ARLA/CLUSTER: "Echolinks" e "LSF"
Sergio Matias
sergio.matias gmail.com
Terça-Feira, 12 de Abril de 2011 - 18:38:24 WEST
Caros,
tenho acompanhado as notícias sobre as autorizações para estações que
operam.. "Echolinks"...
Talvez não me deva surpreender com tal atitude do regulador, ao emanar as
ditas regras e autorizações, mas desde que sou amador de rádio sempre me
questionei o porquê da proibição de interligação de estações repetidoras de
fonia nas faixas de VHF e UHF, ditas "convencionais".
Existirão, por certo, diversos motivos para uma associação de amadores que
explora um conjunto de repetidores de fonia pretender efectuar uma
interligação entre duas ou mais, com vantagens óbvias para quem as utiliza.
Mas, sendo proibido, qual a forma que se encontrou para alguns poderem
contornar a situação? "Echolinks" e afins, usando a Internet como suporte
para a interligação, e aproveitando um vazio legal ou apenas a "distracção"
do regulador..
Portanto, o regulador, ao invés de potenciar o desenvolvimento e
aperfeiçoamento das técnicas de exploração de estações repetidoras de fonia
"convencionais", autorizando a sua interligação nas faixas de UHF, que é
prática comum nas bandas exploradas comercialmente, embarca na maré do
facilitismo proporcionado pela Internet ao permitir a proliferação de
sistemas "Echolink" simplex/repetidores, que salvo melhor opinião, não
constituem para mim um grande desafio tecnológico.
Já aqui foi dito que existem inúmeras soluções de comunicação através da
Internet, VOIP e afins, e é certo que nós, amadores de rádio, devemos
utilizar a evolução tecnológica das comunicações a nosso proveito,
nomeadamente a Internet, pois esta permite uma aproximação e fluxo de
conteúdos que complementa a nossa actividade, sendo a lista ARLA/Cluster um
bom exemplo disso.
Mas será que nós, amadores de rádio, pioneiros em várias vertentes e
importantes contribuidores para o estado actual das comunicações globais,
que constituímos uma "raça em extinção", pois ainda podemos comunicar
livremente através das ondas de rádio, sem recurso a redes exploradas
comercialmente, devemos embarcar também neste facilitismo proporcionado pela
Internet de uma forma significativa e servirmo-nos dela para as
interligações entre sistemas "Echolink" e similares, sem sistemas de
recurso, ou sem sistemas complementares?
Que desafio constitui fazer o download do programa "Echolink", instalá-lo,
efectuar o registo, entrar na rede, e estabelecer uma ligação com outro
correspondente na Internet, sem recorrer ao "nosso" espectro rádio? Talvez o
mais complicado será mesmo o ajuste do nível do microfone, para não provocar
distorção.. Precisaremos de indicativos? Estaremos a estabelecer um QSO?
Fará sentido intitularmo-nos amadores de rádio nestas condições?
NOTA: Não sou contra nem a favor dos "Echolinks", mas é assunto que merece
uma reflexão. Não alimentarei discussões fúteis ou responderei a qualquer
tipo de provocações originadas por este assunto. Imperará o senso comum sem
desrespeito para com as regras deste espaço de discussão.
Cumprimentos,
--
Sérgio Matias, CT1HMN
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