Re: ARLA/CLUSTER: RE: TDT: Subsídios a grupos carenciados para que a televisão chegue a todos

Gomes ct1hix sapo.pt
Quinta-Feira, 10 de Março de 2011 - 20:17:07 WET


Boas
Para o que a televisão dá, por mim podem desligar tudo!!!

73 Gomes CT1HIX
----- Original Message ----- 
From: "João Gonçalves Costa" <joao.a.costa  ctt.pt>
To: "'Resumo Noticioso Electrónico ARLA'" <cluster  radio-amador.net>
Sent: Thursday, March 10, 2011 2:04 PM
Subject: ARLA/CLUSTER: RE: TDT: Subsídios a grupos carenciados para que a 
televisão chegue a todos


TDT: ANACOM nega evidências

Os leitores mais atentos saberão que tenho criticado as televisões pela 
ausência quase total de informação relacionada com a televisão digital 
terrestre, apesar de não ter faltado matéria de interesse, como poderão 
verificar consultando o histórico de posts do blogue TDT em Portugal. Apesar 
de serem as principais interessadas que o processo de adesão à TDT decorra 
da melhor forma, as poucas notícias ou reportagens já emitidas têm sido 
curtas, pouco esclarecedoras e quase sempre com alguma informação errada 
pelo meio. Ontem a SIC Notícias destacou a TDT no seu programa Falar Global, 
onde entrevistou dois responsáveis da ANACOM, entidade intimamente ligada à 
implantação da televisão digital terrestre no nosso país.

Na referida reportagem os responsáveis da ANACOM afirmaram que apenas 
cidadãos a receber o rendimento social de inserção, reformados e 
pensionistas com rendimentos inferiores a 500 Euros ou cidadãos com grau de 
deficiência superior a 60% terão direito a comparticipação parcial do custo 
do equipamento (as instituições de comprovada valia social parecem ter sido 
esquecidas). Esta comparticipação será atribuída após o envio da respectiva 
factura de aquisição e de documentos comprovativos da sua situação para um 
endereço postal a divulgar. Segundo a ANACOM, após o recebimento da 
comparticipação, o custo final do equipamento ficará entre 15 a 20 Euros.

Infelizmente, no essencial, e excluindo o paradoxo do tema principal do 
programa ser a TDT e do programa ser emitido apenas num canal codificado 
(logo em principio não acessível aos potenciais interesssados na TDT), o que 
poderia ter sido uma oportunidade para obter respostas às questões mais 
pertinentes, foi na minha opinião, pouco mais do que tempo de antena 
concedido à ANACOM para mais uma vez negar as evidências e distorcer a 
realidade.

Na entrevista um responsável da ANACOM afirmou que a cobertura terrestre da 
TDT ficou completa no final de 2010! Ora, como todos podem comprovar e já 
foi oportunamente noticiado pelo blog TDT em Portugal, no site oficial da 
TDT, a indicação da meta de cobertura de muitas localidades, que apontava 
para 31/12/2010 (data fixada como limite para a cobertura total da 
população), foi no final do ano substituída pela informação: cobertura em 
actualização! Ainda em 22/02/2011, também no site oficial, a lista de 
emissores com data de 31/12/2010 não está ainda completa, do total de 180 
emissores adiantados pela PTC no inicio da implantação da rede, apenas 153 
se encontram listados. Situação idêntica se verifica no site da ANACOM. Aí, 
apenas 152 emissores estão listados e com data de actualização já de 
16-02-2011! Mas, apesar disso, o responsável da ANACOM afirmou que: 
«instalação da rede, coberturas, está tudo montado», «as obrigações de 
cobertura da totalidade do território…foi concluído até ao final do ano 
passado»!

Também relativamente aos receptores TDT (vulgo caixas adaptadoras), 
necessárias para tornar a esmagadora maioria dos televisores compatível com 
a TDT portuguesa, a informação da ANACOM é enganadora. A ANACOM refere um 
equipamento de baixo custo (30-35 Euros) e que esteve disponível no mercado 
durante um curto período de tempo. Segundo a avaliação da própria DECO 
(parceira da ANACOM através de protocolo de colaboração), a compra desse 
equipamento não é aconselhada, para além de se informar que está em período 
final de comercialização. Eu próprio investiguei esse receptor quando surgiu 
no mercado (entretanto já fora de comercialização) e cheguei à conclusão que 
o mesmo não oferecia garantias de suporte técnico (essencial caso seja 
necessário actualizar ou corrigir falhas no equipamento), um parâmetro que 
considero fundamental, mas aparentemente negligenciado quer pela DECO quer 
pela ANACOM. Actualmente, o equipamento mais acessível à venda (de gama 
baixa) custa aproximadamente 50 Euros. Utilizando como referência os modelos 
referidos nos testes da DECO (testes que me suscitam algumas reservas), o 
preço médio dos modelos recomendáveis (boa qualidade) é de aproximadamente 
79 Euros, ou seja mais do dobro do equipamento referido.

É lamentável que os entrevistadores não confrontem os responsáveis com estas 
e outras contradições, aceitando respostas tão facilmente refutáveis. Por 
exemplo, porque não se questionou também sobre o que sucedeu ao processo de 
certificação de televisores e set-top-box’s? Terá sido deficiente preparação 
dos entrevistadores ou condição prévia para obter a “colaboração” da ANACOM?

Este tipo de “informação” parece-me uma tentativa desesperada da ANACOM de 
mascarar a realidade. Mas qualquer cidadão interessado e minimamente 
inteligente pode facilmente comprovar quem fala verdade. Basta pesquisar na 
Web e procurar nas grandes superfícies e no comércio especializado.

Infelizmente, a prometida campanha de informação à população tarda, mas a 
máquina de desinformação já faz horas extra!

Chamo a atenção para o facto de existirem no mercado muitos equipamentos que 
exibem a sigla MPEG-4, mas que são apenas capazes da leitura de ficheiros 
multimédia nesse formato, não permitindo a recepção da TDT portuguesa. Para 
que o equipamento seja apto a receber a TDT portuguesa deverá ser capaz de 
“descodificar” o sinal de antena emitido em MPEG-4 (ou H.264).

O video do programa Falar Global da SIC Notícias está disponível aqui
( http://videos.sapo.pt/lyqYZg2Mi03jDYKOt7Rh ).

Mau jornalismo

É muito triste verificar que alguns meios de comunicação social aceitam 
participar em campanhas de desinformação. Não bastava ocultarem do público 
as verdadeiras notícias sobre o processo desastroso da introdução da TDT em 
Portugal, agora manipulam-se dados estatísticos. Não acredito que seja 
“apenas” mau jornalismo, julgo que estamos perante “notícias” encomendadas, 
destinadas a falsear a verdadeira situação da televisão digital terrestre 
portuguesa. Lamentável…

Fonte: Blog TDT em Portugal

-----Mensagem original-----
De: cluster-bounces  radio-amador.net 
[mailto:cluster-bounces  radio-amador.net] Em nome de João Gonçalves Costa
Enviada: quinta-feira, 10 de Março de 2011 13:41
Para: 'Resumo Noticioso Electrónico ARLA'
Assunto: ARLA/CLUSTER: TDT: Subsídios a grupos carenciados para que a 
televisão chegue a todos

Governo garante subsídios a grupos carenciados para que televisão chegue a 
todos

O Governo garante que vai subsidiar os grupos com menores recursos 
financeiros, os cidadãos com necessidades especiais e as instituições de 
cariz social para garantir que todos os portugueses tenham acesso à 
televisão digital terrestre (TDT).

"Todos os portugueses vão poder assistir [à TDT] independentemente do local 
onde vivam e dos seus rendimentos, através de um programa de subsidiação aos 
grupos de menores recursos financeiros, cidadãos com necessidades especiais 
e instituições de comprovada valia social", disse hoje o ministro das Obras 
Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça.

O ministro falava durante a apresentação da primeira campanha de 
sensibilização da opinião pública portuguesa sobre o 'switch-off' (cessação 
das emissões analógicas) e passagem definitiva para o digital em Abril de 
2012, mas escusou-se a esclarecer mais pormenores sobre os subsídios a 
atribuir ao ser questionado pelos jornalistas após a iniciativa.

Durante a apresentação, António Mendonça sublinhou desta forma duas ideias: 
a necessidade de garantir um adequado período de passagem do analógico para 
o digital até ao "apagão" final e da igualdade de oportunidades.

Em declarações anteriores à Lusa, o Governo já tinha dito que as pessoas com 
grau de deficiência de pelo menos 60 por cento, as que recebem rendimento 
social de reinserção ou pensões inferiores a 500 euros vão ter direito a 
comparticipações de cerca de 50 por cento na compra dos descodificadores.

"Somos o primeiro país da Europa com cobertura total", disse António 
Mendonça, lembrando 2,7 milhões de habitações não serão afectadas, restando 
apenas cerca 1,5 milhões de lares com televisão por antena o que obriga à 
migração para a TDT.

O presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), José Amado da 
Silva, frisou a questão da igualdade, admitindo que a "dificuldade é atingir 
o 'todos'" e sublinhando que "o que é decisivo" é que nenhum português fique 
excluído.

"O caminho é difícil, vamos ter vários pontos de referência, mas também é 
possível alguns desencantos. O nosso desafio não é só fazer o 'switch-off é 
para que cada português não fique sem televisão", reforçou.

A campanha de sensibilização da opinião pública arrancou hoje em diversos 
suportes, como a televisão, rádio, imprensa, internet e também no exterior, 
e terá duas fases - a de sensibilização para a mudança e, mais tarde, em 
Setembro ou Outubro a de obrigatoriedade de mudança.

A TDT permite melhor qualidade de imagem e som, transmissão em alta 
definição, pausa da emissão e gravação de programas para USB, mas estas 
últimas funções só estão disponíveis em descodificadores mais caros.

Fonte:Lusa






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