ARLA/CLUSTER: Se todos os países envolvidos não rectificarem o Acordo Ortográfico a questão tem de ser repensada.

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Segunda-Feira, 2 de Maio de 2016 - 12:53:16 WEST


Marcelo põe em causa Acordo Ortográfico

Presidente diz que todos os países devem ratificar o acordo.

Por Ana Maria Ribeiro in Correio da Manhã

O Presidente da República (PR), Marcelo Rebelo de Sousa, poderá relançar o
debate em torno do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou em vigor no nosso
país em 2009 mas que ainda não se aplica em Angola nem em Moçambique.

Segundo Pedro Mexia, consultor cultural de Marcelo, têm chegado a Belém
"pedidos de cidadãos e instituições manifestando-se contra o acordo" e "o
PR entende que este só poderá ter continuidade se, de facto, for ratificado
por todos os países envolvidos. Caso contrário, a questão tem de ser
repensada".

Em 1991, Rebelo de Sousa foi uma das personalidades que subscreveu o
manifesto contra o Acordo Ortográfico, embora posteriormente se tenha
declarado a favor do documento. Já depois da sua eleição para Belém
escreveu um artigo no ‘Expresso’ em que usou a antiga grafia, suscitando
burburinho.

Caso venha a verificar-se, uma revisão do acordo afetará a atividade
editorial, mas Pedro Sobral, diretor da Leya Edições Gerais, desvaloriza a
questão. "A alteração do acordo teria impacto se, na altura da sua
aplicação, a Leya tivesse ‘ordenado’ aos autores para o seguirem. Não é o
caso", garante.

Da Parsifal, Marcelo Teixeira encolhe os ombros. "Fomos das poucas editoras
que nunca aplicou o acordo, a não ser a pedido dos autores", explica. A
Porto Editora não comentou. "Não conheço as palavras do PR", diz Paulo
Gonçalves.

Uma alteração ao Acordo teria o seu maior impacto no mercado dos manuais
escolares.
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