=?iso-8859-1?Q?RE:_ARLA/CLUSTER:_Zeca, _tu_passa-me_no_CW_sen=E3o_n=E3o_?= és Homem.

João Gonçalves Costa joao.a.costa ctt.pt
Quinta-Feira, 7 de Maio de 2009 - 17:55:05 WEST


Pois era, mas após o 25 de Novembro parece que camarada em algumas administrações militares, com ou sem K, era considerado ofensivo...

João Costa, CT1FBF 

-----Mensagem original-----
De: cluster-bounces  radio-amador.net [mailto:cluster-bounces  radio-amador.net] Em nome de Paulo Calvo
Enviada: quinta-feira, 7 de Maio de 2009 17:09
Para: Resumo Noticioso Electrónico ARLA
Assunto: Re: ARLA/CLUSTER: Zeca, tu passa-me no CW senão não és Homem.

Boas


Na minha opinião, e sem segundos sentidos, acho que não é a aptidão para a telegrafia que faz de alguém radioamador a sério ou a brincar.

Há pouco tempo atrás fiz uma appresentação a alunos do 3º Ciclo de um Colégio aqui da zona.
Uma das dificuldades que tive foi definir o que somos.

Acho que mais importante que a telegrafia está a atitude, o cumprimento da lei e do decalogo do radioamador.

Claro que o dominio da telegrafia é uma mais valia.

Termino com uma piadola de gosto duvidoso: há por aí "colegas" que mais valia que o não fossem...

Ah e na minha tropa colegas eram aquelas senhoras que a troco de dinheiro prestavam certo tipo de serviços de cariz sexual... Eramos camaradas, sem kapa...

Mas este post levantou uma questão importante.

Já agora quem é dar uma cursito de telegrafia aqui na margem sul (Charneca da Caparica)?

Paulo Calvo

CT1IDW




----- Original Message -----
From: "João Gonçalves Costa" <joao.a.costa  ctt.pt>
To: "'Resumo Noticioso Electrónico ARLA'" <cluster  radio-amador.net>
Sent: Thursday, May 07, 2009 4:50 PM
Subject: ARLA/CLUSTER: Zeca, tu passa-me no CW senão não és Homem.


Prezados colegas,

Nos meus quase 50 anos de existência, já tive o prazer e a tristeza de 
assistir a algumas histórias que para mim, eram e são, um misto de patéticas 
quanto de ridículas.

Nesta questão do CW, que tantos e-mails gerou neste fórum, fez-me recordar a 
história do meu colega de tropa Zeca Dinis.

O Zeca Dinis era um franzino transmontano oriundo de uma das mais recondidas 
aldeias do interior dessa região. Ao contrario de todos nós, que naquela 
altura consideravam que o serviço militar era dispensável e portanto 
estávamos lá quase "forçados", o Zeca tinha-se oferecido como voluntário.

Para nós, particularmente os vindos do Litoral, isto era algo que nunca 
poderíamos imaginar...então o Zeca tinha ficado livre, e agora estava agora 
ali como voluntário...?

Pois bem, o que para nós seus colegas, teria sido um acontecimento para ser 
festejado, para o Zeca e particularmente para a sua família e comunidade de 
onde era oriundo, isto encarado como se a ele lhe tivessem diagnosticado uma 
doença muito má.

Na terra do Zeca; "Quem não fosse à tropa não era Homem" e não existia 
memória, que algum que por qualquer razão a não tivesse feito, alguma vez se 
tenha casado.

Portanto, para o Zeca, aquela noticia de ter ficado livre, era dramática e 
pior ainda, como poderia provar lá na aldeia que afinal era Homem e que 
assim até se podia casar se não fosse à tropa...!? Só lhe restava, na sua 
mentalidade, uma opção, tinha que se oferecer como voluntário e fazer todos 
os possíveis e impossíveis para ser aceite nas fileiras.

A mim, parece-me que neste fórum existem ainda muitos habitantes e 
familiares da aldeia do meu colega Zeca Dinis, quando se trata de realizar e 
ficar aprovado no exame do código morse.

Muito sinceramente, não sei como será para os futuros radioamadores, pois 
vão ter um problema muito grave para resolver, como puderam provar a partir 
de 1 de Junho de 2009, a si e aos outros, que são verdadeiramente 
Radioamadores..!? Será que uns e outros ainda não se aperceberam do ridículo 
que são algumas das suas empolgadas e patéticas afirmações...? Ou ainda 
acreditam que quem não vai à tropa não è Homem.

Se algo fosse necessário nessa matéria, nestes últimos dias tive aqui a 
prova que sempre tive certo na minha analise, o exame de aptidão para o 
código morse serviu em Portugal para tudo, menos para habilitar alguém, para 
a pratica desse modo.

João Costa, CT1FBF




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