FW: ARLA/CLUSTER: EchoLink para o iPhone

João Gonçalves Costa joao.a.costa ctt.pt
Quinta-Feira, 18 de Fevereiro de 2010 - 16:19:31 WET


Caro Carlos Mourato, CT4RK.

"Agora a minha interrogação não é aceder ao echolink pelo PC, mas sim pelo telemóvel!!!! "

Quando falamos de smartphones na generalidade e do iPhone em particular, não estamos a falar de só mais um telemóvel, antes de um pequeno computador de dimensões reduzidas multifuncional com uma infinidade de dispositivos multimédia incorporados e que também tem um telefone móvel incorporado. Para se ter uma ideia, só a Apple registrou mais de duzentas patentes relacionadas com a tecnologia que criou o iPhone.

Alias a função telemóvel, não é certamente a principal que torna estes equipamentos tão versáteis e apelativos e muito menos a sua utilização através de operadores moveis; que nem é a mais utilizada devido ao seu elevado custo no acesso, em especial à Internet. Antes, os seus utilizadores recorrem cada vez mais às conexões wi-fi abertas, que estão disponíveis em cada esquina e especialmente nas cidades. Experimenta um dia pôr o teu computador portátil a fazer uma pesquisa em Campo de Ourique e verás quantas redes wi-fi apanhas e muitas delas abertas ou "entreabertas".

Assim e efectivamente estás a aceder ao sistema echolink por um PC e inclusive na maioria das vezes pelo sistema radioeléctrico na frequência de 2,4 GHz. Quero com isto dizer, que generalizar e reduzir a coisa a um numero de telemóvel e falar, é muitíssimo pouco para as potencialidades destes dispositivos.

Assim sendo e pegando nas tuas próprias palavras " Nada mais pratico de que ligar o PC e fazer uns QSOs com ESTAÇÕES DE RÁDIO worldwide através do echolink." Alias, quem diz echolink diz certamente D-star no futuro ou outra qualquer tecnologia similar a ser desenvolvida.

Li em tempos alguns artigos de opinião de radioamadores elaborados nos anos 50 do século passado que se insurgiam na altura contra o SSB e a favor do puro AM e inclusive alguns até se perguntavam na altura por onde ia o radioamadorismo ao utilizar aquele modo. Provavelmente, antes destes os puros telegrafistas terão dito o mesmo desses "gajos" da fonia.

Para além de tudo isto, o radioamadorismo em si está intimamente ligado ao progresso e á evolução técnica. O nível de transformações que estão a decorrer "debaixo do nosso nariz" é de tal ordem que, sabes melhor do que ninguém, têm ultimamente surgido aqui vários tópicos a debate... nos quais ninguém se entende sobre o que é ser radioamador hoje em dia e no futuro próximo.

Há de facto uma perigosa fronteira que está a tornar-se cada vez mais difusa.

Neste caso em particular eu próprio estou a defender que o iPhone não é só mais um telemóvel mas, como está à vista, este equipamento pode de facto abrir o precedente, pois TAMBÉM é um telemóvel. No entanto, quando lermos este debate, daqui a 10 anos, a promiscuidade entre o Serviço de Amador e outras tecnologias multimédia será ainda maior. O que provavelmente acontecerá é que tu próprio a aceitarás muito melhor do que hoje, assim continue a ter lugar o mesmo tipo de evolução do que até agora.

O que é que adianta impor barreiras se elas são insustentáveis?

Para além do argumento da, cada vez maior, interdisciplinaridade, o que podemos testemunhar é que mesmo os conservadores mais radicais que passaram por este fórum, defendendo concepções do radioamadorismo muito idealistas e românticas sobre um Serviço de Amador parado no século passado, (o qual entretanto evolui a cada dia que passa), acabam, muitos deles, por serem os primeiros a aplicarem na sua vida real, e na prática ao desempenharem no seu papel de amadores de rádio, o provérbio "olha para o que digo, não olhes para o que eu faço", pois caso contrário teriam ficado renitentemente confinados á telegrafia e á Amplitude Modulada, os modos de transmissão típicos de quando esta área estava confinada aos que construíam o seu próprio equipamento.

Com isto não estou, de forma alguma, a transmitir a ideia que estás a tomar uma posição conservadora. O que eu quero é tentar defender o ponto de vista, segundo o qual, há um risco real de grandes mudanças e de cada vez maior promiscuidade com outras tecnologias de comunicação, as quais vão ser incorporadas, nas nossas actividades e tecnologias no Serviço de Amador, com a concordância e colaboração da maioria. E o exemplo vem precisamente dos países mais evoluídos onde o número de amadores de rádio por habitante nos supera por várias vezes.

É isto desvirtuar o radioamadorismo? Sim e não.

Sim, com certeza em relação ao modelo que fazia muito sentido até 1999 e mais ainda ao que era ser radioamador em 1970. Mas é importante lembrarmo-nos que até ao final da década de 1950, isto é, até metade do século XX, os radioamadores estavam ainda na frente da evolução tecnológica ( enquanto amadores, não me refiro aos colegas que profissionalmente exerciam uma actividade de investigação académica ou ligada a uma das muitas Engenharias aplicáveis às radiocomunicações ).

Não, porque entretanto esse modelo foi-se transformando, cada vez mais como amadores deixámos de estar no topo da evolução tecnológica, dando o nosso lugar á indústria, ou seja, aos profissionais. Por outro lado, cada vez mais se integram e se misturam meios de comunicação e multimédia externos nas radiocomunicações... e as nossas não são excepção.

Quem não tem a tentação de ligar o emissor-receptor a um computador hoje em dia?... ou melhor, quantos colegas operam unicamente em telegrafia hoje em dia? Em ambos os casos poucos, muito poucos com certeza.

Não devemos retirar o mérito, mesmo às novas opções que nos pareçam mais incongruentes com o estatuto de radioamador. Devemos é salvaguardar a nossa integridade, ou seja, lembra-te de como os sistemas e-QSO e Echolink estavam vulneráveis á penetração de piratas ao início e de como actualmente há um controle muitíssimo mais eficaz para o evitar.

Quanto ao uso de telemóveis nos concursos e que não só os de V/U/S para fazer contactos por essa via isso é fazer batota, estás em primeiro lugar a te enganar a ti próprio e não leva a lado nenhum, retirando toda a emoção do verdadeiro contacto "arrancado a ferros".   

As minhas idas para a serra são antes de tudo o mais pelo puro prazer de estar em contacto com natureza, pois para estar sentado "no sofá" já me basta durante a semana. 

O que me dá verdadeiro prazer é ainda e cada vez mais a realidade fisica e não a virtual. 


João Costa, CT1FBF


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De: cluster-bounces  radio-amador.net [mailto:cluster-bounces  radio-amador.net] Em nome de Carlos Mourato
Enviada: quarta-feira, 17 de Fevereiro de 2010 23:12
Para: Resumo Noticioso Electrónico ARLA
Assunto: Re: ARLA/CLUSTER: EchoLink para o iPhone


Todos têm razão, mas eu continuo com as minhas dúvidas, pois ninguem me esclareceu. O CT1FBF trouxe o caso do colega Percheiro, e do aceder ao echolink pelo PC, ou mesmo ao D-STAR. Ponto final parágrafo. Até aqui está tudo certo. Nada mais pratico de que ligar o PC e fazer uns QSOs com ESTAÇÕES DE RÁDIO worldwide através do echolink. Agora a minha interrogação não é aceder ao echolink pelo PC, mas sim pelo telemovel!!!!
João! CT1FBF! Não achas muito mais facil eu marcar o teu numero de telemóvel e falar contigo, em vez de andar à tua procura num echolink com o telemóvel?...Quanto custa isso?...Só se fores "contribuinte" da operadora....Continuo com a minha !...Para mim é apenas mais uma mariquisse para dar dinheiro às operadoras e nada têm a ver com a necessidade de um radioamador que esteja num lar ou impossibilitado de montar antenas. Até porque não estou a ver o colega CT1UP, de iphone na mão a fazer QSOs. Olha sabes para o que é que isso é bom???...É para legalizar o já habitual uso dos telemóveis nos concursos de V/U/S...Qualquer dia não precisas ir para a serra! Sentas-te no sofá, e de iPhone em punho fazes o concurso. Se não der, sempre podes marcar o numero do correspondente e perguntares o locator e o numero.

73 de CT4RK


2010/2/17 Gomes <ct1hix  sapo.pt>


        Boas
        Afinal o que  distingue o radioamador do cidadão "normal"?
        Ele também  comunica das mais diversas maneiras...
        Será que o facto de usarmos um rádio, uma antena, uma estação, que  nos permite de forma autónoma contactar o mundo nos torna distintos?
        Será que depender de uma empresa qualquer de telecomunicações para fazer esses contactos, não nos torna iguais aos cidadão comum?


        73 Gomes CT1HIX

                ----- Original Message -----
                From: Mário Osório <mailto:ct2htm  gmail.com>
                To: Resumo Noticioso Electrónico ARLA <mailto:cluster  radio-amador.net>
                Sent: Wednesday, February 17, 2010 9:57 PM
                Subject: Re: ARLA/CLUSTER: EchoLink para o iPhone

                Boa noite

                Na minha modesta opinião devemos abraçar todas as modalidades e tecnologias que complementem o nosso hobby. Mal de nós se ainda estivesse-mos confinados ao tiriri...

                É mais ou menos radioamador só por usar o echolink pelo iPhone???

                Será mais ou menos inteligente aquele que comunica com a Austrália via Dstar?
                É claro que prefiro uma abertura na propagação e contactar em SSB, mas quando não há, não há!


                Pelos vistos certas pessoas por vezes esquecem o fundamento e a base do radioamadorism, quer seja em AM, FM, SSB, PSK, Dstar, Echolink via RF via PC ou iPhone, o importante é que estamos a   COMUNICAR.


                Saudações 73'

                de CT2HTM




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Best 73 from: regards from: CT4RK Carlos Mourato - Sines - Portugal

Save the Radio Spectrum! Eliminate Broadband over Power Line. Salve o espectro electromagnético!. Não use a rede electrica para transmitir dados. Os "homeplugs power line" e a tecnologia "power line" causa fortes interferencias noutro serviços sem voce se aperceber. Diga não à tecnologia power line. Proteja o ambiente
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