ARLA/CLUSTER: Na minha humilde opinião o Dstar tem futuro...

Pedro Ribeiro (CR7ABP) pribeiro-ham net.ipl.pt
Quarta-Feira, 28 de Abril de 2010 - 22:35:54 WEST


Codificação é diferente de cifra, se assumirmos que o áudio digitalizado 
ao ser codificado é uma forma de obfuscação, também se teria de aceitar 
a modulação FM como tal já que não transmite o sinal de banda base 
directamente "transladado" na frequência, como o AM ou o SSB o faz ...

Eu não conheço quase nada do DSTAR mas diria que o codec apenas codifica 
o a voz da forma mais eficiente que consegue, para minimizar a ocupação 
de largura de banda, tentando por outro lado dar a melhor qualidade 
possível de voz (à semelhança do que os codecs do GSM fazem nos 
telemóveis), no entanto no GSM os dados são cifrados e supostamente só o 
terminal e o operador conseguem decifrar o que passa no canal.
No DStar diria que o resultado da codificação passa em claro no éter, 
apenas encapsulado em células semelhantes à do ATM (Asynchronous 
Transfer Mode) usado à uns anos para suportar as ligações de alta 
capacidade, tipicamente entre "centrais" da rede fixa.
Qualquer terminal que tenha o codec consegue escutar, sem precisar de 
uma chave "secreta" de decifra ...

Em relação à minha opinião sobre este, é mista ...
- Acho que é o futúro inevitável a digitalização
- Trás muitas vantagens que resolvem complicações chatas que hoje em dia 
em analógico e que já são um bocado incomodas (ex. mensagens curtas de 
texto, identificação automática, transmissão embebida de dados opacos)
- Acho que a dependência de recursos externos não controlados pela 
comunidade (ligações Internet de operadores) é um contra-senso quando se 
costuma defender os amadores pelo aspecto de que conseguem comunicar 
quando o resto todo vai abaixo ...
- Odeio o facto de usar um codec proprietário e que me parece 
abusivamente explorado comercialmente e muito estranho ainda não terem 
aparecido marcas concorrentes a disponibilizar uma plataforma em tudo 
idêntica mas baseada num dos milhentos codecs abertos que andam por aí, 
alguns provavelmente até mais eficientes na codificação que o do DStar, 
provavelmente o do DRM seria um bom candidato a ocupar o cargo.

Alguém tem uma ideia clara de como é actualmente o radio-amadorismo no 
Japão, onde, tendo em conta que foram os inventores, o processo está bem 
mais avançado.
O analógico desapareceu? se ainda sobrevive, porquê?
Que aplicações dão ao DStar para além das que já conhecemos?

Convém aprendermos com os erros e sucessos dos outros, sempre poderemos 
saltar uns degraus e chegar lá mais rápido e melhor ...

73!

On 28-04-2010 17:52, Jose Miguel Fonte wrote:
> A questão principal é que não se trata apenas de uma opinião.
>
> No seguimento de uma mensagem anterior, a lei em vigor diz:
>
> "Artigo 12
> ...
> e) Não utilizar, salvo nos casos autorizados pelo ICP-ANACOM, códigos,
> abreviaturas ou mensagens codificadas, com o intuito de obscurecer o
> significado ou tornar a comunicação pouco clara ou imperceptível, nem
> emitir alsos indicativos de chamada e falsos sinais de identificação ou
> de alarme;
> ... "
>
> Antes era de todo proibido, agora, por obra do diabo já não é mas seja
> como for, sem que tenham autorização, por parte do ICP-ANACOM, para
> codificar as mensagens, estes repetidores estão a cometer uma
> ilegalidade.
>
> Recorro rapidamente à definição de criptografia no site wikipedia:
>
> (http://pt.wikipedia.org/wiki/Criptografia)
>
> "Criptografia (Do Grego kryptós, "escondido", e gráphein, "escrita") é o
> estudo dos princípios e técnicas pelas quais a informação pode ser
> transformada da sua forma original para outra ilegível, de forma que
> possa ser conhecida apenas por seu destinatário (detentor da "chave
> secreta"), o que a torna difícil de ser lida por alguém não autorizado.
> Assim sendo, só o receptor da mensagem pode ler a informação com
> facilidade. É um ramo da Matemática, parte da Criptologia [1].
> "
>
> Ora, como devem saber o codec (Vocoder) AMBE utilizado no DSTAR é
> proprietário e patenteado. Assim sendo, torna-se impossível de o
> replicar por qualquer outra forma correndo a pena de violar a patente.
>
> Acho que não é díficil de perceber que o rádioamadorismo vive e viverá
> de "open-standards" ou melhor, de convenções públicas e generalizadas
> (globalmente).
>
> Já viram o que era se cada um tivesse um código para CW que não o Morse
> ou mesmo um código Q diferente em cada país, região ou mesmo cidade?
>
> Imaginem a YAESU ou a Kenwood, para não falar noutras marcas, a
> aparecerem com equipamentos de voz digital que não DSTAR? Depois uns
> falam só com outros que têm o mesmo "código secreto", segmentando e
> comercializando um actividade cujo objectivo é exactamente o oposto.
>
> Acho deveras lamentável a propaganda à volta do DSTAR. Ainda me recordo
> da transição para a obrigatoriedade de utilização de tons nos
> repetidores e o "reboliço" que gerou pois muitos colegas não tinham
> equipamentos com tons. O que vale é que se pode fazer um gerador
> sinusoidal (ou quase) de B.F. (Baixa frequência) e continuar a utilizar
> os repetidores. Com DSTAR esqueçam... Só mesmo comprando o integrado.
>
> Mesmo os colegas com PC e sem rádio que queriam transmitir, via
> internet, para sistemas DSTAR têm de comprar o DV dongle. Faz sentido
> ter um computador capaz de implementar vocoders bem mais exigentes e não
> tirar partido dele, apenas porque se optou por um codec patenteado?
>
>
> Existem imensos codecs e vocoders cuja implementação/descrição é pública
> e tiveram de optar logo por um que não era?
>
> Enfim, se é para isto que se caminha... estamos mal.
>
> 73 de ct1enq
>
> On Wed, 2010-04-28 at 16:50 +0100, João Gonçalves Costa wrote:
>> Boa tarde colega Mário Osório, CT2HTM.
>>
>> Subscrevo totalmente a sua opinião e permita-me somente um acrescento neste paragrafo.
>> " As potencialidades são enormes, e num país de pequena dimensão como o nosso bastavam meia dúzia de repetidores VHF no continente e outra meia dúzia nas regiões autónomas para termos o país coberto!"
>>
>> O meu acrescento:
>> "... repetidores VHF, respeitado o plano de banda da IARU R1, no continente e outra meia dúzia nas regiões autónomas para termos o país coberto!"
>>
>> Tal como está a acontecer nos restantes países mencionados, é URGENTE equacionar-se a desactivação em Portugal, se necessário, de repetidores analógicos e a sua substituição por repetidores digitais em VHF, MANTENDO intocado o plano de banda predefinido pela IARU Região 1.
>>
>> Penso muito sinceramente, que a não acontecer esta premissa, então a solução é coloca-los em UHF e mais uma vez me repito, MANTENDO intocado o plano de banda predefinido pela IARU Região 1.
>>
>> Como é que alguém pode ter a veleidade em Portugal, de invocar a atenção de um colega espanhol, por manter um QSO utilizando os 145,575 MHz em FM...!?
>>
>> Relembro que o primeiro repetidor D-Star em VHF a trabalhar em Espanha, encontra-se a funcionar desde Barcelona, no canal RV62, ex - R7, saída em 145,775 MHz.
>>
>> Imaginemos agora o contrario...o que diríamos nós aos colegas espanhóis!?
>>
>> Definitivamente e se queremos ser respeitados, devemos, antes de tudo, respeitar as recomendações internacionais, pois o reverso é a anarquia.
>>
>>
>> João Costa, CT1FBF
>> ________________________________
>>
>> De: cluster-bounces  radio-amador.net [mailto:cluster-bounces  radio-amador.net] Em nome de Mário Osório
>> Enviada: quarta-feira, 28 de Abril de 2010 15:31
>> Para: Resumo Noticioso Electrónico ARLA
>> Assunto: Re: ARLA/CLUSTER: Repetidora CQ0UREP em testes.
>>
>>
>>
>>
>> Boa tarde
>>
>> Caros colegas, opiniões são opiniões. Na minha humilde opinião o Dstar tem futuro, basta ver os países onde está implementado a sério,como os Estados Unidos, o Reino Unido, a Alemanha, o Japão ou mesmo a Austrália. Em Portugal a adesão tem sido enorme, basta consultar os log's online, imagine-se quando as outras marcas começarem a fazer concorrência!  Se forem ao site (dstarusers.org) podem ver o crescimento a acontecer a nível global! As potencialidades são enormes, e num país de pequena dimensão como o nosso bastavam meia dúzia de repetidores VHF no continente e outra meia dúzia nas regiões autónomas para termos o país coberto! É inevitável que o futuro caminhe para a digitalização (DRM, DAB, etc), já para não falar nos SDR's. Por mais resistência que possa existir, a rádio e o radio amadorismo serão assim!
>>
>> Cumprimentos
>>
>> 73's de CT2HTM
>>
>> Mário Osório
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> CLUSTER  radio-amador.net
> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster

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Radioamador "condenado" a 2 anos de RX em Classe 3
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