RE: ARLA/CLUSTER: Tabela de funções atribuídas às sub-faixas do espectro amador

João Gonçalves Costa joao.a.costa ctt.pt
Segunda-Feira, 26 de Abril de 2010 - 16:19:39 WEST


Caro Sérgio Matias, CT1HMN

EXCELENTE e muitos PARABÉNS pela pesquisa efectuada.

Obviamente que me associo inteiramente à tua expressiva, Nota final.


João Costa, CT1FBF 

-----Mensagem original-----
De: cluster-bounces  radio-amador.net [mailto:cluster-bounces  radio-amador.net] Em nome de Sergio Matias
Enviada: segunda-feira, 26 de Abril de 2010 16:08
Para: Resumo Noticioso Electrónico ARLA
Assunto: Re: ARLA/CLUSTER: Tabela de funções atribuídas às sub-faixas do espectro amador

Viva.

Relativamente ao exposto, não encontro qualquer referência a um "plano de frequências NACIONAL" no sítio da internet da ANACOM, para além do QNAF versão 2009/2010, Anexo 6.

Onde é referido que "Assim e no caso das faixas atribuídas aos repetidores D-Star em VHF em Portugal, o ICP-ANACOM (...) determinou e reservou um plano de frequências NACIONAL para as entradas entre
144,925 a 144,990 MHz e saídas entre 145,525 a 145,594 MHz.", não passa de informação sem fundamento, até que seja publicado qualquer anúncio oficial por parte da ANACOM, a ser acrescentado ao Anexo 6.

O que é válido e correcto será:

- Segundo a "IARU-R1 VHF - UHF - MW Newsletter Edition 53", de 29/01/2010 (1) temos, na página 2:

"In the last conference, the transmission of digital voice was implemented into the bandplans. As pointed out in previous newsletters, in some countries, D-Star repeaters are set up without co-ordination. This is aggravated by the fact that some of these use arbitrary set-offs and thus create interference in the satellite sub-band. Will, therefore, all VHF Managers take appropriate action to ask the repeater operators to adhere to the IARU frequency plans.
Whenever a new 2m D-Star repeater is set up, existing analogue repeaters must be switched off. I do recognize the need to support further developments in the field of digital voice communication."

O penúltimo parágrafo é claro; "Sempre que for instalado um novo repetidor D-Star em 2m, os repetidores analógicos existentes deverão ser desactivados". A desactivação de um (ou mais) repetidor(es)
analógico(s) ocorre se forem utilizados o mesmo par de frequências.
Privilegia-se assim, a comunicação digital em detrimento da analógica, no segmento destinado a repetidores.


- Segundo o "IARU-R1 VHF Managers Handbook V5.40" (2) temos, na página 40 e seguintes:

"144.994 a 145.194: FM / Digital Voice, Repeater Input exclusive (c)

145.194 a 145.206: FM / Digital Voice (i) Space communication (p)
145.206 a 145.5935: FM / Digital Voice (i) (...)

145.594 a 145.7935: FM / Digital Voice, Repeater Output exclusive (c,d)

(i) This segment is for simplex use only with no Digital Voice gateways. Embedded data traffic is allowed along with digital voice.
Digital Voice users should check that the channel is not in use by FM."

Esta informação também não deixa margem para dúvidas. No caso dos segmentos destinados a comunicações "simplex", os utilizadores de "Digital Voice (DV)" deverão verificar que o canal não se encontra em utilização em FM (F3E).


Para concluir, como o ICP-ANACOM não tornou público alguma excepção no Anexo 6, no que respeita à banda de 144-146 MHz estará desta forma "em infracção" com o disposto na alínea i) do mesmo documento, ao licenciar repetidores D-Star fora dos segmentos definidos pela IARU-R1.


Referências:
(1) http://www.oevsv.at/export/oevsv/download/UKW/Newsletter_53.pdf
(2) http://iaru-r1.org/index.php?option=com_remository&Itemid=173&func=startdown&id=178


Nota final: Esta exposição é meramente informativa, não pretende fomentar a discussão "analógico versus digital", ou qualquer outra, nem tão pouco denegrir a imagem de qualquer entidade pública ou indivíduo. Contém apenas uma análise pessoal, assente em referências documentadas. Os eventuais lesados com os procedimentos adoptados pelo ICP-ANACOM deverão solicitar os devidos esclarecimentos junto da entidade reguladora, através dos meios de contacto habituais.


Cumprimentos,

--
Sérgio Matias, CT1HMN


2010/4/26 João Gonçalves Costa <joao.a.costa  ctt.pt>:
> Prezados António Matias (CT1FFU)e Pedro Ribeiro (CR7ABP)
>
> Feliz ou infelizmente, eu vou mais por esta ultima hipótese, existem especificidades nacionais significativas em relação às regras gerais da IARU cobertas pela alínea i), apresentada no anexo 6 do Q.N.A.F. e que refere - os modos de emissão e as larguras de faixa utilizadas deverão seguir o recomendado pela IARU em tudo o que não prejudique a legislação aplicável e em particular os  planos de frequências para determinadas faixas definidos e publicitados pelo ICP-ANACOM.
>
> Assim e no caso das faixas atribuídas aos repetidores D-Star em VHF em Portugal, o ICP-ANACOM, como tem vindo a ser noticiado nos Boletins Informativos da A.R.B.A. - Associação de Radioamadores da Beira Alta, determinou e reservou um plano de frequências NACIONAL para as entradas entre 144,925 a 144,990 MHz e saídas entre 145,525 a 145,594 MHz.
>
> Assim, entre 144,925 a 145,194 MHz e de 145,525 a 145,793.5 MHz são em Portugal reservadas para as entradas e saídas de repetidores digitais e analógicos em 2m, devendo ser obrigatoriamente evitadas estas faixas para os contactos em "simplex". Para todas as restantes faixas atribuídas à fonia em FM na banda de 2m, devem todos os utilizadores usar sempre "FM Narrow", especialmente nos canais segmentados de 12,5 em 12,5kHz entre 145,212.5 a 145,512.5 MHz.
>
> Os planos de banda em VHF e superiores, da IARU Região 1, podem ser consultados no VHF Handbook Versão 5.40 disponíveis em:
> http://www.iaru-r1.org/index.php?option=com_remository&Itemid=173&func
> =fileinfo&id=178
>
> João Costa, CT1FBF

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