ARLA/CLUSTER: Re: IARU Monitoring System: 2012 REP Ms Portuguese Report

CT2IWW Paulo Teixeira ct2iww gmail.com
Segunda-Feira, 14 de Janeiro de 2013 - 14:45:09 WET


Caros colegas,

Acho exagerado afirmar-se que todos os radioamadores portugueses saem
chamuscados pela alusão no relatório da IARU às ocorrências registadas, em
particular, no boletim de dezembro de 2012.

Quem fica chamuscado e sai mal na fotografia são aqueles insistem em
praticar atos lamentáveis e pouco condignos no ar, sejam eles portugueses
ou italianos. Mas isso deve-se às suas ações individuais, deliberadas e,
sem dúvida, mal pensadas e, sublinho, não pelo facto de que o que ocorreu
está a ser mencionado num relatório da IARU-MS.

O que assistimos ali, no mês de dezembro de 2012, foi a uma série de atos
de interferência deliberada e maliciosa emitidos para todo o mundo que, no
meu entender, se destacou do que demais aconteceu em termos de
interferências nas bandas do serviço de radioamador. E por isso merece, na
minha opinião, uma chamada de atenção (leiam o relatório, estão lá
referidas duas ocorrências, com a data e a hora em que se registaram).

Aparentemente, esclarece o colega Machado, tudo se resolveu com uma
conversa amena e se combinou um almoço. Adicionalmente, ironiza sobre o
facto de que para, aparentemente, suavizar as coisas, alguém decidiu
reemitir, na frequência dos 7070.0khz LSB uma estação FM de música
italiana. Contudo não nos indica do facto de que isto durou pelo menos dois
dias e que o “jamming” foi constante e afetou canais adjacentes.

Até parece que é algo absolutamente normal após um desentendimento em
frequência (coisa que aceito como ser comum) alguns radioamadores, cansados
de horas de insultos, apitos, assobios portadoras e música *pop*,
declararem tréguas e decidir ir a uns petiscos e tocar, para todo o mundo
ouvir, uma “*musiquinha*” pelo meio e a coisa fica, assim, resolvida.

Se a alguns incomoda o facto de que os desacatos são mencionados no
relatório da IARU-MS, pessoalmente fico mais incomodado pela atitude
passiva, mesmo condescendente, com que muitas vezes se encara este tipo de
situação que, a meu ver, é pouco condigna da imagem do radioamador perante
o resto dum mundo que está constantemente à escuta.

Prefiro, de longe, ver em prática a autorregulação da atividade que é, na
minha ótica, um dos pilares fundamentais em que assenta a prática do
radioamadorismo (a mera existência de um organismo como a IARU assim o
prova).

Mesmo assim, se é caso para intervenção da autoridade, isso fica à
responsabilidade da entidade reguladora nacional já que recebe, tal como as
suas congéneres internacionais, os mesmos relatórios mensais.

Cordiais saudações,

Paulo Teixeira, CT2IWW
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