<div dir="ltr"><p class="">Caros colegas,</p>
<p class="">Acho exagerado afirmar-se que todos os radioamadores
portugueses saem chamuscados pela alusão no relatório da IARU às ocorrências
registadas, em particular, no boletim de dezembro de 2012.</p><p class=""></p>
<p class="">Quem fica chamuscado e sai mal na fotografia são aqueles
insistem em praticar atos lamentáveis e pouco condignos no ar, sejam eles
portugueses ou italianos. Mas isso deve-se às suas ações individuais,
deliberadas e, sem dúvida, mal pensadas e, sublinho, não pelo facto de que o
que ocorreu está a ser mencionado num relatório da IARU-MS.</p>
<p class="">O que assistimos ali, no mês de dezembro de 2012, foi a uma
série de atos de interferência deliberada e maliciosa emitidos para todo o
mundo que, no meu entender, se destacou do que demais aconteceu em termos de
interferências nas bandas do serviço de radioamador. E por isso merece, na
minha opinião, uma chamada de atenção (leiam o relatório, estão lá referidas
duas ocorrências, com a data e a hora em que se registaram).</p>
<p class="">Aparentemente, esclarece o colega Machado, tudo
se resolveu com uma conversa amena e se combinou um almoço. Adicionalmente,
ironiza sobre o facto de que para, aparentemente, suavizar as coisas, alguém decidiu reemitir, na
frequência dos 7070.0khz LSB uma estação FM de música italiana. Contudo não nos
indica do facto de que isto durou pelo menos dois dias e que o “jamming” foi
constante e afetou canais adjacentes. </p>
<p class="">Até parece que é algo absolutamente normal após um
desentendimento em frequência (coisa que aceito como ser comum) alguns radioamadores,
cansados de horas de insultos, apitos, assobios portadoras e música <i>pop</i>, declararem tréguas e decidir ir a uns
petiscos e tocar, para todo o mundo ouvir, uma “<i>musiquinha</i>” pelo meio e a coisa fica, assim, resolvida. </p>
<p class="">Se a alguns incomoda o facto de que os desacatos são
mencionados no relatório da IARU-MS, pessoalmente fico mais incomodado pela
atitude passiva, mesmo condescendente, com que muitas vezes se encara este tipo
de situação que, a meu ver, é pouco condigna da imagem do radioamador perante o
resto dum mundo que está constantemente à escuta. </p>
<p class="">Prefiro, de longe, ver em prática a autorregulação da
atividade que é, na minha ótica, um dos pilares fundamentais em que assenta a
prática do radioamadorismo (a mera existência de um organismo como a IARU assim
o prova).</p>
<p class="">Mesmo assim, se é caso para intervenção da autoridade, isso
fica à responsabilidade da entidade reguladora nacional já que recebe, tal como
as suas congéneres internacionais, os mesmos relatórios mensais.</p>
<p class="">Cordiais saudações, </p>
<p class="">Paulo Teixeira, CT2IWW</p></div>