ARLA/CLUSTER: Banda 6 metros - esclarecimentos
Filipe Ferreira
filipect1ddw hotmail.com
Terça-Feira, 18 de Fevereiro de 2014 - 15:52:17 WET
Boa tarde colega
Objectivamente passando às suas questões porque time is many:
"Ainda não fui estudar os 50 mhz, mas confiando na vossa experiência, gostaria de ter feedback nas questões que vou colocar."- Vale a pena estudar esta banda pelo interesse por estar na fronteira entre o HF e o VHF, existe uma mistura de diferentes tipos de propagação.
"Não contando com as esporádicas ou outros fenómenos, face ao vhf, quais as vantagens em termos de alcance:"- Quantificando, os sinais durante mais de 1 ano de contactos entre Viseu e Almada foram sempre melhores e mais estáveis do que em 144 MHz (embora em 144/145 fossem utilizadas antenas Yagi com mais elementos e mais ganho). Por vezes a diferença era de tal forma que em 145 MHz não era possível o contacto e em 50MHz embora com sinais 0-2 S era perfeitamente possível comunicar.
"-Durante o dia e á noite (se tem diferenças, e alcances com antena vertical omnidirecional, tipo dipolo)"- Durante o dia é sempre mais favorável pela ionização da atmosfera, mas conseguem-se fazer contactos continentais e com Africa e América do Sul até às 23 - 24 hr sensiv. Antenas polarização horizontal, todo o Mundo usa polarização horizontal o que não quer dizer que não tenham êxito com antenas verticais mas já sabem o preço que pagam pela diferença de polarização - menos 10 a 20 dB!
"qrn qrm"- QRN muito reduzido ou inexistente, QRM depende da abertura na propagação - entre Maio, Junho os sinais da Europa são de tal forma intensos que toda a faixa de DX (50.120 a 50.200 MHz), tem espalhamento e QRM. Mas após uma manhã ou tarde de propagação vem a bonança. Para que tenham uma ideia já efectuei contactos com estações inglesas e alemãs com antenas interiores ou mesmo antenas de borracha dos equipamentos.
"-Tipo de antena a escolher (polarização)"- Polarização horizontal, antenas desde o dipolo de meia onda, long wire, loops, Yagi, quadra cúbicas, HB9CV. Sendo que a Moxon é uma boa aposta para iniciar e para portátil, conforme referiu o Machado - CT1BAT, que pode ajudar quem precise de informações para construir.
"-Porque não é tão conhecida, esta banda"- Vou dar a resposta politicamente correcta para não referir que a maior parte pensa que os transceptores têm uns canais e não saem daqueles canais, assim a resposta é que o novo demora a ser entendido. Assim aconteceu com os homens das cavernas quando viram as primeiras chamas pensaram que era manifestação divina, só muito tempo depois aprenderam a usar o fogo!
"-Outras vantagens ou desvantagens"- Vantagens muitas e diversas, desvantagens agora não existem porque antes interferia com o canal 3 da TV.Apenas um aviso final - Não fazer QSOs nas Frequências de chamada 50.110 e 50.150MHz - todos os radioamadores merecem igualdade de oportunidades e estar a impedir a escuta de chamadas nas Frequências internacionais de chamada é estar "a lixar-se para os outros". E há muitos radioamadores a fazer isso em Portugal, infelizmente!Ultimo aviso - estudem o plano de banda, 50.000 até 50.075MHz existem balizas não vale ir para lá falar porque não metem golos! Daí até 50.100 só telegrafia. Após a Frequência de chamada intercontinental 50.110MHz, até aos 50.250MHz operação em USB. A partir daí uma faixa para digitais e nos 50.500 a 51 MHz em FM - grosso modo.
"Agradecia elucidação"- Espero ter ajudado, foi curto e simples para ser objectivo e estimular a curiosidade e pesquisa de mais...
73,
CS7AEL
No dia 18 de Fevereiro de 2014 às 14:57, José Machado <ct1bat gmail.com> escreveu:
Quanto a antenas e para quem tiver menos queda para esta coisa dos arames deixo, com a devida vénia ao colega Filipe pela ajuda, permanente disponibilidade e grande entusiasta dos SIX METERS BAND / Banda Mágica, uma solução ao alcance de todos: uma MOXON.
73 from
José Machado - CT1BAT
De: cluster-bounces radio-amador.net [mailto:cluster-bounces radio-amador.net] Em nome de Filipe Ferreira
Enviada: 18 de fevereiro de 2014 11:56
Para: Resumo Noticioso ARLACLUSTER
Assunto: ARLA/CLUSTER: Banda 6 metros - actividade aumenta em CTs
No início era o silêncio, apenas CT1CO, CT1WW e outros, foram pioneiros em Portugal da banda dos 6 metros e estavam operativos em banda cruzada - emissão em 28 e recepção em 50MHz por proibição de operar em Portugal.
Nos anos 80 e 90 graças à persistência do CT1WW (que operava em 50MHz apesar da proibição), foram permitidas as primeiras autorizações a pedido expresso. Foram famosos os encontros do CT1WW-Tiago Frederico com os engenheiros da DSR-ICP-AN com muita negociação, esclarecimento técnico, episódios bizarros, amizades e incompreenssões. Recordem que o CT1WW morava em S.João da Pesqueira, distrito Viseu, e as estradas e comunicações não eram como as de hoje e obrigavam a demoradas horas de viagem a Lisboa para reunir com a engenharia do ICP para se tentar liberar a operação em 50 MHz. Finalmente foi autorizada a baliza CT0WW construída pelo CT1WW e colocada numa colina junto a S.João da Pesqueira (na vinha do Tiago Frederico), ao que se seguiu a autorização em regime de partilha secundária com os militares da operação nesta banda, mediante pedido fundamentado por carta a explicar as razões técnicas - eu lembro-me de ter escrito 3 por cada ano, "por razões de estudo da propagação ionosférica, construção de equipamentos de transmissão e seu ensaio e medida, etc, etc.".
Foi em 2012 com a activação em Portugal da secção do Clube dos 6 metros americano (agora alegadamente extinto) http://clube6metros.blogspot.pt/, para o que contei com o apoio do CT1BAT, CT1PR, CT1EWD - para manter um QSO regular aos Sábados nos 50.175 MHz a partir das 22.00hr.
O QSO passou a quase diário entre as 21.30 e 22.30hr nos 50.170 MHz com a presença do CT1EWD que chega a Viseu com 7-9 S quase todos os dias (são mais de 300Km), juntaram-se mais radioamadores: CT2JUP que apenas com um dipolo chegava com 5-6 S, agora chega com 7 S com uma antena 2 elementos. Aparecem também CT2HTZ, CT1DJK, CT1EEB nas férias, CT1AOZ, CU1EZ, etc.
Esta banda é compartilhada com os militares e nos anos 80 e 90 obrigava a autorização especial do ICP, sómente para radioamadores classe A. Entende-se agora a razão dos militares utilizarem esta banda em comunicações tácticas e apoio aéreo, o seu alcançe é muito superior aos 144MHz em comunicações ponto a ponto, não varia tanto com as condições de propagação, não sofre de QRM como os 28 MHz e tem o bónus de ter as famosas aberturas de propagação Esporádica E, F multisalto, Transequatorial, reflexão meteórica e lunar, etc.
Para além do mais as antenas são relativamente simples de construir, as antenas diretivas são pequenas e confundem-se com as antigas antenas de recepção TV, os transceptores actuais têm quase todos esta banda e está acessível a todos os radioamadores. Tenho um pequeno blog com informações para todos - http://filipect1ddw.blogspot.pt/2012/03/antenas-6-e-2-mtr-vhf.html
Está a chegar a "época de caça aos DX" nos 6 metros (Abril a Agosto), e vão-se surpreender os que não conheçem a Banda Mágica - tão depressa está silenciosa como abre com sinais de 59++!
As balizas colocadas em funcionamento pelas Associações em Portugal e ilhas são muito uteis para calibrar a recepção e monitorizar a propagação, antes existia sómente a CT0WW nos 50.030 agora existem várias.
Apareçam e que a propagação esteja sempre convosco!
CT1DDW
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Cumprimentos;
Luís Filipe Garcia S.
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