ARLA/CLUSTER: Busca e Salvamento por Radioamadores

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Sexta-Feira, 16 de Abril de 2010 - 12:48:01 WEST


Caro Moderador 

Solicito que seja colocada esta resposta aos comentários feitos sobre o meu artigo com o mesmo tema.

Caros Colegas

Respeito obviamente as diversas opiniões "construtivas" contudo não me poderia eximir da responsabilidade de prestar aos meus leitores um esclarecimento adicional.

Quando escrevi sobre busca e salvamento obviamente não falava em substituir técnicos de busca e salvamento por radioamadores, mas sim complementar o trabalho desses com recurso aos radioamadores, e disso dou diversos exemplos possíveis:
- Numa busca de praia feita por diversas autoridades podemos colocar em zonas de risco 0, radioamadores com dispositivos de visão a grande distância a observar na tentativa de localizar algo que se procure, reforçando-se desta forma a área vigiada pelas autoridades e aumentando assim a probabilidade de mais cedo ser encontrado o corpo ou objecto procurado. Contudo obviamente em casos em que está em causa uma situação de natureza criminal ou está simultaneamente em curso uma investigação, os radioamadores (observadores) a colaborar nas buscas não podem em circunstância alguma transpor o balizamento do perímetro de restrição de acesso. Este exemplo é uma realidade em muitos outros países, e bem sucedida, pelo que alegar o que quer que seja contra tal realidade em Portugal não passará certamente de uma visão retrógrada e conservadora.

No que respeita à busca em grandes áreas, os radioamadores que para alem dessa valência sejam também eles técnicos de socorro com habilitação para a busca e salvamento, podem reforçar os recursos disponíveis para o efeito.

Ou seja: não se trata de substituir profissionais por radioamadores, mas sim de organizar os profissionais de socorro que também são radioamadores, para quando da ocorrência de uma situação de desaparecimento colaborarem nas buscas.  Por exemplo: no caso do desaparecimento da menina inglesa no Algarve, os radioamadores técnicos de socorro de todo o país poderiam estar organizados e ter disponibilizado à força de segurança que coordenava a operação um reforço efectivo, mais que não fosse na componente logística.

Temos hoje em Portugal um número significativo de radioamadores habilitados em busca e salvamento em diversas vertentes, contudo quando o sinistro ocorre fora da sua zona de intervenção não intervêm, sequer no reforço. Falta por isso unir estes radioamadores como uma Task Force para intervenção em cenários de excepção, que podem em caso de catástrofe fazer toda a diferença, porque numa catástrofe todos somos muito poucos. 
Neste sentido foi recentemente constituída uma nova associação de radioamadores que objectiva também congregar os radioamadores profissionais de socorro, para intervir organizadamente em reforço do sistema publico quando este esgota os seus recursos. Em concreto nas missões em que a comunicação é de "vital" importância. 

Porquê radioamadores / resgatadores e não qualquer outra /resgatadores ?
  1.. Porque a facilidade de comunicação e os recursos técnicos de comunicação dos radioamadores superam largamente os de outras estruturas organizadas, que revelam geralmente carências de comunicação no terreno. 
  2.. Porque os radioamadores facilmente instalam um dispositivo capaz de garantir a comunicação de toda a área de buscas. 
  3.. Porque o SIRESP não funciona em meio florestal e em longa extensão da linha de costa, e interior. 
  4.. Porque é importante organizar outras classes da sociedade civil em torno da proteção civil por forma a dinamizar, incentivar, e garantir recursos para que quando tudo falha, algo exista. 

Creio ainda que ao surgir um corpo de radioamadores nesta vertente vocacional permitirá o reforço da formação desses elementos, bem como será despertado o interesse de outros, factor que no actual contexto em que todas as organizações lamentam a escassez de recursos humanos qualificados para o socorro, me parece muito relevante e de interesse .

Criar um sistema paralelo não significa criar um sistema concorrente, pode ser paralelo na vocação e complementar na ação. Por isso apelo a que todos ponderam sobre os comentários tecidos, em especial aqueles que emitem comentários sem que alguma vez estivessem integrados em missões de socorro / busca e salvamento, ou não possuem formação na área, para esses tudo pode parecer despropositado por falta de experiência e  matéria consubstanciada dos factos.

NB: Este comentário não tem qualquer intuito de ofensa, menosprezo, nem tão pouco representa a posição das organizações que integro.

73´s

CT1-EBZ
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