ARLA/CLUSTER: NVIS

Gomes ct1hix sapo.pt
Quarta-Feira, 13 de Maio de 2009 - 13:50:25 WEST


Boas
Sendo assim,  os dipolos para 40 e 80 metros montados baixos (6 a 12 metros), basicamente tem o comportamento de uma antena para NVIS???

73 Gomes CT1HIX

  ----- Original Message ----- 
  From: Carlos Mourato 
  To: Resumo Noticioso Electrónico ARLA 
  Sent: Tuesday, May 12, 2009 10:14 PM
  Subject: Re: ARLA/CLUSTER: NVIS


  Colega EKD Boa noite


  Essa antena funciona muito bem em NVIS. Mas se em vez de um fio reflector colocar 4 ou 5, lado a lado interligados nas pontas e a uns 50 cm de distancia entre eles, ainda ganha uns 2 ou 3 dBs em NVIS. 
  A propagação em 40m às 20:00 UTC estava de novo com foF2 acima dos 7MHz, mas agora já se está a misturar a F1 e a F2, devido a estarmos a sair da "gray line" e a entrar no escuro. 
  Uma antena engraçada para NVIS é a chamada antena de baloiço, que eu cheguei a montar na tropa, mas nunca vi em lado nenhum.. É simples de montar e muito eficaz para NVIS. Basicamente a antena é igual a essa. mas o reflector é um rectangulo com  4 fios.Depois levava nos mastros campanha as cordas para os segurar, e ficava com o aspecto de um baloiço desses de cadeira para 2 ou 3 pessoas. Eu penso que em vez desse reflector, se levasse um reflector quadrado com 1/4 mais 5% de onda de lado e uns 10 fios, ficava uma "bomba" de antena para NVIS...Acredito que seria o mesmo que ligar um amplificador de 1Kw..
  As comunicações NVIS, não estão muito divulgadas entre nós, porque existe uma filosofia de que o DX é o objectivo do radioamadorismo. As comunicações NVIS, são o contrário do DX, pois uma optima antena pra NVIS, é a pior antena que existe para DX e vice versa. 
  As comunicações NVIS, são na sua essencia, comunicações táticas ou utilitárias, e não servem o radioamadorismo desportivo. O objectivo é estabelecer comunicações para passar informação e não outro qualquer. Para nós, serve apenas para possibilitar as comunicações "caseiras" em 80m e  40m. Seria interessante, que quem têm espaço para fazer testes, se lembrasse de que a NVIS tem muito para explorar no campo de antenas.
  Quem gosta de estudar a propagação, e entender todos estes fenomenos relacionados com a mesma, deixo 2 dos links que diariamente utilizo, nas minhas observações.


  http://www.telefonica.net/web2/ismael/REMER/HF/hfpanel.htm



  http://www.solarcycle24.com/



  Isto é do melhor que se encontra na net.


  73 de CT4RK










  2009/5/12 CT1EKD <ct1ekd  mail.telepac.pt>

    Interessante também são as antenas para NVIS com reflectores montados quase ao nível do chão (COMO NO EXEMPLO ABAIXO)



    http://www.feirinhadigital.com.br/rbr/HAM/projetos-usuarios/NVIS/nvis.htm







    Pedro – CT1EKD





    From: cluster-bounces  radio-amador.net [mailto:cluster-bounces  radio-amador.net] On Behalf Of Carlos Mourato
    Sent: domingo, 10 de Maio de 2009 18:46


    To: Resumo Noticioso Electrónico ARLA

    Cc: rep  rep.pt
    Subject: ARLA/CLUSTER: NVIS





    À uns dias atrás,  estava eu no exercicio PTQUAKE09 a falar sobre a impossibilidade de usar os 40m para comunicações acima de 60/100km, quando alguém me perguntou onde é que eu ia ver isso. Ora bem!...Nada que não possa ser acedido por todos via internet. As condições NVIS são prospectadas, por ionosondas, que são na realidade uma espécie de radares de propagação, enviando sinais (em sequência de salvas) de RF para a ionosfera, em varias frequencias,de HF  e escutando os ecos.

    A NVIS, "Near Vertical Incidence Skywave" , é, como o nome indica, a frequência que se reflete na camada ionosférica F2, quando o ângulo de incidência é praticamente perpendicular à camada F2 (entre 70 e 90º). A partir de uma determinada frequência, a chamada frequência critica, (foF2) a RF simplesmente deixa de se reflectir, e atravessa as camadas F1 e F2 , ou F durante a noite. As comunicações por NVIS, são as que nos permitem utilizar os 40m e os 80m, para comunicações relativamente perto. Este "perto" refere-se a uma distancia entre os cerca de 100Km a algumas centenas de quilometros (normalmente pouco mais de 300Km). À medida que a distancia vai aumentando entre duas estações, o ângulo de incidência e reflexão, vai diminuindo, afastando-se assim das condições de NVIS, e entrando nas condições de reflexão ionosférica por saltos (para ângulos normalmente menores de 70º) . Par exemplificar  de uma maneira simples, e para que todos possam entender, a NVIS é basicamente, emitir na vertical, e receber a "chuva" de RF que volta à terra. 

    As comunicações por NVIS, podem ser interessantes em alguns casos expecificos, em que é necessário assegurar , sem recurso a sistemas auxiliares, comunicações entre dois pontos, em zonas de sombra, (chamada a "skip zone") que ficam fora do alcance da onda terrestre, mas ainda não se encontram na zona de salto. As comunicações NVIS possibilitam comunicações estáveis mesmo de lugares bastante obstruidos, como o fundo de um vale, onde não é possivel operar em VHF sem ser com recurso a sistemas repetidores, que em determinados casos não podem ser usados ou serão mesmo inexistentes. Nestes casos, estão contidos as comunicações militares e de segurança, que devido aos mais variados teatros de operação, não podem contar com repetidores de VHF e por motivos de segurança e complexidade técnica, as comunicações por satélite tambem não são as mais adequeadas. 

    Assim, resumindo, às comunicações NVIS podem-se apontar as seguintes caractristicas positivas:



    - Cobertura das áreas que normalmente estão fora da zona de alcance da onda terrestre, mas ainda não estão suficientemente afastadas para serem cobertas pelas comunicações por salto ionosférico.

    - A comunicação por NVIS, não precisa de infraestruturas adicionais, e complexas, como repetidores ou sistemas de satélite, permitindo desta forma a instalação de estações e o estabelecimento de comunicações de uma forma rápida, eficaz, e com muito menos possibilidades de avarias, devido à simplicidade dos meios instalados.

    - As comunicações NVIS podem ser efectuadas de um lugar alto, ou do fundo de um vale, sem que isso condicione a eficácia das comunicações.

    - As antenas utilizadas para NVIS são colocadas normalmente baixas, não necessitando de mastros elevados e dificeis de suportar.

    - As comunicações NVIS, praticamente não sofrem com o fadding, e quando se utiliza uma antena adequada, com um elevado angulo de fogo, pode reduzir em muitos dBs o ruido.local e as interferencias provocadas por outros sitemas, 

    - A atenuação de percurso (path loss) é menor do que em outros sistemas, nomeadamente por atravessar menos vezes a camada "D", e por ser na generalidade um percurso mais curto.

    - Devido a estes factores, nomeadamente a menor atenuação, e o menor ruido, aliado à quase ausencia de fadding, a relação sinal ruido é bastante melhorada, o que permite utilizar emissores de pouca potencia, sendo portanto mais autónomos e mais faceis de transportar.



    Mas como existe sempre um "mas", nem tudo são vantagens nas comunicações NVIS. Assim, podemos enunciar algumas desvantagens do sistema:



    - As frequencia máxima utulizável em NVIS é relativamente baixa, e varia ao longo do dia, necessitando de antenas de banda larga ou que se ajustem (por exemplo através de uma unidade de sintonia), a diversas frequencias.

    - Devido à frequencia relativamente baixa, o ruido atmosférico pode ser um problema.

    - As antenas podem apresentar-se demasiado longas, principalmente quando a NVIS está mais baixa como é o caso do periodo nocturno.



    Os factores que condicionam  o uso de comunicações por NVIS, são diversos,  sendo os mais importantes,  a hora do dia, a estação do ano, o numero de manchas solares, a absorção da camada "D", o nivel de ruido atmosférico, o tipo de antena utilizado  entre outros.



    Para se poder obter uma máxima eficácia, devemos saber a frequencia critica no momento (foF2), e utilizar uma frequência ligeiramente inferior, normalmente 10 a 15% abaixo da frequencia critica, para dar alguma margem à variação em fiunção do tempo diurno, sabendo que a frequência critica, diminui ao longo do dia. As margens de frequencia em condições normais de propagação, (o que não acontece com a actividade solar presente), em que se pode comunicar com eficácia por NVIS, situam-se practicamente entre os 5MHz e os 8MHz (actualmente situa-se entre os 5  e os 6MHz) durante o dia, baixando para 2MHz a 4MHz nas horas nocturnas.

     Devido aos minimos históricos de baixa actividade solar, muito raramente a NVIS têm chegado aos 40m, e por tal os contactos entre estações portuguesas em 40m têm sido muito raros e de curta duração. Apenas os 80m, com todos os seus inconvenientes e conveniências, nos têm permitido uns bons QSOs, especialmente durante o principio da noite. As antenas normalmente utilizadas por nós, nos serviço de amador, nos 80m e 40m, são antenas horizontais, quer sejam dipolos, windows, Marconis, quadros horizontais, ou outras, e especialmente em 80m, estão relativamente ao comprimento de onda, bastante baixas, muitas vezes a menos de 1/8 de onda) o que facilita a radiação na vertical, e consequentemente, proporciona bons contactos em NVIS nos 80m.

    A frequência critica durante o dia, nos tempos presentes, raramente tem passado dos 6 MHz, e como tal em 40m os QSOs a distancias intermédias tem sido esporádicos.



    Temos a sorte de aqui bem perto de nós, em Espanha, existirem 2 ionosondas que nós dão quase em tempo real (de 3 em 3 minutos) variados paramêtros, sendo um deles a frequência critica foF2.  



    http://dgs.obsebre.es/latestFrames.htm



    Devido à proximidade desta ionosondas, poderemos considerar que as condições serão muito semelhantes às registadas em Portugal. 

    Espero que estas informações vos tenham sido uteis.



    Carlos Mourato    CT4RK









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