RE: ARLA/CLUSTER: Governo admite “descoordenação” em Pedrógão e abre guerra ao SIRESP
Pedro-papfc1
papfc1 gmail.com
Quinta-Feira, 10 de Agosto de 2017 - 19:14:54 WEST
Bem...900.000 Liras ainda dá uns 450 Euros!
Presumo que estavas a falar de 900 000 Libras (GBP)!
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-----Original Message-----
From: cluster-bounces radio-amador.net [mailto:cluster-bounces radio-amador.net] On Behalf Of João Costa > CT1FBF
Sent: Thursday, August 10, 2017 6:10 PM
To: Resumo Noticioso ARLA/CLUSTER <cluster radio-amador.net>
Subject: Re: ARLA/CLUSTER: Governo admite “descoordenação” em Pedrógão e abre guerra ao SIRESP
Vamos ver o que tudo isto dá em Portugal, no Reino Unido, um caso semelhante mas com falhas na rede telefónica fixa resultou numa multa de 900.000 Liras ao operador.
http://www.southgatearc.org/news/2017/august/kcom-fined-900000-for-emergency-call-failure.htm
João Costa (CT1FBF)
No dia 10 de agosto de 2017 às 18:01, João Costa > CT1FBF <ct1fbf gmail.com> escreveu:
> Constança Urbano de Sousa chamou, ontem quarta-feira, os jornalistas
> ao Ministério da Administração Interna para fazer um ponto de situação
> sobre os nove inquéritos, estudos, relatórios e pareceres pedidos pelo
> Governo depois do incêndio em Pedrógão Grande, no qual morreram 64
> pessoas.
>
> A ministra concluiu que se verificou uma “descoordenação no posto de
> comando da ANPC” do teatro de operações, “em especial com os outros
> agentes de Proteção Civil”. Também as falhas de comunicações do
> Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal
> (SIRESP) “dificultaram as operações de controlo e comando”.
>
> Segundo a governante, houve também uma “falta de articulação entre a
> Secretaria-Geral da Administração Interna, PSP, ANPC e GNR no que diz
> respeito à deteção dos problemas nas comunicações e no acionamento e
> mobilização da Estação Móvel, que se refletiu numa excessiva
> morosidade da sua disponibilização”.
>
> Estes constrangimentos “foram potenciados pela escolha do local para a
> instalação do posto de comando e controlo da ANPC em Pedrógão Grande”,
> considerou a ministra num despacho hoje emitido.
>
> Os relatórios e inquéritos agora divulgados permitiram ainda concluir
> que o “SIRESP revelou-se pouco resiliente em virtude de a interligação
> das estações base e a restante rede SIRESP ser feita com cabos de
> fibra ótica, maioritariamente suportados por postes”, vulneráveis em
> caso de incêndio.
>
> Por isso, Constança Urbano de Sousa anunciou ter determinado à
> Secretaria-Geral da Administração Interna, entidade gestora do SIRESP,
> que inicie os procedimentos para a aplicação de penalidades ao
> consórcio e anunciou um novo inquérito, agora para apurar
> responsabilidades disciplinares na Secretaria-geral do Ministério da
> Administração Interna (SGMAI).
>
> Faltas graves no SIRESP
>
> O MAI pediu ao Instituto de Telecomunicações (que junta nove
> instituições com experiência em investigação e desenvolvimento no
> domínio das telecomunicações) um estudo sobre o funcionamento do
> SIRESP em situações de acidente grave ou catástrofe.
>
> No relatório, afirma-se que existiram faltas graves na rede, com
> cortes prolongados no funcionamento normal do sistema nas áreas
> cobertas pelas estações base de Pedrógão Grande (39 horas de corte),
> Figueiró dos Vinhos (41 horas), Serra da Lousã (67 horas), Malhadas
> (66 horas) e Pampilhosa da Serra (70 horas).
>
> “Durante estes períodos estas estações base funcionaram em modo local,
> o que restringiu as comunicações a terminais da mesma estação base, ou
> a comunicações diretas (de curto alcance) entre terminais”, sendo que
> as falhas se deveram à destruição, pelo incêndio, das ligações por
> cabo de fibra ótica das estações base referidas ao comutador de
> Coimbra.
>
> O Instituto nota que a solução cabo de fibra ótica “não cumpre as
> exigências do Caderno de Encargos nem se configura como uma solução
> técnica adequada para usar numa floresta numa rede de segurança e
> emergência”.
>
> Depois, mesmo após as ligações terem sido restabelecidas, houve
> situações em que não foi possível dar vazão às chamadas em espera,
> superior ao estabelecido em contrato, nota também o Instituto, que
> também chama a atenção para que nem todos os utilizadores do SIRESP
> têm conhecimento e prática suficiente da mesma.
>
> No documento recomenda-se formação para esses utilizadores e a
> implementação “o mais rapidamente possível” de uma solução de
> redundância para as ligações entre as estações base e o comutador.
>
> “Deve ser também analisada a possibilidade de aumentar o número de
> estações base móveis, para reforçar pontualmente tanto a cobertura
> como a capacidade de tráfego, em situações graves”, que devem ser
> colocadas no país de acordo com o risco de incêndio.
>
> Ainda assim o Instituto salienta que não existem razões técnicas para
> abandonar a rede SIRESP, existindo antes “recomendações que devem ser
> seguidas urgentemente para que esta rede cumpra os objetivos para que
> foi concebida”.
>
> O Instituto diz no relatório que “a análise foi condicionada pela
> dificuldade em obter das entidades externas relacionadas com o SIRESP
> toda a informação necessária para emitir conclusões fundamentadas
> dentro do prazo”.
>
> GNR não encaminhou automobilistas para EN 236-1
>
> Na resposta a várias perguntas enviadas pela ministra, enviadas a 8 de
> agosto, a GNR refere que o processo de inquérito elaborado por esta
> força militar “centrou-se no apuramento das circunstâncias em que se
> desenvolveu a ação das suas forças no dia 17 de junho de 2017, no
> cenário trágico das mortes ocorridos na EN 236-1 e em itinerários
> confinantes e localidades próximas”.
>
> Ou seja, prossegue a GNR, “procurou-se elencar todas as ações de
> controlo do tráfego rodoviário e do movimento de pessoas, tendo-se
> particularmente em conta a afirmação de uma sobrevivente que passou na
> EN 236-1 no sentido Figueiró dos Vinhos – Castanheira de Pera, que
> afirmou ter sido encaminhada por militares da Guarda para essa
> estrada”.
>
> Este é um “facto que acabou por não ser confirmado”, salienta a GNR.
>
> “Em suma, o inquérito da GNR foi orientado para factos ocorridos do
> dia 17 de junho e, essencialmente, relacionados com a situação que
> originou as mortes – em especial entre as 20h00 e as 22h00 desse dia –
> e não para a discriminação sistemática de todas as ações desenvolvidas
> pelas forças da Guarda no teatro de operações em causa”.
>
> Segundo o relatório do inquérito interno da GNR, “as primeiras
> instruções de coordenação recebidas pela Guarda” do Posto de Comando
> da Autoridade Nacional de Proteção Civil “para a regularização e corte
> de trânsito no teatro de operações, designadamente na EN 236-1, foram
> emitidas pelas 22h00“.
>
> Fonte: ZAP // Lusa
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