ARLA/CLUSTER: Monográfico ortográfico

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Quinta-Feira, 24 de Janeiro de 2013 - 17:57:36 WET


“Desde que a presidente do Brasil Dilma Rousseff adiou o acordo ortográfico
pelo menos até 2016, tornou-se evidente que Portugal vai ficar a escrever
sozinho de acordo com as novas regras.

Efectivamente, Cabo Verde anunciou só aplicar o referido acordo a partir de
2019 e Angola e Moçambique não têm qualquer intenção de o aplicar ainda
neste século. Só o Estado português, com a falta de senso que sempre o
caracterizou, é que já começou a adoptar uma nova ortografia que a maioria
da sua sociedade civil rejeita totalmente. O país cairá assim no ridículo de
ter uma ortografia oficial completamente absurda e que mais ninguém aplicará
no mundo lusófono.

O acordo ortográfico é um verdadeiro crime contra o património cultural
português, destruindo as raízes etimológicas da nossa língua numa obsessão
simplificadora que só leva à multiplicação de palavras homógrafas. Quando
Fernando Pessoa proclamou que “a minha pátria é a língua portuguesa”,
acrescentou que “a ortografia também é gente. A palavra é completa vista e
ouvida. E a gala da transliteração greco-romana veste-ma do seu vero manto
régio, pelo qual é senhora e rainha”. As nossa antigas colónias continuam a
vestir as palavras com o manto régio da ortografia do português que lhes
deixámos. Já Portugal prefere ficar isolado a escrever num “acordês” que nem
os seus próprios cidadãos querem adoptar.

Não haverá ninguém com coragem para pôr fim a este disparate?”

Por Luís Menezes Leitão, publicado em 22 Jan 2013 [*]Professor da Faculdade
de Direito de Lisboa

 

 

 

 

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