoas possam ficar cientes delas.

Wilson Rodrigues <https://www.ondascurtas.com/author/wilson/>
Iniciou seu gosto pelo rádio em 1957 quando a TV engatinhava no Brasil. Em
1992 conheceu o DXCB e desde então está no grupo interagindo com os amantes
do rádio! No boletim Atividade DX, faz a coluna “Matutando!â€, sempre com
uma pitada de bom humor. Além disso, pesquisa e monta artesanalmente
antenas para ondas médias de alto ganho!
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