ARLA/CLUSTER: Criar redes Mesh livres e gratuitas com vulgares smarthphones é cada vez mais possível e desejável.

João Costa > CT1FBF ct1fbf gmail.com
Quarta-Feira, 5 de Agosto de 2015 - 17:42:38 WEST


Já aqui se abordou, por mais que uma vez, o que são as diria,
"revolucionárias" Rede Mesh.

Resumindo e abreviando, a criação de uma rede "Mesh" que se traduzindo
é uma "rede em malha", permite que cada dispositivo servia de
repetidor para os outros, fazendo com que em algumas dezenas de metros
facilmente se multipliquem, no caso de locais povoados como estádio,
recintos de concertos, escolas, etc por vários quilômetros. Nestes
casos, as mensagens saltarão de dispositivo em dispositivo, podendo
chegar a pessoas que estão a centenas e centenas de metros de
distância, sem necessidade de uma ligação directa entre o ponto de
origem e o de destino (onde sempre uns servem de retransmissores para
os outros).

A aplicação FireChat, por exemplo em
(https://play.google.com/store/apps/details?id=com.opengarden.firechat&hl=pt_PT)
não é a primeira app a recorrer a ligações Bluetooth e WiFi directas,
realço DIRECTAS, nada de planos de dados 3G ou 4G ou redes WiFi
convencionais de ligação à Internet utilizadas normalmente nos
smarthphones. É basicamente uma alternativa ao protocolo padrão
802.1...,  servindo para comunicar com dispositivos que estejam por
perto e é considerada por muito como a aplicação das revoluções, tanto
nas recentes manifestações em Hong Kong como nas chamadas "Primaveras
árabes"  foi e é a mais utilizadas por diversos grupos ativistas pelo
Mundo.


A  FireChat foi criada pela Open Garden, uma empresa de São Francisco, EUA.

A FireChat serve para manter conversações mesmo que não haja ligação à
Internet convencional e muitas vezes controlada pelos governos ou
empresas. Gratuita e disponível para o iOS 7 e 8 e para Android, a
aplicação usa as comunicações por Wi-Fi e Bluetooth dos smartphones
para criar uma rede até uma certa distância entre aparelhos móveis. A
FireChat usa qualquer sinal que um telemóvel ou rede sem fios tenham e
permite conversações peer-to-peer. Segundo a Open Garden, a aplicação
permite que até dez mil pessoas se agrupem desta forma.

O conceito de rede "Mesh" à muito que é explorado pelos militares,
como se pode ver na Wikipédia, através do tópico "Redes Mesh" em
https://pt.wikipedia.org/wiki/Redes_Mesh

Em Março deste ano os criadores da Firechat, a Open Garden, que querem
expandir o seu alcance - literalmente - anunciaram que andam a fazer
testes com um curioso dispositivo a que chamaram GreenStone.

A app Firechat e outras nessa linha, não dependem de qualquer ligação
à rede para funcionar, ligando os dispositivos directamente entre si,
usando Bluetooth ou WiFi, criando uma rede em malha onde cada
dispositivo serve como repetidor, mas esta grande vantagem é também a
sua maior fragilidade: se não houver um número suficiente de
dispositivos para permitir uma rede mesh abrangente, o seu interesse
reduz-se drasticamente e é precisamente por isso que os seus criadores
estão a trabalhar neste GreenStone.

O GreenStone é um pequeno "beacon" que serve também como
repetidor/extensor de uma rede mesh, permitindo ampliar o seu alcance,
mesmo quando não há dispositivos por perto que cumpram essa função.
Para além disso, pode também armazenar as 1000 últimas mensagens, o
que faz com que sirva como um repositório local do que ali foi dito.
Não é difícil imaginar uma situação que, em caso de uma qualquer
calamidade que interrompesse o serviço regular de comunicações, se
pudesse espalhar por uma área um conjunto destes dispositivos, como
forma de possibilitar comunicações de forma imediata e com um custo
reduzido.

Infelizmente, por agora isto parece não passar de um projecto
experimental sem qualquer previsão de poder vir a chegar ao mercado -
mas, sem dúvida que nos faz pensar como os sistemas de redes mesh no
futuro nos permitiram estar ligados ao mundo sem estar dependentes de
contas mensais dos serviços tradicionais. O Google já está a explorar
isso nos céus com os seus balões; será uma questão de tempo até que
chegue ao solo em tecnologia para o utilizador final (pois a nível de
infraestruturas, já temos quem esteja a pôr isso em acção à muito com
bons resultados.)

Resumindo mais uma vez, a app permite que equipamentos iOS/iOS e
Android/Android falem entre si directamente, mas para iOS/Android
apenas é possível quando ambos estão ligados a um hotspot WiFi. No
modo de comunicação directo, que depende da tal rede "mesh" criada
entre dispositivos, a coisa está mais complicada entre diferentes
sistemas operacionais, embora os criadores da App digam que ainda têm
esperança de que tal venha a ser possível... mas demorará mais algum
tempo.

Mostra-nos, como noutros casos por nós enquanto radioamadores bastante
conhecidos, que todos teriam a ganhar se em vez de sistemas
proprietários e mais ou menos "abertos", os diversos fabricantes
colaborassem para criar e utilizar sistemas standard que permitissem
uma maior interoperabilidade entre todos.

Alem de que, Portugal está à muito na vanguarda das redes mesh para
distribuição de internet nos veículos (ver em
http://abertoatedemadrugada.com/2014/12/portugal-na-vanguarda-das-redes-mesh.html).


 João Costa (CT1FBF)

Fontes consultadas: Sites Aberto até de Madrugada, Wikipédia, Jornal
Publico e Google Play



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