Re: [CT-Com. & Tec.] Re: ARLA/CLUSTER: Obsolescência programada: França quer punir criminalmente fabricantes com penas até dois anos de prisão e multas que podem chegar aos 300 mil euros
João Costa > CT1FBF
ct1fbf gmail.com
Segunda-Feira, 19 de Janeiro de 2015 - 10:48:01 WET
Quem se movimente no meio da manutenção sabe que cada vez mais existe
essa pratica e especialmente sentida quando é a própria empresa que dá
suporte à manutenção dos equipamentos que vende.
Muitas vezes, basta fazer um reset à eprom e uma limpeza superficial
para os equipamentos continuern a funcionar em pleno. Por exemplo,
existe o caso relatado de uma caríssima maquina de lavar toda XPTO com
ecran LCD e tudo, que após um certo n.º de lavagens informava que
deveria chamar imediatamente a assistência técnica para substuir
determinada peça fundamental, se o utilizador continua-se a utilizar a
maquina, esta bloqueava.
A tal peça, era simplesmente um fusível que tinha acoplado um circuito
que o fazia queimar. Bastava substituir o fusível e carregar num
micro-interruptor escondido para reiniciar o sistema. Com deslocação e
tudo o resto ficava a brincadeira em mais de 100 €. Nada mau para um
simples fusível e carregar num micro-interruptor.
Atenção, que no caso dos nossos equipamentos muitos estão
"armadilhados" com os famosos "condensadores da treta" junto por
exemplo ao andar final, veja-se o caso dos 706 MKIIG relatados nos
vídeos da Alfa Telecom no You Tube. O mais grave é que com o
aquecimento alem do vazamento dos condensadores eletroliticos estes
destroem as pistas do circuito, tendo-se que refazer tudo. Basta
substituir os electroliticos comuns por condensadores de tântalo.
João Costa (CT1FBF)
Em 19 de janeiro de 2015 09:16, Rui Jorge Pinto Martins
<rui-j-martins telecom.pt> escreveu:
> Bons dias,
>
>
>
> Numa sociedade consumista como aquela em que vivemos não me parece que faça
> muito sentido pois poderá travar a economia e aumentar o desemprego.
>
> Para os fabricantes é indiferente usar um componente corrente ou um com
> especificações mais robustas pois quem paga é sempre o consumidor.
>
> Por outro lado delegando essa responsabilidade nos fabricantes teremos os
> estabelecimentos técnicos de rua e empresas de reciclagem a fechar as portas
> e aumenta o desemprego.
>
> Do ponto de vista económico o dinheiro não circula aumentando a tendência
> recessiva.
>
> Do ponto de vista tecnológico é um travão ao desenvolvimento tecnológico que
> como se sabe tem sido uma brutalidade nos últimos anos.
>
> Situações como a referenciada essas sim não deveriam de andar de boca em
> boca mas sim serem denunciadas claramente.
>
>
>
>
>
> Cumprimentos/Regards,
>
>
>
> Rui Oliveira Martins
>
>
>
> From: ct-comunicacoes-e-tecnologias googlegroups.com
> [mailto:ct-comunicacoes-e-tecnologias googlegroups.com] On Behalf Of Pedro
> Ribeiro
> Sent: domingo, 18 de Janeiro de 2015 18:01
> To: Resumo Noticioso ARLA/CLUSTER
> Cc: ct-comunicacoes-e-tecnologias googlegroups.com
> Subject: [CT-Com. & Tec.] Re: ARLA/CLUSTER: Obsolescência programada: França
> quer punir criminalmente fabricantes com penas até dois anos de prisão e
> multas que podem chegar aos 300 mil euros
>
>
>
> Boa tarde,
>
> Parece-me muito boa a intenção que espero se torne realidade e "contagie"
> brevemente cá "para baixo" ...
>
> Não acredito em conspirações globais a este nível mas tenho a certeza (e
> conhecimento) de que haverá muitos casos de obsolescência programada.
> Um dos aspectos que me tem chocado mais é mesmo o da vida curta do suporte,
> grande parte dos fabricantes deixa de disponibilizar componentes ou corrigir
> bugs de software dos seus produtos assim que lança modelo novo.
> Somos obrigados a comprar equipamento novo para substituir outros que
> cumpriam na perfeição a sua função.
>
> Vou-vos citar um exemplo contado por um colega de trabalho há alguns anos.
> Na empresa onde um familiar trabalhava, em manutenção, trocavam
> frequentemente as EPROM dos equipamentos por uma com ordens para este deixar
> de funcionar de tempos a tempos e exigir mais intervenções (€€€) ...
>
> 73!
>
> On 18-01-2015 16:21, João Costa > CT1FBF wrote:
>
> França quer punir criminalmente fabricantes de produtos eletrónicos
>
>
>
> Por Sérgio Meireles in PTJornal
>
>
>
> Os deputados franceses querem punir criminalmente os fabricantes de
>
> produtos eletrónicos pela sua cada vez mais curta durabilidade.
>
> Segundo um artigo publicado na revista Proteste, a França quer que as
>
> fabricantes de produtos eletrónicos aumentem a garantia dos produtos,
>
> de acordo com o tempo de durabilidade estimado pelas marcas.
>
>
>
> Algumas organizações vão mais longe, afirmando mesmo, que alguns
>
> equipamentos deviam ter uma garantia de 10 anos.
>
>
>
> Os deputados franceses acabam de aprovar um plano, segundo a proteste,
>
> para punir criminalmente as fabricantes com penas até dois anos de
>
> prisão e multas que podem chegar aos 300 mil euros pela obsolescência
>
> programada dos equipamentos eletrónicos.
>
>
>
> Para além desta medida, a França quer ainda que os produtos mencionem
>
> o prazo estimado de durabilidade, bem como, o período de
>
> disponibilidade de peças para substituição, para os casos de avarias.
>
>
>
> Os produtos eletrónicos, como sabemos, duram cada vez menos tempo.
>
> Isto levanta várias questões, além das comerciais adotadas pelas
>
> marcas.
>
>
>
> A problemática da poluição, quer por via do aumento da produção, quer
>
> por via da reciclagem destes equipamentos que, como sabemos, nem
>
> sempre é feita nas melhores condições.
>
>
>
> Adotar uma lei destas, parece um ato de coragem por parte da França,
>
> veremos agora, se isto passa a lei ou se fica apenas pelo papel.
>
>
>
> *****************************************************************************
>
> Obsolescência programada: eletrodomésticos com data de validade
>
>
>
> Telemóveis, impressoras e máquinas de lavar roupa são substituídos com
>
> mais frequência. Será uma atração irresistível pelo novo modelo ou
>
> pura estratégia dos fabricantes?
>
>
>
>
>
> Início
>
>
>
> "A minha primeira máquina da roupa durou 20 anos. A nova avariou ao
>
> fim de 5 ". "Pedi para reparar o televisor, apenas com 4 anos, e o
>
> arranjo é mais caro do que comprar novo". Já todos ouvimos o desabafo.
>
> E há duas novas tendências: a perceção sobre a durabilidade mais
>
> reduzida dos produtos e a cada vez maior rotatividade de produtos com
>
> vantagens de valor duvidoso. O tempo de vida útil dos equipamentos
>
> parece ter os dias contados. Os bens, sobretudo elétricos e
>
> eletrónicos, são substituídos antes do esperado. Será uma estratégia
>
> intencional ou uma consequência dos tempos modernos? O tema é polémico
>
> e as organizações de consumidores europeias começam a atacar a
>
> "obsolescência programada", depois de já terem abordado a durabilidade
>
> dos produtos, o ecodesign e a reparação.
>
>
>
> Cada vez mais vozes acusam os fabricantes de conceber os produtos para
>
> que se tornem rapidamente obsoletos, fora de moda ou impossíveis de
>
> reparar, com o objetivo de levar os clientes a comprar novos
>
> equipamentos. Automóveis, eletrodomésticos e produtos eletrónicos,
>
> como tablets, telemóveis e consolas de jogos, são os casos mais
>
> flagrantes daquilo a que se chama obsolescência programada. O fenómeno
>
> não é recente. Consumir e consumir está na ordem do dia, sem olhar
>
> para os efeitos, quer no meio ambiente, quer na carteira.
>
>
>
> Mitos ou factos
>
>
>
> Apesar dos inúmeros exemplos que mostram que os equipamentos não duram
>
> hoje o mesmo que no tempo dos nossos avós, não é claro quais serão as
>
> razões. Nalguns casos, pode ser apenas pela atual tendência da redução
>
> de custos. Noutros, o fabricante acredita que o consumidor prefere
>
> comprar novo, em vez de reparar. Engenheiros e designers conseguem
>
> prever com alguma precisão a durabilidade de um equipamento. E apesar
>
> de os fabricantes não admitirem que os produtos possam ser feitos para
>
> durar menos, esta é uma realidade. E merece a nossa atenção. Com as
>
> baterias integradas, a Apple começou a fazer depender a duração de
>
> vida dos telemóveis da componente menos durável. Se não podemos
>
> substituir a bateria, o equipamento deixa de servir. Os restantes
>
> fabricantes seguiram esta corrente e os maus hábitos espalharam-se.
>
> Nos tablets, os fabricantes seguem esta política.
>
>
>
> Há várias técnicas para reduzir a duração de vida dos produtos.
>
> Destacamos três categorias: técnica e tecnológica, ecológica e
>
> psicológica.
>
>
>
> Reduzir a duração técnica e tecnológica
>
>
>
> Foca a qualidade inferior dos materiais e o modo como são montados os
>
> componentes. Por exemplo, 80% dos tambores das máquinas de lavar roupa
>
> são em plástico, em vez de metal, tornando os modelos menos
>
> resistentes e de reparação cara. Também o enrolamento do cabo dos
>
> aspiradores é o ponto fraco de muitos.
>
>
>
> Nos televisores, a má qualidade dos condensadores elétricos reduz o
>
> ciclo de vida em 10 anos. A conceção pode influenciar a durabilidade.
>
> Esta questão leva à cada vez menor possibilidade de reparar. Nos
>
> Estados Unidos, a Apple foi até julgada pelo facto de a bateria do
>
> iPod não poder ser substituída. No iPhone, a marca adotou soluções que
>
> dificultam muito a substituição.
>
>
>
> A incompatibilidade entre produtos protege o negócio. Os videojogos
>
> apenas compatíveis com um modelo de consola e as impressoras que não
>
> funcionam sem tinteiros originais são alguns casos. Para fechar esta
>
> categoria, temos a obsolescência por notificação. O equipamento alerta
>
> para substituir peças. É o caso das impressoras que alertam para
>
> trocar os tinteiros, antes do fim real, potenciando a perda de
>
> dinheiro. Algumas marcas não deixam utilizar outra cor até aquela em
>
> falta ser substituída.
>
>
>
> Argumento ecológico
>
>
>
> Os fabricantes usam e abusam do aumento da eficiência para justificar
>
> a troca. Mas, na última década, os eletrodomésticos reduziram de modo
>
> significativo o consumo, na maioria, por imposições legais. Há também
>
> um ganho ecológico. Se olharmos para o consumo de energia apenas no
>
> uso do equipamento, a questão tem um forte impacto ambiental. Já se
>
> tivermos em conta o ciclo de vida, os processos produtivos e o
>
> tratamento adequado dos equipamentos em fim de vida contribuem para
>
> uma realidade muito diferente. Em geral, os pequenos eletrodomésticos
>
> atingiram uma tal maturidade energética que o argumento ecológico para
>
> a substituição já não faz sentido.
>
>
>
> Pense antes de se desfazer do eletrodoméstico ou comprar o novo
>
> telemóvel. Qual a mais-valia da troca? Por exemplo, o iPad 4 foi
>
> lançado apenas 7 meses depois do 3. Outra questão é a redução do
>
> tamanho dos componentes. O primeiro telemóvel, em 1983, pesava meio
>
> quilo. Em 2005, estes equipamentos pesavam, em média, 110 gramas. Mas
>
> há consequências: se a redução do tamanho das peças diminui o uso de
>
> matéria-prima, a miniaturização excessiva limita a possibilidade de
>
> reparar.
>
>
>
> Técnicas psicológicas
>
>
>
> Quando, nos Estados Unidos, houve uma saturação do mercado automóvel,
>
> nos anos 20, a General Motors passou a mudar todos os anos o design
>
> dos modelos. Pretendia convencer os clientes de que era fundamental
>
> trocar de carro. Os fabricantes mais pequenos, sem capacidade para
>
> seguir a tendência, viram-se em dificuldades. Esta tendência aplica-se
>
> ao vestuário, ao calçado, e sobretudo aos equipamentos eletrónicos e
>
> até pequenos eletrodomésticos. Atrai os consumidores motivados pela
>
> novidade e estimulados pelo marketing.
>
>
>
> Fonte : Revista DecoProteste
>
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