ARLA/CLUSTER: Galileo com rede de 30 satélites até 2020. Todos os carros novos vendidos na Europa em 2018 terão instalado o Galileo para navegação....
João Costa > CT1FBF
ct1fbf gmail.com
Sábado, 17 de Dezembro de 2016 - 11:40:35 WET
Galileo é sistema de localização por satélite europeu mais preciso que GPS
O novo sistema europeu de localização por satélite, o Galileo, entrou
em funcionamento experimental há vários anos depois dos homólogos
norte-americano, o GPS, e russo, o GLONASS - mas com o objetivo de
chegar a 2020 como o mais preciso dos três. A atual rede de satélites
do Galileo tem 18 aparelhos, mas em 2020 este número ascenderá aos 30
satélites, em órbita geoestacionária a 23,2 quilómetros de altitude.
Batizado com o nome do astrónomo italiano Galileo Galilei, precursor
da investigação aos corpos celestes, o sistema de satélites europeu
será compatível (e interoperável) com o GPS e o GLONASS, mas também
será capaz de funcionar sozinho.Ao contrário dos homólogos - que são
sistemas geridos por militares - o Galileo será controlado a nível
civil, pelo que deverá ficar imune a restrições aplicadas a estes
sistemas em caso de conflito militar. No próximo ano serão colocados
em órbita mais quatro satélites Galileo, e em 2018 outros quatro. O
objetivo é que o sistema - orçado em mais de 10 mil milhões de euros e
pago pela Comissão Europeia - esteja operacional a 100 por cento até
2020.
O Galileo usa os mais precisos relógios atómicos - quatro em cada
satélite - alguma vez usados para funções de geolocalização.
Tal como os relógios tradicionais que usam o movimento pendular para
marcar e contabilizar a passagem do tempo, os relógios atómicos também
contam oscilações regulares, mas neste caso as mudanças de estado
energético dos átomos ao serem estimulados por luz ou calor. Os
aparelhos Galileo em órbita também estão equipados com potentes
transmissores, para enviar - à velocidade da luz - um sinal de rádio
com a hora e o local preciso na órbita terrestre de onde foi emitido.
O tempo que o sinal leva a chegar ao recetor é então usado para
calcular a distância do mesmo até ao satélite.
Com vários sinais ao mesmo tempo, é então possível determinar com
precisão as coordenadas do utilizador. São precisos quatro sinais para
determinar a longitude, a latitude, a altitude e o fuso horário em que
o utilizador está. Na geolocalização, um erro de um bilionésimo de
segundo no relógio do satélite pode resultar num desvio de até 30
centímetros. Os relógios do Galileo serão precisos até um segundo em
cada três milhões de anos.
Uma vez 100 por cento operacional, o Galileo quer indicar qualquer
posição na terra com um desvio máximo de um metro. Nas suas
utilizações civis, o GPS e o GLONASS têm desvios (induzidos) de vários
metros. Em uso militar, o GPS e o GLONASS são muito mais precisos que
no uso civil.
Os clientes pagantes do Galileo poderão também obter medições ainda
mais precisas, ao nível dos centímetros.
Além da navegação por satélite, o Galileo terá uma função de busca e
resgate, bem como outra - encriptada - para serviços governamentais
como transportes e emergência, forças policiais, controlo de
fronteiras e "Missões de Paz".
Todos os carros novos vendidos na Europa em 2018 terão instalado o
Galileo para navegação e chamadas de emergência.
Lusa/Fim
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