ARLA/CLUSTER: Os motivos que levam a imagem da TDT a falharemPortugal CT2GMH

Afonso Marques amarques guiatel.pt
Quarta-Feira, 13 de Junho de 2012 - 18:42:51 WEST


Além de que toda a gente deixou mesmo para o fim a sua instalação , os seus testes , de modo que na data do desligar revelaram-se todos os problemas, em todo o país . Eu peço desculpa de estar a fazer comentário pois este assunto nada diz respeito ao hobby que aqui é suposto ser tratado .
 
CT1RH 

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De: cluster-bounces  radio-amador.net em nome de Eduardo A.
Enviada: qua 13-06-2012 18:22
Para: Resumo Noticioso ARLA/CLUSTER
Assunto: Re: ARLA/CLUSTER: Os motivos que levam a imagem da TDT a falharemPortugal CT2GMH



E não só dos radioamadores, do Passos Coelho, Miguel Macedo, Alvaro Santos
Pereira, Socrates e de + não sei quantos, até do vizinho que é macanudo e
por aí foraS é só treinadores de bancada!!!

Toda a gente quer as coisas de um dia para o outro!!

Hoje tudo tem de ser um dado adquirido!!

Uma rede de TV que demorou dezena de anos a ser construída e muitas delas
na base da tentativa e erro e nunca ninguém abriu o bico...

Hoje nãoS. Tem de ser tudo logo a 100%

Enfim outras realidades outras gentes!!!







On 13/06/12 15:26, "Afonso Marques" <amarques  guiatel.pt> wrote:

>Tem toda a razão ! E a culpa é inteirinha  dos radioamadores e das suas
>associações ...
>
>CT1RH
>
>________________________________
>
>De: cluster-bounces  radio-amador.net em nome de joaoescarigo  gmail.com
>Enviada: qua 13-06-2012 14:41
>Para: Resumo Noticioso Electrónico ARLA
>Assunto: ARLA/CLUSTER: Os motivos que levam a imagem da TDT a falhar
>emPortugal CT2GMH
>
>
>
>Aqui fica toda a vergonha sobre a rede TDT em Portugal.
>
>
>
>
>
>
>
>
>Os motivos que levam a imagem da TDT a falhar em Portugal
><http://tvdigital.wordpress.com/2012/05/22/os-motivos-que-levam-a-imagem-d
>a-tdt-a-falhar-em-portugal/>
>
>
>
>
>
>Nas últimas semanas, sobretudo desde o apagão analógico, têm-se
>verificado muitas falhas de recepção na rede TDT, originando milhares e
>milhares de queixas. Estas falhas acontecem sobretudo à noite e são mais
>frequentes nos dias quentes.
>
>Na verdade, esta situação não é recente e tem-se constatado
>sistematicamente este tipo de falhas desde o início da rede, em Abril de
>2009. Apenas o número de pessoas que a verifica é agora muito maior, em
>virtude da tardia adesão à TDT, fruto de Portugal ter, senão a mais pobre
>plataforma TDT do Mundo, claramente a TDT mais fraca da Europa.
>
>Como se não bastassem todos os aspectos negativos que rodearam a
>implantação, a saber:
>
>§  O MUX A devia ter 6 serviços e tem apenas 4 (falta o 5º canal:
>Concorreram ZON e Telecinco, processo está em tribunal; falta o canal HD
>- como se tolera que os detentores da licença continuem impunes ao não
>emitir conteúdos neste canal?)
>
>§  Os 5 MUXs B a F nunca foram para o ar. Houve 2 candidatos, mas o que
>ganhou (Portugal Telecom) desistiu. Por que razão não se abre novo
>concurso internacional?
>
>§  A cobertura terrestre do único MUX existente é francamente má,
>inferior ao nível mínimo de praticamente todos os países em que se
>aproxima da barreira dos 98 a 99% e é inclusivamente inferior à cobertura
>anterior da rede analógica (95%).
>
>§  Equipamento caro, em virtude de se ter escolhido um codec mais
>eficiente que permite maior número de canais a ser emitidos, mas que não
>está a ser rentabilizado.
>
>Temos agora mais um factor negativo para quem não deseja subscrever
>qualquer pacote pago para ver a televisão que sempre viu até aqui: falhas
>constantes na recepção do sinal.
>
>A que se devem então estas falhas? Ao contrário do que por vezes se lê,
>não se devem a acções deliberadas por parte do detentor do direito de
>utilização de frequência (PT) para "cortar" o sinal nem muito menos a
>intervenções na rede de emissores para melhorias. A verdade é muito mais
>simples: estas falhas devem-se a um fenómeno natural muito conhecido
>(formação de ductos) na Troposfera e ao facto da rede portuguesa
>trabalhar em frequência única em todo o território continental (SFN).
>
>Os parâmetros actuais da rede TDT em frequência única são estes:
>
>http://tvdigital.files.wordpress.com/2012/05/tabela.jpg?w=500
><http://tvdigital.files.wordpress.com/2012/05/tabela.jpg>
>
>Para uma rede trabalhar correctamente em frequência única, é muito
>importante dimensionar adequadamente a localização dos emissores,
>potência de emissão, diagrama de radiação das antenas, etc. O parâmetro
>de projecto mais importante é o chamado "intervalo de guarda" que
>corresponde em Portugal a 1Z4 da duração de um "símbolo" e que é
>equivalente 224us (Um símbolo é obtido através da modulação de um
>conjunto de bits).
>
>Para que serve o intervalo de guarda? O intervalo de guarda funciona da
>seguinte maneira:
>
>§  Todos os emissores TDT estão sincronizados entre si, logo todos emitem
>o mesmo símbolo ao mesmo tempo
>
>§  Um receptor situado na área abrangida por mais do que um emissor TDT
>que se situem a distâncias diferentes vai receber 2 símbolos em momentos
>diferentes, já que como os emissores estão a distâncias diferentes, o
>sinal do emissor mais distante vai sofrer mais atraso do que o sinal do
>emissor mais próximo
>
>§  O receptor vai escolher um dos sinais para referência, vai adquiri-lo
>e a seguir vai ficar "à espera" de mais réplicas até ao final do
>Intervalo de guarda. Qualquer réplica recebida dentro desse intervalo vai
>ser interpretada como o mesmo símbolo e portanto reforça o sinal.
>
>§  Quando o intervalo de guarda (os 224 us) se esgotam, o receptor entra
>no período de recepção do símbolo seguinte e vai considerar que qualquer
>sinal recebido nesse intervalo corresponde ao símbolo seguinte.
>
>É importante referir qual a distância que um sinal viaja, à velocidade da
>luz, neste "intervalo de guarda":
>
>Da física temos: d (distância) = v (velocidade).t (tempo)
>
>Resulta então que d= 3e8 x 224e-6, ou seja a distância percorrida por um
>sinal em 224 microssegundos é de 67.2 km.
>
>O que acontece então se um receptor receber sinal dum emissor próximo e
>simultaneamente receber sinal de um emissor TDT mais longínquo?
>Lembremo-nos que toda a rede TDT portuguesa trabalha na mesma frequência,
>pelo que esta situação pode resultar em reforço de sinal ou destruição de
>sinal consoante esta condição:
>
>§  a) O 2º emissor está dentro da área de intervalo de guarda, isto é,
>mais próximo que 67.2 km ? o sinal é reforçado, interferência construtiva
>
>§  b) O 2º emissor está fora da área de intervalo de guarda, isto é, mais
>distante que 67.2 km ? o sinal sobre uma interferência destrutiva,
>podendo mesmo aniquilar a recepção.
>
>Isto é uma abordagem algo simplista porque teremos também que contar com
>as reflexões do próprio emissor, isto é, não é sequer necessário
>existirem vários emissores para que uma rede SFN funcione mal, ou pelo
>menos cause problemas em determinados locais. Na prática, a distância
>segura de 67.2 km vai ser muito menor.
>
>Vemos portanto que cabe à entidade detentora da rede TDT assegurar que
>nenhum emissor TDT é captado a mais do que 67 km de distância. Isto não é
>uma tarefa fácil. Normalmente o que se faz é uma escolha criteriosa dos
>locais de emissão, sistema radiante e potência emitida. Mas existe mais
>um factor que parece que tanto Anacom como PT esqueceram neste processo:
>a variabilidade intrínseca da atmosfera que provoca alterações brutais do
>alcance dos sinais rádio.
>
>É isto que está a afectar a rede Portuguesa: o facto de se ter escolhido
>uma única frequência de operação em todo o continente e a variabilidade
>do alcance do sinal devido a mudanças na atmosfera. Na verdade, um sinal
>rádio tanto pode viajar apenas 30km como no dia seguinte poder alcançar
>mais de 300 km. Estas variações podem mesmo ser previstas consoante a
>pressão atmosférica, temperatura, humidade, etc. Sob determinadas
>condições, os sinais das faixas VHF e UHF podem facilmente ultrapassar a
>linha de vista e percorrer centenas ou até milhares de kilómetros, muito
>para além do previsto em situação normal.
>
>William R. Hepburn é um meteorologista e entusiasta de rádio famoso por
>ter desenvolvido um algoritmo de previsão deste fenómeno de propagação
>para além de linha de vista. Podemos ver na sua página em
>http://www.dxinfocentre.com/tropo_eur.html a previsão de propagação para
>praticamente todo o mundo. Vejamos um exemplo da previsão para 5a Feira
>da semana passada, uma semana muito afectada por falhas na rede TDT:
>
>http://tvdigital.files.wordpress.com/2012/05/mapa.png?w=500&h=366
><http://tvdigital.files.wordpress.com/2012/05/mapa.png>
>
>Podemos constatar como Portugal, sobretudo a costa litoral, é muito
>afectada por propagação melhorada. Isto provocou falhas generalizadas de
>recepção TDT, pois a distância de segurança de 67.2 km foi largamente
>ultrapassada pelos emissores TDT nacionais.
>
>Como evitar o problema? Como a Anacom ainda não consegue alterar as
>condições de propagação só existe uma coisa a fazer: acabar com a rede
>SFN e passar a rede TDT para MFN, ou seja, sistema em multifrequência:
>cada região com a sua frequência de modo a que quando este problema de
>propagação surja não haja interferência entre regiões e se consiga
>receber TDT correctamente. Foi o que Espanha fez, nomeadamente na Galiza.
>Muitos Multiplexers de Santiago de Compostela que estão (ainda) em SFN (e
>podem alcançar centenas de km) foram desconectados em Vigo da rede SFN e
>emitem a partir deste emissor em frequências (canais UHF) alterados.
>
>O mesmo se devia fazer em Portugal. Adoptar um esquema MFN, que podia
>inclusivamente re-utilizar a antiga rede analógica, já que deixaria de
>haver problema de interferência destrutiva. Por exemplo, o Norte podia
>ser servido numa frequência a partir do Monte da Virgem e o Centro
>servido por outra frequência a partir da Lousã. Os antigos
>retransmissores analógicos poderiam também ser reactivados em pequenos
>grupos SFN do emissor principal MFN.
>
>A rede SFN tal como está, manifestamente não serve os interesses da
>população. Uma nota da EBU
>(http://www.analysysmason.com/PageFiles/11730/EBU%20on%20SFN.pdf)
>aconselha a que as redes SFN tenham uma diâmetro máximo de 150 a 250km,
>muito diferente do que existe actualmente. Essa dimensão, pode no entanto
>corresponder facilmente às zonas de influência dos antigos emissores
>analógicos.
>
>É interessante verificar como Portugal dispõe de direitos já negociados
>para ter em operação 3 redes nacionais em MFN, com frequências distintas
>por região. O mapa seguinte é um planeamento efectuado pela própria
>Anacom, no qual se verificam os canais UHF de 3 Multiplexers, região por
>região:
>
>http://tvdigital.files.wordpress.com/2012/05/mapa-2.png?w=500&h=753
><http://tvdigital.files.wordpress.com/2012/05/mapa-2.png>
>
>Este planeamento foi feito para colocar em prática depois do apagão
>analógico, em que já se teria todo o espectro UHF e VHF disponível, mas
>não tem ainda em conta a desafectação dos canais 61 a 69 para emissões
>televisivas. Estes 9 canais passaram a ser utilizados pela 4a geração
>móvel.
>
>No entanto, é sabido que em posterior reunião com autoridades espanholas,
>Portugal mantém intactos os direitos a 3 redes Nacionais em MFN, pelo que
>será fácil substituir os 2 casos de frequências acima do canal 60.
>
>Em conclusão: se bem que o MFN, em pequenas redes SFN, pode ainda não
>resolver todos os casos de recepção deficiente (os ecos do próprio
>emissor continuam a ser um problema) pode no entanto ser a solução para
>as graves deficiências notadas nos últimos tempos devidos às variações de
>condições de propagação e que originaram milhares e milhares de queixas.
>Estas variações serão uma constante todos os anos, principalmente no
>Verão. Portugal dispõe não de um, mas sim de 3 direitos negociados com
>Espanha para ter no ar 3 Multiplexes diferentes e em MFN. O apagão
>analógico já se deu, o espectro está aí. A população gastou com esforço
>muito dinheiro para se adaptar. Merece agora um serviço condigno.
>
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>CLUSTER  radio-amador.net
>http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster



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