ARLA/CLUSTER: Ciclo Solar 24: A receita do bolo furou definitivamente .

João Gonçalves Costa joao.a.costa ctt.pt
Terça-Feira, 18 de Janeiro de 2011 - 18:04:10 WET


Os cientistas tinham uma espécie de receita de bolo para prever o comportamento geral de cada ciclo do Sol: rápido crescimento com fortes tempestades na superfície do Sol, atingindo seu pico a cerca de 40% da duração total do ciclo, para entrar no período de declínio lento e pacífico, com poucas tempestades solares que se estendia pelos restantes 60% do ciclo.

A receita de bolo dos cientistas furou e definitivamente estamos vivendo um período atípico do Sol. O primeiro furo das previsões foi quanto a demora do mínimo solar – período de transição entre dois ciclos que geralmente levava 6 meses, mas foram longos e amargos 3 anos para nos enterramos o velho Ciclo 23 e comemorar o novo Ciclo 24.

Mas desde o tão esperado “início” do Ciclo Solar 24 foi anunciado, os cientistas tentam explicar a lenta subida do número de manchas solares (SSN) e o Fluxo Solar que não dura o suficiente para provocar mudanças marcantes na Ionosfera – e consequentemente a falta de propagação decente em HF e VHF+.

Até agora, a observação do Ciclo Solar 24 tem dividido a comunidade científica. Uns alardeiam que este será um dos maiores ciclos da história – estaria o Sol tomando fôlego para começar a efervescer? Parece até projeto para a Copa 2014 que não sai do papel (sic) – outros cientistas, no entanto, levantam uma hipótese diferente e intrigante sobre este marasmo da nossa estrela maior.
Existe uma corrente científica que estuda a possibilidade de estarmos caminhando para um longo mínimo solar, no qual manchas solares seriam escassas. Esta teoria baseia-se em um período parecido ocorrido no passado e nas mudanças climáticas observados recentemente.

Entre os séculos 10 e 18, a Terra passou por um aquecimento global, seguido por um resfriamento global. Estes dois períodos foram chamados pela ciência, respectivamente, de Aquecimento Medieval (950-1250) e Pequena Era do Gelo (1645-1715).
  
No período entre 1645 e 1715, nomeado “mínimo de Maunder”, as manchas solares tornaram-se muito raras no Sol. Os astrônomos nomearam o período em homenagem a Edward W. Maunder, que estudou como a variação das manchas solares influenciam no clima na Terra. [Fonte Wikipedia]
 
Pouco antes do mínimo de Maunder, houve um período de aquecimento climático chamado de Medieval Warm Perid (MWP) caracterizado principalmente pelo aquecimento do clima no Atlântico Norte, mas identificado em outras regiões como China, Nova Zelândia e outros países. O MWP durou entre 950 e 1250. [Fonte Wikipedia]

A hipótese defendida por alguns cientistas é que estamos vivendo mais um período de anomalia solar – parecido com o mínimo de Maunder. Portanto, o aquecimento global que temos observado nos últimos anos pode ser um alerta para uma nova Era do Gelo causada por um longo período sem atividade solar.


Fonte: Luciano 'Luc' Moreira (PY8AZT) em DX Brasil.




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