Re: ARLA/CLUSTER: Artigo Interferências e PLC

Carlos Mourato radiofarol gmail.com
Sábado, 31 de Outubro de 2009 - 19:32:11 WET


Colega Jesus
Pode esperar por isso mesmo. mais dia menos dia vai ter essa desagradável
surpresa. Eu por mim, desde Janeiro que não faço mais nada que é reclamar
junto da ANACOM contra a praga de PLCs que invadiu as minhas vizinhanças. A
ANACOM ja cá ei 3 vezes e resolveu temporariamente alguns problemas. O que
acontece é que els resolvem um problema, e na semana seguinte aparecem mais
3 ou 4. Actualmente sou brindado com pelo menos 4 a cantar desde os 11Mhz e
até aos 30 MHz. Ao que parece, o MEO esteve sem montar essa porcaria durante
uns tempos, mas voltou à carga, depois da VODAFONE começar tambem a instalar
essa praga!...Lembrem-se que agora ja não é só o MEO mas tambem a VODAFONE
com a TVIP. Espero que a ANACOM faça alguma coisa acerca disso como foi
prometido. Até lá so nos resta reclamar, reclamar e voltar a reclamar. Quem
cala consente!!!
Já agora, 1 Kw em frequencias acima dos 14 MHz, e QSOs com fartura, umas
chamadas gerais do tamanho da légua da Póvoa, nos horarios nobres e de
futebol, resolvem alguns problemas de QRM dos PLCs...Soube de um caso que o
feliz proprietário do sistema partiu-o todo por causa da imagem estar sempre
a congelar durante um jogo da selecção de Portugal!!....Mora a 30m da minha
antena! eheheh

73 de CT4RK

2009/10/31 Manuel Jesus <mojesus  pedradaciencia.com>

>    Historia de Interferências e PLC.
>
>
>
> Há algum tempo, recebemos na empresa, uma reclamação, acerca de um problema
> de interferências no espectro radioeléctrico, as quais estavam a causar
> sérios problemas numa ampla faixa do espectro nas bandas de rádio em onda
> curta, ao reclamante.
> Face á situação, recebi directrizes no sentido de contactar o reclamante e
> inteirar-me do problema relatado com mais pormenor, com vista à sua solução.
>
> Aqui convém fazer um pequeno historial, a empresa na qual trabalho, é uma
> empresa Nacional, logo que presta um serviço público, como tal,  uma
> das nossas obrigações é tentarmos ser o mais eficiente possivel como é
> exemplo o caso que relato.
>
> A “REFER”, é uma empresa com serviços muito diversificados, a área de
> negócios principal está relacionada com a infra-estrutura ferroviária em
> Portugal.
> As diferentes áreas técnicas, na empresa são muito diversificadas, para o
> correcto funcionamento normal da infra-estrutura que dá suporte aos
> comboios, não existem apenas carris, utilizados pelos comboios que todos
> conhecem.
>
> A rede eléctrica normalizada em AC, que alimenta os comboios em Portugal
> tem uma tensão alternada de 25 Kvolts com a frequência de 5o HZ, conhecida
> por catenária.
>
> Ora esta catenária, possui um condutor “feeder” que transporta os tais 25
> Kvolts, e também possui um outro condutor ligado á terra e que interliga
> todos os postes metálicos entre si, os quais suportam toda a infra-estrutura
> da parte eléctrica.
> Acontece que existem isoladores que separam o tal condutor em tensão do
> outro condutor ligado á terra.
>
> O problema que normalmente acontece, é que este isolador, devido quer a
> sujidade e á humidade, entre outras causas, por vezes, perde isolamento e
> começa a faiscar e a dar passagem entre a fase e a terra.
> Esta situação é bastante penalizante para a empresa, pois perde-se energia
> nestas fugas, que para nada servem.
> Infelizmente, estas situações, prolongam-se por vezes durante meses e até
> anos. O que no início era uma pequena fuga acaba por dar origem, a perdas
> muito elevadas de energia, a qual é cara,  inclusive, acaba por dar origem à
> destruição dos próprios isoladores.
> Este faiscar através do corpo do isolador, causa problemas no espectro
> radioeléctrico, os quais vão desde a designada onda longa, atingindo por
> vezes a zona do VHF/UHF, caso seja uma zona urbana, as interferências na
> vizinhança da via férrea surgem e acabam por afectar as frequências de rádio
> e TV, com um ruído característico.
>
>
> O pedido de ajuda que nos chegou na situação referida levou-nos a agir no
> imediato, na procura do problema e da sua resolução.
>
> O pedido teve origem num residente da zona de Lisboa e confinante com a
> infra-estrutura ferroviária cerca do terminal ferroviário do Areeiro.
> Após contacto via telefone, foi agendado a ida de uma equipa técnica da
> REFER, ligada à compatibilidade electromagnética “EMC”.
>
> Aqui, chegados ao local, pessoalmente para mim, tinha reservado uma grande
> surpresa.
> O reclamante era nem mais nem menos que um radioamador, muito conhecido e
> apreciado por todos, quer radioamadores, quer das entidades oficiais, pelos
> relevantes serviços prestados ao País, quer no mundo das comunicações quer
> do ensino.
> O referido radioamador, cujo indicativo é “CT1KD”, o nosso amigo major
> Pardal, dono da celebre escola “LASER” e que tantos técnicos na parte
> electrónica e telecomunicações tem ajudado a formar.
>
> Verificado o problema localmente, o sinal interferente era recebido através
> da antena de comunicações instalada na escola “LASER”, a qual, também serve
> para ensinar e demonstrar aos formandos o que são comunicações de rádio
> amador. No seu emissor, marca yaesu FT1000MP, verificamos o sinal
> interferente, em grande parte da onda curta, o que de facto anulava qualquer
> tipo de recepção ou comunicação.
> Após esta análise técnica no equipamento, do nosso amigo CT1KD, usamos
> então o seu receptor com display digital da “Tronic”, desta vez alimentado a
> pilhas, confirma-se a interferência que era recebida, com valores muito
> elevados de ruído sempre que o receptor era aproximado da antena, com esta
> desligada do equipamento
> emissor/receptor.
> A antena para emissão/recepção em uso no local, é uma antena de fio, do
> tipo sloper, instalada com fixação entre o prédio de 20 andares e um local
> próximo à linha ferroviária.
>
> Após a análise aos sinais interferentes no interior da escola LASER.
> Deslocamo-nos ao exterior, e junto da infra-estrutura ferroviária, á procura
> da origem desta diabólica interferência.
> Aqui, já munidos do nosso equipamento “REFER”, em plena rua, pesquisamos o
> sinal em toda a zona com incidência especial, na zona próxima ao terminal
> ferroviário do Areeiro, procurando a origem do problema.
> Concluindo a análise técnica dos sinais interferentes, com a demonstração
> no local ao reclamante, o qual nos acompanhou em todo o trabalho de
> pesquisa, foi informado o nosso amigo CT1KD, major Pardal, que a origem do
> problema não tinha de facto a sua origem na nossa infra-estrutura
> ferroviária, conforme se pensava, mas sim, era originado de um local do
> prédio de 20 andares.
>
> Então por solicitação do reclamante “CT1KD”, para localizar a origem dos
> sinais interferentes que eram a razão que nos encontrávamos ali.
> Percorremos então, alguns dos andares do prédio, localizando a origem da
> fonte interferente, a qual era proveniente de um dos andares, mais
> precisamente do 11º Piso.
> A fonte interferente era nem mais nem menos que um dos já célebres,
> equipamentos PLC,  (Power Line Communications) é uma tecnologia que utiliza
> uma das redes mais utilizadas em todo o mundo: a rede de energia eléctrica),
> este equipamento tinha sido instalado dias atrás pelo operador de
> comunicações “MEO”.
>
> O sinal interferente, tinha valores muito elevados, o sinal medido no nosso
> equipamento atingia o valor máximo na escala e tive que o reduzir com
> atenuador.
>
> Localizada a fonte e local da interferência, com a presença do nosso amigo
> major Pardal CT1KD, a resolução com o seu vizinho da solução para o
> problema, ficou a seu cargo.
>
> O equipamento que foi usado por nós, na detecção e localização desta
> interferência, foi o Receiver RFI Locator Model 242 da Radar Engineer,
> equipado com vários tipos de antenas directivas, adequadas á análise do
> espectro radioeléctrico. O qual permite uma análise ás frequências que vão
> desde a baixa frequência até 1000 MHz.
>
> As interferências detectadas e por nós medidas, atingiam uma larga escala
> nas frequências da onda curta, do espectro radioeléctrico, os valores de
> intensidade de sinal medidos S9+50, são muito elevados, tornando impossível
> qualquer tipo de escuta numa grande faixa do espectro.
>
> A intensidade dos sinais detectada atingia picos máximos no ecrã espectral
> do equipamento cerca dos 6.75 MHz.
> Espera-se que o operador da “Meo”, elimine rapidamente a instalação de
> equipamentos “PLC”, (parece que actualmente só o fazem em situações muito
> especiais). Este tipo de equipamento “PLC” prejudicam muito as comunicações,
> pessoalmente e como radioamador, fiquei bastante preocupado com a
> possibilidade de algum equipamento “PLC”, vir a ser instalado na minha
> vizinhança.
>
> Foi mais um trabalho interessante, que permitiu resolver mais uma das
> tarefas que também é nossa na “REFER”, com satisfação completa a todos os
> intervenientes.
>
>
>
> Se algum colega desejar uma foto da interferência captada no display do
> equipamento é pedirem.
>
>
>
> Nota: Recomendo a todos os colegas radioamadores, que logo que sejam
> atingidos por este tipo de interferência, reclamem de imediato junto da
> entidade interferente e ou da ANACOM, é a eles em especial que compete a
> solução para o problema.
>
>
>
> 73.
>
> CT1AXZ
> Manuel Jesus
> www.sitesmaisuteis.pt
>
> _______________________________________________
> CLUSTER mailing list
> CLUSTER  radio-amador.net
> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>
>


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Best 73 from: regards from: CT4RK Carlos Mourato - Sines - Portugal

Save the Radio Spectrum! Eliminate Broadband over Power Line. Salve o
espectro electromagnético!. Não use a rede electrica para transmitir dados.
Os "homeplugs power line" e a tecnologia "power line" causa fortes
interferencias noutro serviços sem voce se aperceber. Diga não à tecnologia
power line. Proteja o ambiente
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