ARLA/CLUSTER: Apresentação e avaliação do ano de vigência do DL nº 53/2009
José Miguel Fonte
etjfonte ua.pt
Terça-Feira, 30 de Março de 2010 - 23:21:45 WEST
Boa noite, novamente:
Pedro Ribeiro escreveu:
>
> Há uns meses, essencialmente pela frustração que é actualmente o
> processo politico/burocrático em qualquer das funções que exerço
> profissionalmente, resolvi à titulo de "hobby" de casa voltar a mexer
> nestas coisas da RF.
E fez muito bem.
> Perdoem-me o que alguns podem assumir como arrogância, mas, acho que
> com umas semanas de revisão da matéria desta área que tive no curso
> conseguia passar no exame de Classe 1, não tenho tal pretensão, o
> estututo de "hobby" que pretendia manter era apenas para "brincar" um
> pouco com linhas de transmissão, antenas e modos de transmissão em
> diversas bandas.
>
Não é arrogância, é simplesmente uma constatação da realidade.
Infelizmente tal pretensão está, neste momento, bloqueada por um limite
temporal, incontornável (ou quase).
> Infelizmente verifico que a lei publicada à cerca de 1 ano cria um
> fosso que é deveras desmotivante da entrada nesta comunidade, apesar
> de considerar que o facto de ter um curso superior da área me deveria
> dispensar dos exames técnicos, não me importo de os fazer por
> compreender a necessidade de uma avaliação comum aos candidatos das
> diferentes origens, no entanto o facto de realizar um exame e pagar as
> taxas associadas à legalização como amador classe 3 e depois ficar
> basicamente com o direito de fazer o mesmo que já faço há meses, de
> vos escutar é frustrante. E durante 2 anos!!
> Alguns podem argumentar que poderei transmitir acompanhado por colegas
> de classe superior, no entanto, há que concordar que é uma situação
> que não encaixa no "ritmo" dos anos actuais, se é "hobby" é para
> realizar em tempos livres e os meus (e acredito da maioria de vós) são
> curtos, não posso ir todos os dias a uma associação ou a casa de um
> colega (conheço alguns mas nem têm QTH na zona).
>
Não é um fosso, é um abismo... ou talvez um buraco negro.
O mais estranho é que a probabilidade de o colega, de classe
superior, de que se fizer acompanhar para poder transmitir, ter
conhecimentos inferiores aos seus é bastante elevada. Perdoem-me a
franqueza.
> Fará sentido investir em equipamento (caríssimos muitos deles) para
> fazer RX durante dois anos até ficarem obsoletos e a PTT servir de
> casulo para aranhas?
> Como raio querem que me prepare se nem sequer posso praticar?
>
Posso propor-lhe que ignore o rádioamadorismo até 2012. Depois volte
como se fosse a primeira vez.
> Como seria se ao termos tirado a carta de condução tivessemos que
> estar 2 anos sem conduzir, apenas a ver os outros? É mais perigoso
> transmitir em equipamentos de amador que conduzir um veículo?
Enfim...
>
> Que fique claro que não sou apoiante do caos nem da entrada anarquica
> de pessoal sem o conhecimento das regras de funcionamento da
> comunidade amadora, no entanto, considero que este aspecto da lei
> deveras desadequado, acho que fazia mais sentido uma limitação de
> bandas e/ou frequencias e potencias à classe 3 e a existência de um
> "tutor" que fosse de forma reactiva (não necessariamente presencial)
> acompanhando a formação dos novos membros.
Esta imposição legal só tem como único objectivo causar o transtorno
que refere. Não se ganha nada.
>
> Desculpem a mensagem longa, mas precisava de contexto para a "questão"
> propriamente dita.
>
> O que é que vós a titulo pessoal ou no contexto das associações acham
> do resultado deste aspecto (e de outros que achem por bem) da lei em
> vigor à cerca de 1 ano?
A haver rádioamadores novos, estes não podem falar. Se, estes, não
conhecerem nenhum rádioamador pessoalmente, a probabilidade de
transmitirem e darem-se a conhecer é praticamente nula. Julgo que até
agora, apenas um colega "novo" (com indicativo ao abrigo da nova lei)
surgiu nesta lista (existe um outro, que obteve indicativo de classe 1
devido a reciprocidade).
> Têm numeros estatísticos acerca da variação da "população" da
> comunidade amadora?
>
Os dados estatísticos na página da ANACOM não reflectem nada
posterior ao primeiro trimestre de 2009. Diria que em muitos aspectos a
página está bastante desactualizada.
> Não acham que estão (eu, talvez amanhã, mas só em RX) em extinção?
>
Provavelmente.
> Não fará sentido pressionar o regulador no sentido do ajuste das
> regras de forma a garantir a sustentabilidade da comunidade?
>
Eles não gostam de ser pressionados. Aliás, pouco gostam de
trabalhar. Melhor ainda, eles estão a borrifar-se para nós.
> Notas finais:
> QTH em São Francisco, Alcochete
> Já tive algumas conversas sobre o assunto com pessoas de algumas
> associações.
> Estou a realizar esforços no sentido de reactivar a estação CS1SEL que
> há alguns meses está parada e suportava diversos serviços de modos
> digitais (APRS, AX.25 gateway, etc.) à comunidade na zona de Lisboa.
>
Já está desligado há algum tempo.
>
> Espero não ter metido já a "pata na poça" para correrem comigo antes
> do primeiro TX.
Pelo contrário. Opine e participe.
> Acho que não excedi o tempo do repetidor, este não tem limitações
> (ainda!)
>
Essa é gíria de quem está a ouvir muitos repetidores :)
> 73's para todo o pessoal!
>
Vai-me perdoar, mas uma vez que está a começar, convém cortar nos
"tiques" da CB :)
73 e não 73's (pronto, já me vão cair em cima :))
Cumprimentos,
73 de ct1enq
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