Re: ARLA/CLUSTER: Portugal - Comunicações Aeronáuticas

Radiophilo radiophilo gmail.com
Quinta-Feira, 21 de Janeiro de 2010 - 03:40:34 WET


Caro Redondo,

Permita-me que lhe responda na sequência do seu texto.

2010/1/19 Pedro Redondo <ct1hzu  gmail.com>:
> Colega António Vilela,
>
> Gostaria de lhe agradecer o facto de ter esclarecido a questão, mas…
> permita-me discordar de alguns pontos, e o que vou dizer é somente a minha
> opinião e um contributo para o debate de ideias e não o combate de opiniões.
>
> As comunicações sejam elas quais forem têm sempre o seu grau de importância
> que poderá ser relativo nalgumas situações e vitais noutras. Do meu ponto de
> vista e sublinhando o que o António Matias referiu numa mensagem anterior,
> já todos percebemos a apetência que os terroristas têm pelos aviões e também
> já percebemos porquê. Tal como o colega Vilela referiu no último parágrafo
> também se pode aprender algo escutando as comunicações aeronáuticas e por
> isso, se qualquer pessoa bem intencionada pode aprender algo, uma mal
> intencionada aprenderá muito mais, e é por isso que acho que as comunicações
> “livres” no meio aeronáutico estão de facto bastantes vulneráveis.

1. Se alguém quiser aprender algo sobre a aviação, não tem mais do que
inscrever-se numa escola de voo. Aprenderá certamente muito mais em
poucos dias do que em centenas de horas de escuta da tardes da Júlia.

2. Não compreendo porque é que as faculdades cognitivas de uma pessoa
mal intencionada hão de ser superiores às de uma pessoa bem
intencionada. Será por isso que se se chamam "totós" a estas últimas e
"chicos espertos" às primeiras?

3. Desafio-o a  dedicar algum tempo a escutar e compreender estas
comunicações, conceber algum plano maquiavélico de uso da informação
captada para fins terroristas e depois a voltar aqui e dizer-nos o que
concluiu.

> Não acho que haja um paralelismo evidente no exemplo que referiu entre a
> codificação digital de mensagens transmitidas entre aeronaves ou aeronaves e
> torres de controlo e a entrada e passagem numa região onde hajam problemas
> evidentes de terrorismo.

Eu também não vejo paralelismo entre os casos que refere.
A minha comparação respeitava à ocultação de informação essencial para
se desempenhar determinada tarefa. Tal como eu preciso de um mapa e de
compreender os sinais de trânsito para poder circular com eficiência e
segurança, também preciso de ter cartas aeronáuticas e conhecer as
frequências de ATC para poder voar nas mesmas condições.
O que talvez lhe tenha escapado do meu argumento é que não há nada que
distinga qualquer um de nós de um piloto.

> O que eu acho é que é perfeitamente exequível a
> implementação de um sistema de comunicações fechado com capacidade de
> registar cada mensagem transmitida, a origem e o destino por exemplo e com a
> capacidade de override em caso de interferência propositada ou não no caso
> de dropouts.
> Ora, como referiu, existem já vários protocolos propostos para a
> implementação de comunicações digitais, portanto o que eu disse noutra
> mensagem não é assim tão descabido, e se já existem comunicações digitais,
> logo, só por si estas já se encontram codificadas por um algoritmo que
> transforma o sinal analógico em digital, por isso, se se quiser incrementar
> o nível de segurança dessas comunicações, basta colocar na sequência do
> processo, um algorítmo proprietário (independentemente dos interesses
> inerentes) capaz de assegurar uma comunicação segura e livre de
> interferências.

Bem, isso é um salto muito grande. Falávamos da pertinência de ocultar
ou divulgar as frequências dos canais de comunicação aeronáutica e de
repente já estamos a propor um novo sistema de comunicações para
aplicação mundial. Isso assim em meia hora é um bocado difícil...
O que eu disse foi que não tinha conhecimento de propostas para cifrar
essas comunicações digitais. Não quer dizer que não existam.

>
> Bem sei e, como referiu que, o espaço aéreo é público e os serviços de
> navegação aéreos também são públicos… são agora, mas será que irão
> permanecer assim para sempre (os serviços claro)

Até onde está disposto a encolher-se para dar espaço aos terroristas?
Qual é a sua proposta? Penso que isto já é um pouco "off-topic".

 e mesmo que permaneçam,
> será que isso é impeditivo de implementar um sistema “fechado” de
> comunicações ? Eu acho que não e, mais uma vez parafraseando o António
> Matias, se é para salvaguardar a integridade física, sentia-me eu mais
> seguro e também os governos dos demais países se este tipo de comunicações,
> assim como todas as restantes informações que existem disponíveis
> relativamente a voos não fossem disponibilizadas.

Bem não sou especialista em terrorismo, nem em anti-terrorismo, nem
tão-pouco em segurança.
Eu limito-me a constatar que as comunicações são abertas por necessidade.
No nosso mundo civilizado e livre, qualquer um pode tirar um curso de
piloto, comprar um avião e voar no espaço aéreo internacional.
Insisto, qualquer um! Até eu.
Para isso tenho que ter um transceptor capaz de comunicar com um ATC,
e conhecer as suas frequências e procedimentos. Se houver algum
sistema digital com cifra e cadeado, eu tenho que o ter também para
poder voar.
É só isto.

>
>  Mais uma vez refiro que esta é somente a minha visão da questão por mais
> descabida que possa parecer a alguns de vós.
>
> 73’s de
> Pedro, CT1HZU
>


Cumprimentos,
António Vilela
CT1JHQ




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