ARLA/CLUSTER: SENSIBILIDADES

Antonio Gamito ct1czt gmail.com
Quinta-Feira, 28 de Maio de 2009 - 22:33:13 WEST


Não tenho o hábito segundo uns ou o defeito segundo outros, de abordar aqui
assuntos polémicos dos quais sei antecipadamente não resultar valor
acrescentado. Porém a teimosia de continua a ler o que por aqui vai passando
fez, por efeito de acumulação, com que hoje me decidisse, calma e
respeitosamente a abordar uma ou duas questões com as quais já não posso
mais pactuar mesmo correndo o risco da crucificação.



Antes disso quero aqui apresentar àqueles colegas que, tal como eu teimo em
ler o que vai passando no Cluster, tem ao longo do tempo teimado em colocar
aqui as mais variadas questões;



Assim,

Aos que se especializaram em incendiar o mais ínfimo e insignificante dos
pormenores;

Aos que tem dado o seu contributo em favor da correcta utilização da língua
portuguesa escrita;

Àqueles que se levantam contra o óbvio, o inevitável e sobretudo contra
factos consumados;

Aos que de uma ou outra forma se tem empenhado na defesa da manutenção da
qualidade de recepção em HF, combatendo e divulgando os inconvenientes do
hóspede – PLC - que aos poucos tem vindo a entrar nos nossos Shacks;



Aos que aqui discutem se os anjos tem sexo ou não;

A todos eles quero prestar a minha homenagem.

A uns pela coragem que tem em demonstrar o que de facto sabem. A outros pela
hilariedade que provocam com o devaneio dos seus … comentários.



È certo que todos eles são úteis e importantes e indiscutivelmente se
inserem num todo que é a realidade cultural do nosso país. Contra isso pouco
haverá a fazer no tempo imediato. De resto… como todos andamos a precisar de
rir!!

Ocorre-me a este propósito divagar um pouco sobre o que já aqui temos lido
por efeito da aplicação próxima do Dec 53/2009.



Todos nós já tivemos ocasião de analisar os novos valores a serem aplicados,
pela entidade reguladora, nas mais variadas vertentes do radioamadorismo, e
a ele me cinjo. Todos concordaremos que num primeiro momento os valores são
efectivamente altos. Ou seja, altos comparativamente ao que estávamos
habituados.



Mas… deixem-me lá opinar um pouco!

Feitas as contas, e já alguém as fez e aqui as publicou, quanto dá isso
durante um ano ? Quanto dá isso por dia segundo um valor médio ?

Quanto gasta cada um de nós em *items* que acabamos por aceitar que são
supérfluos ?

Está tudo somado ?

Vamos então comparar com um caçador!.

Primeiro para o ser inevitavelmente terá de comprar uma arma. È aconselhável
que tenha um cão. Terá de suportar os custos da sua carta de caçador para a
qual está obrigado a estudar e conhecer as espécies cinegéticas. Terá de
suportar o custo da licença do seu canino(s) bem como a manutenção da sua
saúde e alimentação. Terá de suportar o custo das licenças de uso e porte de
arma tal como a licença para caçar e em última análise pagar para caçar na
reserva *X*.

Quanto custa tudo isto anualmente ou como valor médio diário?

Compare-se com os custos que motivaram esta comparação e opine-se sobre os
valores agora publicados pela entidade reguladora.



Lembra-me o caso do meu vizinho que pagava 15€ (ou equivalente) de renda
desde 1960 e agora por razões que desconheço, lhe foi imposta uma renda de
75€. Coitado do Senhor! Ficou na ruína com este aumento de 500%. Merecerá
isto alguma reflexão ?.

Depois a obrigatoriedade de ser radioamador não foi decretada.



A fazer fé no conteúdo de alguns *posts* que por aqui tem passado, embora
não seja jurista, é minha convicção que alguém anda a pecar por defeituosa
interpretação sobre o constante no Dec já citado acima, bem sobre a sua
regulamentação.



Por exemplo:

Se o titular da estação à qual foi atribuído o indicativo de chamada CT2XYZ
se encontra a operar a estação do amigo, à qual foi atribuído o indicativo
de chamada CT2ZYX, obviamente que terá anunciar o indicativo de chamada da
sua própria estação, desde logo por se encontrar a operar uma estação não
titulada por si. Isto é procedimento. È doutrina. É disciplina. È correcção.
Está no *Rádio Regulations*. Quantos dos cinco mil e qualquer coisa
radioamadores nacionais já se interessaram por saber o que é ? Para que
serve ? Do que trata ? Que matérias aborda ? Quem o publica ?

(Bom!... Para ser crucificado à boa maneira romana, já chega.)



Por último e de uma vez por todas, quer se queira quer não, uma estação
deverá ser entendia como uma entidade própria à qual foi atribuído um
indicativo de chamada para que possa operar (ser operada) e é titulada por
um cidadão da mesma forma que a um automóvel foi atribuída uma matrícula
para que possa circular e é titulado por um cidadão que, no primeiro caso
terá que estar habilitado com um CAN e no segundo com uma Carta de condução,
vulgo licença e condução. Toda e qualquer outra consideração que se teça
acerca desta matéria não passará de especulação ou dificuldade de
entendimento. O concordar ou não, nada adianta aqui.



Endereço a todos os estimados colegas que tiveram a paciência de me ler e
capacidade de me entender, os meus mais respeitosos cumprimentos.



António Gamito

CT1CZT
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