Re: ARLA/CLUSTER: USA: 5MHz para Comunicações de Emergencia

[AV]

Olá João,

Aqui deixo uma breve e livre tradução do texto da Bonnie Crystal.
Isto é muito curioso, e é legítimo procurar diferentes vias para se chegar
aos 60m, mas não haverá aqui algumas dificuldades de princípio?

Afinal as comunicações de emergência são isso mesmo, ao constituir resposta
a ameaças à vida humana elas assumem carácter de prioridade. Toda a gente
compreende este princípio e por isso desde sempre se estabeleceram canais
de comunicações prioritários, e em muitos casos exclusivos, para estas
situações.

Fará assim sentido escolher canais de comunicação de emergência de entre
bandas onde o serviço tem estatuto secundário? e mais ainda com restrições
especiais?
O que se pretende? Apenas responder a emergências que ocorram entre os
intervalos do tráfego do serviço com estatuto primário? Ou será que os
amadores esperam que o seu estatuto passe de imediato a primário em caso de
ocorrência de catástrofes?
E será que a FCC acredita mesmo que em situações de verdadeira emergência
os amadores vão ser disciplinados e transmitir só nos intervalos das
restantes comunicações?

Ou será que tudo isto é apenas um jogo político e ninguém, nem amadores nem
regulador, acredita um só segundo que esta coisa das comunicações de
emergência nos 60m seja assunto sério? Estou mais inclinado para esta
última hipótese.

Aqui fica então a tal tradução.

73,
António Vilela
CT1JHQ


A banda dos 60m oferece aos radioamadores privilégios de operação muito
diferentes nos vários países do mundo. As frequências, regras, propósito,
regulamentação, procedimentos de operação e níveis de prioridade são todos
diferentes em cada país.

Nos EUA, os canais de amador nos 5 MHz foram especificamente solicitados,
justificados e aprovados primariamente para comunicações de emergência. A
justificação apresentada é a necessidade de comunicações NVIS a nível
regional para cobrir o lapso de propagação entre os 40 e os 80 metros.
 O processo de conseguir acesso a estas frequências dos 5 MHz para os
radioamadores foi longo e exigente.

Recentemente, na sequência de mais um processo plurianual de propostas e
decisões, a FCC aumentou ligeiramente os privilégios dos radioamadores nos
5 MHz. No entanto, a FCC aplicou restrições técnicas ainda mais exigentes
para a operação nos 5 MHz do que em quaisquer outras bandas de amador. Os
60 metros não são uma banda normal de amador.

Nesta nova decisão, a FCC reafirmou e enunciou com clareza restrições
significativas para os amadores nos 5 MHz. Os amadores são utilizadores
secundários (ou menos ainda), e os utilizadores primários dos canais dos 5
MHz não podem ser interferidos de forma alguma.

Não interferência com um utilizador primário não significa apenas deixar de
transmitir quando isso for solicitado. Pode também significar não
transmitir se houver *alguma possibilidade* de impedir um utilizador
primário de usar ou iniciar comunicações num canal, mesmo que não seja
especificamente solicitado. A única esperança de cumprir com o nosso
requisito de não interferência é utilizar transmissões muito curtas e
escutar/observar cuidadosamente entre transmissões.

Quais são algumas das práticas comuns de radioamadorismo que poderão não
ser adequadas para a operação na banda dos 5 MHz 60 m nos EUA?

1. Chamadas CQ DX
2. Chamadas gerais longas
3. Longas sessões de "serra presunto"
4. Pilhas
5. Transmissões com potência elevada
6. Concursos
7. Envios de longas descrições via PSK31

De forma a estarem preparados para as comunicações de emergência, os
amadores devem estar bem familiarizados com a banda e ter equipamento capaz
de operar nos 5 MHz, o que só pode acontecer se os amadores participarem
activamente em operações na banda dos 5 MHz. De alguma forma, temos de
conseguir equilibrar um bom nível de actividade com o requisito de não
interferência. Encontrar este equilibrio pode ser difícil mas na sua
maioria os amadores são bastante competentes nas boas práticas de operação.

Cada operador amador ao transmitir nos 5 MHz deve prestar especial atenção
aos diferentes procedimentos e métodos de operação exigidos por esta
autorização única.

Estão em preparação propostas à ITU para criar uma alocação internacional
para os radioamadores nos 60 metros com estatuto secundário.

Se se verificar que os amadores nos EUA operam sem respeito pelo espírito
das solicitações, justificações e aprovações pelos quais obtivémos os
privilégios nos 5 MHz, então será extremamente difícil obter o apoio da FCC
para este aumento do espectro.

Cumprimentos,
Bonnie Crystal KQ6XA
http://hflink.com/5mhz
http://hflink.com/60meters





On 24 December 2011 17:47, João Costa > CT1FBF <ct1fbf  gmail.com> wrote:
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