ARLA/CLUSTER: Em 1859 foi regista a Primeira Interferência Solar nas Comunicações da Terra
João Gonçalves Costa
joao.a.costa ctt.pt
Terça-Feira, 6 de Setembro de 2011 - 13:22:02 WEST
Primeira Interferência Solar nas Comunicações da Terra
Em 2 de Setembro de 1859, os telegrafistas por toda a América do Norte notarão algo peculiar: seus equipamentos continuavam a funcionar mesmo desconectados da rede eléctrica. O que estava acontecendo de tão especial naquele dia e como eles podiam continuar enviando e recebendo telegramas mesmo sem estarem conectados à rede eléctrica?
Uma labareda solar de proporção gigantesca estava bombardeando a Terra com tanta energia que as linhas telegráficas foram energizadas. Os telegrafistas dos Estados Unidos informaram que seus telégrafos estavam operando melhor do que nunca por causa do retorno eléctrico que estava recebendo das linhas telegráficas.
Este evento marcou a primeira observação dos efeitos que o Sol tem sobre uma rede de comunicação. Naquele tempo, os cientistas ainda não haviam correlacionado os eventos observados no Sol com o magnetismo terrestre porque o conhecimento ainda não era largamente disseminado.
Na infância da ciência espacial, várias teorias tentavam explicar fenómenos como Aurora Boreal, uma delas bastante curiosa:
A Aurora (electricidade desprendida das crateras dos vulcões) em parte se dissolve na atmosfera, outra parte se espalha pelo espaço ou se concentra em uma substância gelatinosa formando meteoros, chamados de estrelas cadentes. Estes meteoros se dissolvem rapidamente no ar da atmosfera, mas às vezes, antes de se dissolverem completamente, alcançam a Terra na forma de um pó fino tipo amido.
Hoje sabemos que quando uma labareda solar atinge a Terra, o campo magnético do nosso planeta (região chamada de magnetosfera) é "chocalhado". À medida que o plasma magnetizado emitido pela Sol empurra as linhas de força da magnetosfera, uma intensa corrente eléctrica é induzida em toda a atmosfera terrestre. Se a energia desprendida pelo Sol for muito intensa, as correntes induzidas na Terra podem ser captadas por linhas de transmissão de energia e pode causar apagões em escala mundial. Satélites e aviões podem ser danificados permanentemente caso sejam expostos a tais correntes.
De 1859 até hoje, o homem percorreu um longo caminho de desenvolvimento tecnológico, mas muito pouco pode ser feito caso uma nova labareda solar seja desprendida em direcção à Terra.
Fonte: Luciano 'Luc' Moreira (PY8AZT) em DXBrasil
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