ARLA/CLUSTER: Escolhidos os nomes dos quatro novos elementos da tabela periódica
João Costa > CT1FBF
ct1fbf gmail.com
Terça-Feira, 21 de Junho de 2016 - 14:45:00 WEST
Eles devem se chamar nihônio, moscóvio, tennessino e oganessono
RICARDO ZORZETTO | <http://revistapesquisa.fapesp.br/autor/ricardo/>Edição
Online 13:29 10 de junho de 2016
[image: Periodic_table_pt]
Os quatro elementos acrescentados à tabela periódica em dezembro de 2015 já
têm um provável nome oficial. A União Internacional de FÃsica Pura e
Aplicada (Iupap) e a União Internacional de QuÃmica Pura e Aplicada (Iupac)
recomendaram nesta quarta-feira (08/06) que o elemento quÃmico 113 seja
chamado de nihônio, o 115 de moscóvio, o 117 de tennessino e o 118 de
oganessono.
O nome de um elemento pode se referir a um conceito ou personagem
mitológico; a um lugar ou região geográfica; a um mineral ou substância
similar; a uma propriedade do próprio elemento quÃmico; ou a um cientista.
Uma comissão internacional de quÃmicos e fÃsicos indicada pelas duas
instituições havia analisado as evidências de que esses novos elementos
existem e a primazia da descoberta. Agora, seguindo a tradição, a comissão
sugere que sejam aceitos os nomes indicados pelos grupos que produziram os
novos elementos.
Foi sugerido que seja adotado o nome de nihônio, de sÃmbolo Nh, para o
elemento quÃmico de número 113. Nihon é uma das duas formas de dizer “terra
do sol nascente†em japonês e homenageia o paÃs em que esse elemento
quÃmico foi descoberto em 2004. No Instituto Riken, pesquisadores
conseguiram as provas mais robustas de que haviam produzido o agora dito
nihônio ao lançar, a velocidades altÃssimas, átomos de zinco contra um alvo
de bismuto.
Também foi promovendo colisões de dois elementos quÃmicos mais leves – o
cálcio e o amerÃcio – que, naquele mesmo ano, pesquisadores da Rússia e dos
Estados Unidos obtiveram um elemento quÃmico contendo 115 prótons em seu
núcleo. Esse elemento passa a ser conhecido como moscóvio (Mc). É uma
referência à capital russa, Moscou, vizinha à cidade de Dubna, onde está
instalado o Instituto Conjunto de Pesquisa Nuclear (JINR), local em que foi
feita parte dos experimentos.
A comissão internacional decidiu homenagear o estado norte-americano do
Tennessee ao atribuir o nome tennessino (Ts) ao elemento de número 117. No
Tennessee estão sediados o Laboratório Nacional Oak Ridge e a Universidade
Vanderbilt, que já haviam descoberto outros elementos quÃmicos além deste,
obtido a partir da colisão de Ãons de potássio e berquélio.
O elemento quÃmico 118, o oganessono ou Og, homenageia Yuri Oganessian,
fÃsico nuclear de origem armênia que coordenou a descoberta de vários novos
elementos no JINR em Dubna. Em 2007, os pesquisadores de Dubna, trabalhando
em colaboração com equipes dos Estados Unidos, bombardearam com potássio um
alvo composto do elemento quÃmico califórnio, produzindo o oganessono.
Oganessian é um dos autores de uma hipótese conhecida como ilha de
estabilidade. Segundo essa proposta, elementos pesados contendo determinado
número de partÃculas – prótons, de carga elétrica positiva, e nêutrons, sem
carga elétrica – em seu núcleo seriam mais estáveis e existiriam por mais
tempo do que outros. Essa é a segunda vez que se atribui o nome de um
pesquisador vivo a um elemento quÃmico. Antes do oganessono, a Iupac havia
chamado de seabórgio o elemento quÃmico de número 106 por causa de seu
descobridor, o quÃmico norte-americano Glenn Seaborg – ele estava vivo na
época da nomeação e morreu em 1999.
*Espaços preenchidos*
Esses quatro elementos reconhecidos no final de 2015 completam os espaços
vazios na sétima e última linha da tabela periódica, o quadro que organiza
os elementos conhecidos até o momento e os agrupa segundo suas propriedades
fÃsicas e quÃmicas (*ver* Pesquisa FAPESP *nº 240*
<http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/02/19/a-procura-dos-numeros-magicos/?cat=ciencia>).
Os elementos 113, 115, 117 e 118 integram o grupo dos superpesados. Seus
números correspondem à quantidade de prótons que cada um contém em seu
núcleo – esse total é o chamado número atômico, que determina muitas das
propriedades dos elementos e distingue um do outro. No caso dos elementos
superpesados, esse número é muito maior do que o dos elementos encontrados
espontaneamente na natureza. “Esses elementos desintegram-se muito
rapidamente e só são obtidos por meio de colisões produzidas em
aceleradores de partÃculasâ€, conta a fÃsica Alinka Lépine-Szily, professora
sênior da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da comissão de
fÃsica nuclear da Iupap. Para identificar os novos elementos, é preciso
detectar as partÃculas que eles emitem no momento da desintegração.
Os nomes propostos pela Iupap e pela Iupac ainda não são definitivos. Pelos
próximos cinco meses eles ficarão disponÃveis para consulta e contestação
pública. “Acho muito difÃcil que sejam alteradosâ€, diz Alinka. “Por
tradição, os nomes são sugeridos pelos grupos que fizeram a descoberta e
passam por uma extensa averiguação para verificar se não coincidem com o de
compostos já conhecidos.â€
-------------- próxima parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
URL: http://radio-amador.net/pipermail/cluster/attachments/20160621/1809d384/attachment.html
Mais informações acerca da lista CLUSTER