ARLA/CLUSTER: Comentário à "heresia" da protecção civil

Paulo Santos ct4dk.santos gmail.com
Sexta-Feira, 30 de Dezembro de 2011 - 17:16:58 WET


Caro Eduardo comentários em linha com o seu texto:

Em 30/12/2011 12:54, Eduardo A - CT1EEW escreveu:
> Caro Filipe,
>
> Lamentável-me vive numa cegueira absoluta em que os radio-amadores têm
> de ser protectores civis por obrigação! Enganou-se, isto  aqui não é
> os bombeiros voluntários ou uma outra associação qualquer de pró PC!
> Qual foi a parte da lei ou do fundamento do radio-amador que ainda não
> percebeu? O protector civil não é uma actividade do radio-amador!!!
> Os decretos-lei são muito explícitos "...poderão ser requisitados...
> poderão ser usadas..." não diz que serão protectores civis!!!
>
> Faço aqui um pequeno reparo em 3 ou 4 coisas que escreveu, o resto
> escuso-me a comentar do tipo "...servir a sociedade..." que raio de
> texto e conversa!!!
>
> 1º Quem é a IARU? que ligações tem com o governo Português ou com a
> ANACOM?*( A IARU* *é membro da ITU e CEPT tal como a ANACOM e tem
> acento nas Nacões Unidas, representando os interesses dos
> Radioamadores a nivel Mundial.)* Efectivamente existe uma associada em
> Portugal da IARU mas não representa os interesses dos radio-amadores
> Nacionais só representa os interesses dos seus associados, *(Ao
> defender os interesses dos associados está também a defender os
> interesses dos Radioamaores Nacionais) *o 25 de Abril já foi há muitos
> anos. 
> Ate os próprios, IARU, ANACOM e companhia Lda. dizem que são
> "recomendações da IARU" e a IARU recomenda não passa disso
> mesmo!*(Errado!! A partir do momento que o legislador aponta para a
> legislação essas recomendações, as mesmas passam a ter valor de Lei e
> são para ser cumpridas. /(Vide alinea i) do Anexo 6 " Os modos de
> emissão e larguras de faixa utilizadas deverão seguir o recomendado
> pela IARU....)/)
> *
> 2º Os radio-amadores são radio-amadores não outra coisa qualquer, como
> quer fazer crer!
> 5º Os radio-amadores não são serviço publico são radio-amadores e
> radio-amadorismo é um hobby!
>
> Os radio amadores já foram muito úteis á sociedade em outros tempos
> com outras gentes, em que os meios eram escassos de um modo geral, mas
> hoje...?
>
> ...Hoje a terra está tremer na coxichina... ao mesmo tempo está a
> entrar um video no Youtube... é quejá nem para isto servem "...Dona
> Rosa a sua filha chegou..."
>
> Deixem-se disso e façam o que a radio tem de melhor, faço das palavras
> do Gamito as minhas "... instruirem a si próprios, para se
> intercomunicarem e para efectuar estudos técnicos, a título unicamente
> pessoal e sem interesse pecuniário"
>
> Por outro lado este radio-amadores armados em protectores civis ou
> protectores civis armados em radio-amadores vivem num masoquismo
> constante pelo simples facto de se meterem constantemente em bicos de
> pés, para depois serem desprezados, excluídos... pelas entidades
> oficiais! 
>
> Para a ANACOM os radio-amadores são meros números de clientes!!!  Para
> os outros são simplesmente amadores da radio!!
>
>
>  
>
>
> Eduardo A.
> CT1EEW - CT01110
>
> Artigo 18.o
>
> Situações de emergência
>
> 1 --- As entidades competentes podem recorrer às suas próprias
> estações de amador, bem como aos amadores e às respectivas estações se
> e nos termos em que tal esteja definido nos sistemas nacional e
> regionais de planeamento civil de emergência.
>
> 2 --- Nas situações de emergência, se tal for considerado necessário
> pelas entidades competentes, as estações de amador podem estabelecer
> ligação a estações de outros serviços de radiocomunicações, com
> recurso à transmis- são em frequências distintas das destinadas ao
> serviço de amador e ao serviço de amador por satélite.
>
> 3 --- Nas situações mencionadas no número anterior o ICP-ANACOM pode,
> a pedido das entidades competen- tes no âmbito do sistema nacional de
> planeamento civil de emergência, determinar a suspensão, no todo ou em
> parte, da utilização das faixas de frequências atribuídas aos serviços
> de amador e de amador por satélite.
>
> 4 --- Em situações de emergência, bem como no caso de ocorrência ou
> perigo de ocorrência de acidente grave, catástrofe ou calamidade, as
> estações de amador podem ser utilizadas para o envio de pedidos de
> socorro, desig- nadamente para a transmissão de mensagens relativas à
> salvaguarda da vida humana, devendo ser utilizadas as faixas de
> frequências dos serviços de amador e de amador por satélite. 
>
>
> A 30/12/2011, às 11:33, Filipe Ferreira escreveu:
>
>> *CT1DDW passa a comentar:
>>  *
>> ------------------------------------------------------------------------
>> From: radiophilo  gmail.com <mailto:radiophilo  gmail.com>
>> Date: Fri, 30 Dec 2011 00:57:59 +0000
>> To: cluster  radio-amador.net <mailto:cluster  radio-amador.net>
>> Subject: ARLA/CLUSTER: O radioamadorismo e a "heresia" da protecção civil
>>
>> Há várias razões para este assunto da protecção civil incomodar os
>> radioamadores.
>>
>> 1. As comunicações de emergência não são actividades de
>> radioamadorismo*.(errado, está explicitado do Regulamento da IARU e
>> nacional o contrário, há que obedecer aos regulamentos para não haver
>> o granel que há!)*
>> Embora desde sempre os amadores tenham usado os seus recursos para
>> interceptar, reportar e intervir em situações de emergência
>> simplesmente "porque podem", isso não torna essa actividade um fim do
>> radioamadorismo.
>>
>> 2. Os radioamadores não são protectores civis.
>> Não têm formação, não têm treino, mas mais importante do que isso,
>> não têm disciplina nem disponibilidade nem, na maior parte dos casos,
>> vontade. Em ocorrências reais facilmente se tornam um empecilho e não
>> se pode confiar que apareçam se forem chamados.
>> Colocar uma responsabilidade dessas sobre um radioamador é muito
>> deslocado e injusto. Há dias um colega referia que apesar das
>> associações desenvolverem algum trabalho, os voluntários não
>> aparecem. Pouco me espanta.
>> *(visão distorcida da realidade, há radioamadores que têm formação e
>> treino em socorro, existem os disciplinados e aqueles que têm um
>> voluntarismo acima do razoável, que aparecem quando são chamados -
>> não tomar a parte pelo todo ou vice-versa!)*
>> **
>> *
>> *3. A julgar pela "voz do povo", os meios da protecção civil, quer
>> oficial quer amadora, estão infestados de gente que não merecem
>> grande confiança. Parece que este meio é conflituoso e cheio de
>> esquemas, politiquices e interesses.
>> A cada passo lemos aqui mensagens de colegas ou associações
>> reclamando que muito se prometeu e nada se cumpriu, que foram ou não
>> foram convocados para este ou aquele exercício, e também não faltam
>> histórias de organizações que "exploram" este mercado em benefício
>> próprio ou de alguns.
>> Para muitos amadores, a ideia de se ver associado a semelhante cáfila
>> é assustadora.
>> *(concordo em parte, sou pela autonomia e não inclusão dos
>> radioamadores nestas organizações hierarquizadas,"cáfila" parece-me
>> exagero, e só se associa quem quer)*
>>
>> 4. Há pessoas que defendem a integração da protecção civil no
>> radioamadorismo. Trata-se de pessoas que já têm em si esse interesse
>> e que também são radioamadores. Pensam com toda a naturalidade que
>> podem tirar partido do dos meios do radioamadorismo para desenvolver
>> as suas capacidades protectoras, e fazem tudo para promover essa ideia.
>> *(concordo com este parágrafo, sou pela autonomia dos Radioamadores)*
>>
>> 5. Outras pessoas ainda, vêem na protecção civil uma forma adicional
>> de sustentar a sobrevivência do radioamadorismo, seja pela conquista
>> de novos praticantes com interesse nestas novas actividades, seja
>> pela promoção da ideia de radioamadorismo como serviço público.
>> *(e não terão legitimidade para considerar isto? Sou pela
>> sobrevivência do radioamadorismo e adepto do serviço publico, feito
>> por um radioamador ou cidadão anónimo)
>> *
>> O radioamador comum foge a sete pés destas coisas todas e com boas
>> razões. 
>>
>> Como se está a verificar hoje em dia nos EUA, as tais novas
>> aquisições que fazem as delícias da ARRL têm contribuido pouco para o
>> radioamadorismo. É um bando de protectores, eventualmente bem
>> organizado mas muito mal informado, que obtêm as suas licenças de
>> forma fraudulenta e impostora e que pilham os recursos dos
>> radioamadores para fins que nada têm a ver com o radioamadorismo. São
>> uns parasitas.
>> *(discordo deste fundamentalismo, há lugar para todos no
>> Radioamadorismo para quê ter esta visão redutora? E em Portugal não
>> houve fraude na obtenção de licenças?)
>>
>> *E quanto ao serviço público, também aí há umas palavras a dizer.
>> Ninguém espera que os radioamadores prestem este tipo de serviço. Os
>> objectivos do radioamadorismo estão bem definidos desde há 85 anos e
>> não incluem a prestação de serviços de comunicação a terceiros, mesmo
>> de emergência. Esse trabalho é responsabilidade de outros e não
>> existe delegação aos radioamadores para o executarem.
>> *(errado, leia os 10 princípios básicos do Radioamadorismo,
>> investigue mais por favor não opine sem estar fundamentado!)*
>>
>> E é aqui que reside a heresia que tantos arrepios causa ao amador
>> mais corajoso quando se fala em "comunicações de urgência ou de
>> emergência", mesmo quando exercidas apenas voluntariamente por alguns
>> radioamadores. Não serão o CT1XXX ou CT2YYY a prestar esse serviço ou
>> a efectuar essas comunicações. Serão "os Radioamadores", e isso é que
>> é intolerável para muitos.
>> *(concordo, mas o individualismo e o vedetismo são completamente
>> anulados no seio do Radioamadorismo, somos todos iguais!)*
>>
>> Aquilo que hoje é um gesto de boa vontade ou sobrevivência e
>> demonstração heróica de aptidões, amanhã é um serviço que se exige
>> ser feito e que pode, e deve, ser escrutinado.
>> Não tarda nada temos uma organização montada, com "listas,
>> localizações, meios, contactos", exercícios e avaliações, e até já
>> aqui se sugeriu que a isso somos obrigados pelo nosso novo regulamento.
>> (*exacto, isto que não gosta já está obrigado pelo Regulamento e pela
>> ANACOM, é cumprir o que está estabelecido)*
>>
>> Isto não quer dizer que os radioamadores não possam ter actividades
>> desta natureza, quer por iniciativa própria em caso de necessidade
>> quer quando solicitados. Não há amador que se negue a isso, tenho a
>> certeza. Convém no entanto deixar claro que não é essa a sua função
>> na sociedade.
>> Tal como os militares podem ser chamados a apagar fogos nos casos
>> mais graves no pino do verão, convém que se saiba que não é essa a
>> função deles e que servem para outras coisas.
>> *(isto já é contraditório, antes não "podiam apagar fogos" agora
>> sim!!!! Em que ficamos?)*
>>
>> Mas então para que servem os radioamadores?
>> Como aqui lembrou sabiamente o colega Gamito, servem para "se
>> instruirem a si próprios, para se intercomunicarem e para efectuar
>> estudos técnicos, a título unicamente pessoal e sem interesse
>> pecuniário" *(esta é uma visão muito redutora e individualista, então
>> existimos só para nos recriarmos? E o "apagar de fogos" que referiu
>> antes?)
>> *A sociedade, no seu todo, investe nisto alguns recursos e sem dúvida
>> que espera resultados, que têm sido fornecidos ao longo dos
>> anos. *(esta frase não a compreendo, mas afinal a "sociedade investe"
>> em quem? Nas estações e equipamentos dos radioamadores investem, e
>> muito, os próprios e sem deduções à colecta! "Resultados ...
>> fornecidos ao longo dos anos", será que se refere ao auxílio dos
>> Radioamadores nas emergências?)
>>
>> *Ainda recentemente houve mais um exemplo disso que vem bem a
>> propósito aqui referir.
>> Dos vários exercícios de protecção civil que vão ocorrendo ao longo
>> do ano, houve um promovido ou organizado pelo SMPC de Sintra no qual
>> participaram algumas organizações de radioamadores. Destas, houve uma
>> que se destacou de forma muito proeminente ao proporcionar a
>> transmissão de imagem através do repetidor de TVA de Sintra.
>> Enquanto os outros vão lá fazer o mesmo que os protectores civis já
>> fazem, e melhor, a LARS levou o produto dos tais "estudos técnicos"
>> feitos por radioamadores ao conhecimento e à utilização em primeira
>> mão pelos verdadeiros agentes de protecção civil, para que possam
>> experimentar e ver e daí tirar as conclusões que entenderem.
>> *(já percebi, então só vale quando Radioamadores mostram coisas novas
>> nos simulacros. De resto é "deixar arder que o meu pai é bombeiro"?
>> Também se deixa entender que é adepto da TVA, também gosto entre
>> outras coisas, mas os estudos técnicos a inovação não podem ser
>> guardados em "caixinhas", e quem os realiza não se pode colocar de
>> parte na cidadania.*
>> *Colegas antigos como o CT1CZT-Gamito, referencia na telegrafia sabe
>> que o CW é primordial em comunicações de emergência e que hoje apesar
>> de fora de moda, deve ser promovido. Daí não entender a posição de
>> alguns que defendem que os Radioamadores não devem efectuar
>> comunicações de emergência, nem está sequer nas nossas mãos/arbitrio
>> dizer que não, é obrigação regulamentar e de consciência como
>> cidadãos - existimos como Radioamadores para nos servirmos e servir a
>> sociedade!*
>> *Reparem que nos servimos de um bem comum, o
>> espectro electromagnético, será lógico que retribuamos à sociedade o
>> usufruto deste bem comum com algo maior do que as nossas realizações
>> técnicas, não acham?)*
>>
>> É para isto que servem os radioamadores.
>>
>> 73,
>> António Vilela
>> CT1JHQ
>>
>>
>> 2011/12/26 CT1GZB - José Luís Proença <ct1gzb  netcabo.pt
>> <mailto:ct1gzb  netcabo.pt>>
>> <...> 
>> Não consigo entender que colegas achem uma "heresia" que alguns
>> radioamadores queiram voluntariamente se dedicar às comunicações de
>> emergência e urgência.
>>  <..>
>>
>> _______________________________________________ CLUSTER mailing list
>> CLUSTER  radio-amador.net <mailto:CLUSTER  radio-amador.net>
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