RE: ARLA/CLUSTER: Evolução do D-Star.
João Gonçalves Costa
joao.a.costa ctt.pt
Quinta-Feira, 6 de Janeiro de 2011 - 10:32:22 WET
Caro colega Pinto, CT1ANO.
Pelas suas palavras sou levado a acreditar que infelizmente não conseguiu atingir o cerne do exemplo que dei.
Mais uma vez me deu a entender que não está muito aberto a compreender onde quis chegar com o aforismo do caso real que usei, vejamos se consigo comunicar-me de forma a que a “falta de argumentação” não seja uma barreira intransponível para a ideia que gostaria de partilhar consigo particularmente, e com todos os restantes subscritores deste Fórum, a fim de os convidar a reflectirem sobre um determinado número de questões essenciais para se compreender o Radioamadorismo actual.
Independentemente de lhe proporcionar ou não alguma informação fundamental e muito importante sobre o sistema D-Star, a qual não considera nas suas intervenções, partilho, com toda a generosidade, apenas os seguintes 2 pontos de partida (e questões anexas), para eventualmente poder vir a meditar, de outra forma, acerca do Radioamadorismo actual:
- Admitamos que, pelo facto de um qualquer sistema de radiocomunicações no Serviço de Amador estar ligado a outros meios de telecomunicações, não possa ser encarado como uma forma de radiocomunicações clássica dos Radioamadorismo até finais do século passado.
Dado que, em várias etapas, nomeadamente naquela em que o sinal é difundido nas faixas de frequências autorizadas no Serviço de Amador, o processo se comporta como uma forma tradicional de radiocomunicações no Serviço de Amador... Acha que é justo ou até razoável afirmar que se trata de um «sistema de comunicação não radioamadoristica»? Será mesmo que os contactos em D-Star são só consumados exclusivamente via Internet?
Compreendo que é um entusiasta fervoroso dos desafios do Dx em Ondas Curtas e em VHF, um "atleta" dos concursos via rádio, se sintam algo distanciado dos contactos em longa distância com a intervenção “divina” dessa forma de propagação que pouco falha nem oferece resistência, conhecida pelo nome de Internet... mas será que faz algum sentido radicalizar opiniões de forma obtusa e intransigente, relegando o D-Star e o Echolink para um plano perverso, como se fosse uma transgressão, uma ofensa, um pecado ou um delito ao Radioamadorismo?
Será que pelo facto de uma estação repetidora D-Star fazer uso de complexos sistemas de radiocomunicações em frequências de micro-ondas (que a esmagadora maioria dos Radioamadores nacionais não tem condições tecnológicos ou o conhecimentos técnicos para as implementar), nomeadamente nos feixes direccionados de ligação entre o local onde se encontra e o ponto de rede mais próximo, distante muitas dezenas de quilómetros... Será que podemos dizer, com absoluta convicção e clareza, que estamos perante uma faceta pouco técnica e de condição subalterna no Radioamadorismo?
Será justo proibir aos colegas que de outra forma não teriam condições ou autorização para montarem uma antena de HF ficarem privados de comunicar com estações estrangeiros?... só pelo facto de isso não ser um Dx e a Internet ter aí um papel decisivo?... ou «quem não tem unhas não toca guitarra»?
- O que é o Radioamadorismo no século XXI?... e o Serviço de Amador? (serão a mesma coisa ou coisas diferentes?).
Tudo o que não é tradicional não pode vir a ter lugar no Serviço de Amador?
Os jovens que não sentem o mínimo de interesse pelas formas tradicionais do Radioamadorismo no século XX... não podem ser Radioamadores no século XXI?
Quem não tem possibilidade de montar uma estação típica do paradigma proposto pelos colegas conservadores, não tem o direito de experimentar outras modalidades?... ou temos que respeitar apenas aqueles puritanos e fundamentalistas que exigem estarmos todos habilitados a construir os nossos próprios equipamentos, termos espaço para elementos radiantes até para bandas como os 160 m, 80 m ou para os 40 m, bancadas, instrumentação com uma certa complexidade... um curso técnico de radioelectricidade?
O Echolink é uma das escassas soluções para o colega Fernando Percheiro (CT1UP), senão mesmo a única, não estará você a defender a renuncia a um direito fundamental de um cidadão licenciado para o Serviço de Amador?
Paralelamente pergunto-me... será que o D-Star não constitui de forma alguma um aspecto de progresso técnico-científico?... ou deveremos apenas configurar as nossas estações para a telegrafia (manipulação por tudo ou nada) sem modulação por uma frequência audível, utilizando o Código Morse?
Onde deve parar a evolução?... no preconceito?
Será o arquétipo tradicionalista o que mais fará evoluir e fazer crescer o interesse pelo Radioamadorismo?
Será útil para todos (e cada um individualmente) não aceitarmos e respeitarmos a multiplicidade, a diversidade, a variedade e a abundância de opções técnicas ao nosso dispor no Serviço de Amador?... será útil catalogar, classificar pejorativamente e dividir?... ou... criar classes para além das oficiais, em que uns são “Radioamadores de Primeira” e outros “Radioamadores de Segunda”?
Sem querer melindrá-lo, permita-me uma última brincadeira que espero não me leve a mal: se andar pelos nossos próprios meios (leia-se a pé), fosse a única forma permitida de locomoção ao ser humano, nomeadamente porque todas as outras eram indignas, ignóbeis ou impróprias... a nossa civilização seria certamente muito diferente hoje em dia (mesmo que se tivesse inventado a roda ou a hélice para outros fins).
Dito isto, gostaria que pensasse melhor e não deixasse de andar de carro, de experimentar o helicóptero ou de usar o barco nas suas viagens... respeitando também quem opta pela bicicleta. Se para si pedalar numa bicicleta é descabido... pense só na utilidade que essa forma de locomoção, por alguns considerada desprezível, pode fazer por biliões de seres humanos que não têm actualmente outra alternativa de transporte.
A terminar e só a titulo de informação geral; o crescimento do D-star e do OpenDstar que já está quase com a mesma quota de repetidores; no D-Star vai com 658 repetidores, no Dextra já vao em 417. Se isto não é evolução, o que será evolução!?
João Costa, CT1FBF
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De: cluster-bounces radio-amador.net [mailto:cluster-bounces radio-amador.net] Em nome de Pinto
Enviada: terça-feira, 4 de Janeiro de 2011 20:15
Para: 'Resumo Noticioso Electrónico ARLA'
Assunto: RE: ARLA/CLUSTER: Evolução do D-Star.
Boas uma vez mais.
E agora para terminar com o devido respeito pelo colega CT1UP que não deveria ter vindo a esta discussão.
Na verdade eu não vejo onde o infortúnio deste Colega tenha qualquer coisa a ver com Radioamadorismo, Piedade não por favor.
Desta forma, por falta de argumentação do interlocutor nada mais tenho a dizer.
Pinto CT1ANO
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De: cluster-bounces radio-amador.net
[mailto:cluster-bounces radio-amador.net] Em nome de João Gonçalves Costa
Enviada: terça-feira, 4 de Janeiro de 2011 19:08
Para: 'Resumo Noticioso Electrónico ARLA'
Assunto: RE: ARLA/CLUSTER: Evolução do D-Star.
Boa Noite Colega Pinto, CT1ANO.
Gostaria que um dia, para tal basta ir a um Echolink e fazer essa mesma pergunta ao colega Fernando Percheiro (CT1UP)que se encontra confinado a uma cama numa Casa de Repouso para idosos.
Será que os seus contactos via internet, pois que não tem outra forma de poder comunicar com o mundo que sempre foi seu e quer continuar a estar ligado até ao fim dos seus dias, são Radioamadorismo..? A resposta que obtiver, é a mesma que eu lhe posso dar.
João Costa, CT1FBF
-----Mensagem original-----
De: cluster-bounces radio-amador.net
[mailto:cluster-bounces radio-amador.net] Em nome de Pinto
Enviada: terça-feira, 4 de Janeiro de 2011 18:39
Para: 'Resumo Noticioso Electrónico ARLA'
Assunto: RE: ARLA/CLUSTER: Evolução do D-Star.
Boa noite Colega João.
Então o meu Amigo também é dos que acha que os contactos via internet são Radioamadorismo ?
Agora surpreendeu-me.
Pinto CT1ANO
-----Mensagem original-----
De: cluster-bounces radio-amador.net
[mailto:cluster-bounces radio-amador.net] Em nome de João Gonçalves Costa
Enviada: terça-feira, 4 de Janeiro de 2011 12:16
Para: 'Resumo Noticioso Electrónico ARLA'
Assunto: ARLA/CLUSTER: Evolução do D-Star.
Caro Colega Pinto, CT1ANO.
Não sei em que dados baseia as suas afirmações, mas não devem ser certamente nas mesma fontes que as minhas que relatam exactamente, e com possibilidades de aferição online, precisamente o contrario. Aconselho-o a verificar periodicamente os dados disponibilizados em:
http://www.dstarusers.org/dsm_growth.html
Por sua vez e em Portugal, não conheço nenhuma associação, que tenha anunciado a devolução dos equipamentos antes pelo contrario, existe sim a intenção de expandir o sistema com a colocação dos dispositivos já anunciados, em pleno funcionamento e com ligação à Internet.
João Costa, CT1FBF
-----Mensagem original-----
De: cluster-bounces radio-amador.net
[mailto:cluster-bounces radio-amador.net] Em nome de Pinto
Enviada: segunda-feira, 3 de Janeiro de 2011 23:47
Para: 'Resumo Noticioso Electrónico ARLA'
Assunto: RE: ARLA/CLUSTER: Radioamadorismo Pobre/Rico existe?
Boas noites.
Partilho a ideia de que o D-Star é um sistema de comunicação (não radioamadoristica), que pelas dificuldades de implementação encontradas pela empresa que o desenvolveu (falta de aceitação) foi obrigada a abandonar não sem antes tentar vender todo o que puder do stock existente, a uns tantos incautos que agora não querendo reconhecer o logro em que se meteram (vulgo ensopar com batatas) continuam tentando dar vida ao morto.
Entre os apoiantes desse tipo de comunicações, encontra-mos alguns responsáveis por Associações que por acaso agora, em tempos de falta de ( AR
) possivelmente terão de devolver os equipamentos e provavelmente outras coisas, porque na verdade Amigo Gomes não é uma questão de ricos ou pobres aquela coisa não é Radioamadorismo e ponto final.
Pinto --CT1ANO
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