Re: ARLA/CLUSTER: Monopólio? Que monopólio? in FEDI-EA

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Sábado, 2 de Julho de 2016 - 18:54:26 WEST


Quiçá, um dos melhores textos que tive o prazer de ler até hoje e
acreditem,  tenho-me como um ávido leitor.

Obrigado Machado,  pela soberba tradução. A autêntica parábola real do
elefante preso à estaca é a todos os níveis fabulosa. Também eu um dia me
perguntei porque raio os elefantes do circo, atendendo há sua descomunal
força, não se libertavam da insignificante estaca de madeira!?

Parabéns e Obrigado.

João Costa (CT1FBF)
Em 02/07/2016 18:36, "José Machado" <ct1bat  gmail.com> escreveu:

> Pelo seu valor e atualidade reproduzo, com a devida vénia ao seu
> presidente Sam- EA3CIW, o excelente texto e citação de Jorge Bucay,
> publicado na página da FEDI-EA - Federação Espanhola de Associações de
> Radioamadores http://www.fediea.org/news/?news=20160615
>
>
> ---------------------------------------------------------------------------------------------
>
> *Monopoly? que monopólio?*
>
>
>
> "Unidos na diversidade", a divisa da União Europeia, mais do que o reflexo
> de uma realidade continental, é o slogan de uma campanha, uma aspiração
> coletiva de um desejo compartilhado.
>
>
> No entanto, há muitos dos nossos compatriotas, mesmo colegas
> radioamadores, que anseiam por um exclusivo cada vez mais difícil de
> defender e sustentar algo, que lhes permita manter o controle e o poder que
> tiveram em tempos, marginalizando o resto.
>
>
> Mesmo aqueles que querem construir um novo país, não parecem andar muito
> abonados de imaginação suficiente, pois, além de reproduzirem os vícios
> antigos, não trazem qualquer proposta inovadora.
>
>
>
> Os argumentos para atrair seguidores para a causa, que vão desde o banal
> "a união faz a força" de alguns, a teoria do "interlocutor único" dos
> outros, usam a traição, o pau na roda, a desqualificação bruta e a crítica
> atroz do que é diferente, isto é, o oposto de uma concorrência saudável.
>
>
> E nesta “alternância†("quítate tú pa' ponerme yo"), em que a colaboração
> e aliança são palavras que parecem não ter lugar no seu dicionário, a não
> ser os conceitos subjacentes de subordinação e / ou de conformidade.
>
>
> Talvez nós sejamos apenas um mero reflexo da nossa própria sociedade, como
> é a actual fragmentação da política espanhola e necessitemos, aumentar
> urgentemente a nossa cultura de aliança. Uma lição a descobrir para muitos.
>
>
> Enquanto isso, com tanto abuso e atitude que favorece todos os valores e o
> futuro do radioamadorismo, surpreende que ainda exista quem perguntam
> porque não aderir à corrente.
>
>
> São assim as coisas aqui; porque a nível internacional, lenta e
> subtilmente, se vai desvanecendo o papel do antigo "monopólio"...
>
>
> Referimo-nos especificamente à IARU e como o nome está gradualmente
> desaparecendo das várias referências dentro da CEPT, dando lugar a uma
> referência mais etérea: "organizações internacionais representativas dos
> titulares de licenças do serviço de radioamador."
>
>
> Tudo isso, pelo simples facto de aparecer em cena a EURAO, a quem deve ser
> reconhecido e aos seus promotores, a ousadia, visão de futuro e grande
> determinação para superar aquela aparente dificuldade.
>
>
>
> Mas não nos enganemos, a IARU, com um orçamento mais de cem vezes maior do
> que o da EURAO, tem uma capacidade não negligenciável, de influenciar, em
> muitas decisões que nos afetam, mesmo por ser capaz de pagar as suas
> viagens para a participação em múltiplas reuniões que se realizam em todo o
> mundo.
>
>
>
> A nivel nacional (Espanha), a pressão tem vindo a exercer-se e a FEDI-EA
> também sofreu as consequências. Para dar um exemplo significativo,
> lembre-se que no processamento do Regulamento de Radioamador de 2006 a
> Administração apenas facilitou o projecto à URE, enquanto que o Regulamento
> de 2013, passou antes por um processo de consulta pública em duas fases.
>
>
>
> Em honra daqueles que têm fé em si mesmos, dos que “vestem a camisolaâ€,
> que acreditam que "querer é poder" e do seu esforço colossal, hoje deixamos
> esta parábola ilustrativa de Jorge Bucay: O elefante acorrentado.
>
>
>
> *O elefante acorrentado*
>
>
>
> *Quando eu era pequeno adorava circos e o que eu mais gostava neles eram
> os animais. Especialmente chamava-me a atenção o elefante que, como
> descobri mais tarde, também foi animal favorito de outras crianças. Durante
> a atuação, o enorme animal ostentava um tamanho, um peso e uma força enorme
> ... Mas depois da atuação e antes de voltar para o palco, o elefante sempre
> permanecia amarrado a uma pequena estaca no chão, com uma corrente que lhe
> aprisionava as pernas.*
>
>
>
> *No entanto, a estaca era apenas um pequeno pedaço de madeira enterrada a
> poucos centímetros no solo. E embora a madeira fosse grossa e poderosa,
> parecia óbvio que um animal capaz de arrancar uma árvore com a sua força,
> facilmente se poderia libertar e fugir.*
>
>
>
> *O mistério permanecia. O que o prende então? Por que não foge?*
>
>
>
> *Quando criança, eu ainda confiava na sabedoria dos mais velhos. Então eu
> perguntei sobre o mistério do elefante ... Alguns deles me diziam que o
> elefante não fugia porque estava domesticado. *
>
> *Então eu fiz a pergunta óbvia: "Se está domesticado, porque o
> acorrentam?". Não me lembro de ter recebido qualquer resposta coerente. *
>
> *Com o tempo, eu esqueci o mistério do elefante e da estaca ... *
>
>
>
> *Alguns anos atrás, eu descobri que, felizmente para mim, alguém tinha
> sido sábio o suficiente para encontrar a resposta: "O elefante do circo não
> fugia porque ele tem sido amarrado a uma estaca, desde muito pequeno. "*
>
>
>
> *Fechei os olhos e imaginei o indefeso elefante, recém-nascido, preso a
> uma estaca. Estou certo de que, naquele momento, o pequeno elefante teria
> empurrado, puxado e suado tentando soltar-se. E, apesar de seus esforços,
> ele não conseguia, porque a estaca era demasiado forte para ele. Imagino
> que ele tenha adormecido exausto e no dia seguinte tentasse novamente, e no
> dia seguinte e no outro ... até que um dia, um dia terrível para a sua
> história, o animal aceitou sua impotência e se resignou ao seu destino.*
>
>
>
> *Este elefante enorme e poderoso que vemos no circo não escapa porque
> acredita que não pode.*
>
>
>
> *Ele gravou na sua memória a impotência que sentiu logo após o nascimento.
> E o pior é que jamais voltou a questionar, sériamente, essa memória. Nunca
> tentou, novamente, testar a sua força.*
>
> *Estamos todos um pouco como o elefante do circo: Estamos no mundo
> amarrados a centenas de estacas que nos tolhem a liberdade.*
>
>
>
>
>
> *Vivemos pensando que "não podemos" fazer muitas coisas, só porque uma
> vez, há muito tempo, nós tentamos e não teve êxito. Fazemos o mesmo que o
> elefante e registámos, na nossa memória, esta mensagem: Eu não pude, não
> posso e nunca será capaz de o fazer.*
>
>
>
> *Temos crescido carregando esta mensagem que nos imposémos a nós mesmos e
> nunca mais voltámos a tentar libertar-nos da estaca. *
>
>
>
> *Quando, às vezes, sentimos que soam grilhões e correntes, olhamos de
> soslaio para a estaca e pensamos: "Eu não posso e nunca serei capaz".*
>
> *Isto é o que acontece quando se vive condicionado por uma memória que já
> não existe em ti, não podes.*
>
>
>
> *A única maneira de saberes se podes é tentar de novo pondo na tarefa todo
> o teu empenho... "Todo o teu coração !!!*
>
>
>
> *Jorge Bucay*
>
>
>
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> vírus. www.avast.com
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