ARLA/CLUSTER: Universidade de Aveiro cria o rádio do futuro
João Gonçalves Costa
joao.a.costa ctt.pt
Terça-Feira, 22 de Março de 2011 - 18:23:13 WET
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Nuno Borges de Carvalho - Protótipo do rádio do futuro
O rádio do futuro é um equipamento que transforma ondas rádio em conteúdos, permite usar o espectro de forma mais eficiente e pode ser útil em catástrofes, para encontrar sobreviventes.
O projecto, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, já foi distinguido pela Associação dos Operadores de Telecomunicações.
Na próxima sexta-feira, 25 de Março, às 15H30, o rádio do futuro vai ser apresentado na 2ª edição da conferência R dio em Congresso.
Mais informação
http://www.wix.com/paulacordeiro/congressoradio
Universidade de Aveiro cria o rádio do futuro
Investigadores da Universidade de Aveiro (UA) estão a desenvolver um rádio futurista que pretende recriar o funcionamento do ouvido humano, no que virá a ser um aparelho de bolso que capta, simultaneamente, frequências de rádio, televisão, internet, telemóvel e ‘walkie-talkies’.
Por enquanto, o protótipo da UA ainda tem o tamanho de uma folha A4, mas a investigação já foi distinguida com o Prémio PLUG 2010, atribuído pela Associação dos Operadores de Telecomunicações às grandes inovações do setor.
Nuno Borges Carvalho é o coordenador do projeto e explica que para esse reconhecimento contribuiu o facto de a equipa da instituição ser a primeira que recorre a uma “analogia com a cóclea humana para garantir a diversidade de frequências” no mesmo equipamento.
“A ideia deste ‘rádio inteligente’ surgiu em 2000 e pertence a um investigador sueco”, revela Borges Carvalho. “Neste momento há uma série de universidades a desenvolverem projetos de implementação dessa ideia, mas nós somos os primeiros a usar uma analogia com a cóclea para tentar criar um ouvido digital para rádio”.
Na prática, isso significa que o novo aparelho poderá captar ondas eletromagnéticas de diferentes frequências (uma para televisão, outra para rádio FM e assim sucessivamente), da mesma forma que a cóclea se adapta a uma vasta gama de sons – uns em escalas mais agudas ou mais graves do que os outros.
Prémio PLUG 2010
Equipa da UA em busca do rádio inteligente
Um aparelho multifunções que pudesse funcionar como rádio, televisão ou telemóvel e substituísse todos estes, bastando apenas a instalação de software para cada caso, significaria uma importante economia de meios. É com essa perspectiva que trabalha uma equipa de investigadores do Instituto de Telecomunicações (IT) e do Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática (IEETA). O reconhecimento já começou com a atribuição do Prémio PLUG 2010.
A base funcional deste rádio inteligente está na capacidade de captar uma vasta gama de frequências, de as separar e ouvir simultaneamente, ao contrário do que acontece com os rádios, televisões e telemóveis que são pré-concebidos para funcionar numa estreita gama de frequências.
Uma versão menos complexa destes rádios do futuro deverá conseguir procurar frequências não utilizadas pelos diferentes operadores, ou seja, o chamado rádio oportunista. Actualmente, cada operador reserva uma determinada gama de frequências para o seu serviço, mas usa apenas algumas, nunca usando todas simultaneamente. É como se num restaurante um conjunto de lugares estivesse permanentemente reservado para clientes que raramente aparecem, explica o líder da equipa de investigadores da UA, Prof. Nuno Borges de Carvalho. O grupo fundador de seis investigadores, inclui ainda os Professores José Neto Vieira, especialista em processamento de sinal para áudio, e Arnaldo Oliveira, perito em hardware reconfigurável, todos eles investigadores no IT e no IEETA.
O trabalho desenvolvido pela equipa que inclui ainda, para além dos três professores, os estudantes doutoramento Nelson Silva, Daniel Albuquerque e Pedro Miguel Cruz, venceu a mais recente edição do Prémio PLUG, atribuído pela Associação dos Operadores de Telecomunicações (APRITEL). O projecto designa-se «Rádios Cognitivos», tem, como base, um projecto aprovado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia com o título «Transceptores Adaptáveis para Comunicações Cognitivas Sem-fios (TACCS)», e deu já origem a diversos artigos publicados em revistas científicas. Actualmente, a equipa já envolve, para além dos seis elementos iniciais, mais meia dúzia de investigadores.
Embora em fase de protótipo – e ainda em evolução -, a nova tecnologia traduzir-se-á numa redução significativa nos custos e em ganhos de eficiência no uso do espectro de frequências. Segundo o coordenador desta equipa multidisciplinar, dentro de cinco a 10 anos deverão surgir no mercado estes rádios oportunistas, capazes de procurar frequências não utilizadas.
Fontes: Programa Click, Diário das Beiras e jornal digital da Universidade de Aveiro.
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