ARLA/CLUSTER: Ruminações

Paulo Calvo ct1idw gmail.com
Quarta-Feira, 25 de Março de 2009 - 11:47:24 WET


Estimados Colegas,

 

Tenho lido as mensagens sobre a nova legislação e fico surpreendido por alguns dos comentários e não resisto a tecer algumas considerações:

 

1 - A idade mínima passa para 12 anos. Acho esta medida muito positiva, é um passo na direcção certa. Não fazia sentido que para ser radioamador e caçador a idade mínima fosse a mesma. A comparação entre uma espingarda calibre 12 e um transceptor não é possível. Por muito poucos adolescentes que façam exame 

 

2 - Ainda acerca da idade mínima não consigo perceber como é que alguns colegas desprezam esta medida, em especial colegas com responsabilidades associativas... Esta novidade abre oportunidades fantásticas.

 

3 - Pertencer à classe A significa que foram superadas provas que qualquer pessoa pode realizar. Exclusão feita aos que conseguiram passagens administrativas. Isto não quer dizer que um colega com a classe A seja superior ao colega de classe B ou C. Quer apenas dizer que se deu ao trabalho de aprender a matéria e fazer o exame. Estes dois factos permitem que tenha mais privilégios que os outros colegas. Chamo a isto recompensa pelo trabalho feito.

 

4 - Há colegas que têm orgulho em ser da classe B ou C. Bom para eles. Não percebo é que tenham orgulho em ficar por aí, demonstra falta de ambição e muita falta de vontade de aprender.

 

5 - Um colega escreveu que em vários anos de radioamador não aprendeu nada... Não percebo como...

 

6 - Pertencer à classe C não é uma fatalidade. Alguns defendem mais privilégios para a classe C mas ninguém é obrigado a pertencer à classe C, o exame directo para a classe B era possível. Só não o faz quem não sabe a matéria e não quer  (ou pode) aprender. Mas as pessoas que não podem aprender são poucas, seja por falta de tempo, motivação ou outras razões.

 

7 - Queixam-se alguns do silêncio nas bandas. Talvez mas cada um opera no seu estilo. Há quem tenha conversas de horas e quem faça contactos de segundos. São preferências. Há quem opere todos os dias e quem só o faça nas férias. Confesso que a última vez que fiz um contacto foi em Maiorca no ano passado. São opções de vida.

 

8 - Telegrafia e fonia... Quem não sabe telegrafia parece odiar a telegrafia... A telegrafia oferece oportunidades de contactos muito superiores à fonia! Dá trabalho aprender, não é coisa que se compre, conquista-se aos poucos.

 

9 - O CB não é uma porta de entrada para o radioamadorismo. Como pai não quero expor o meu filho à linguagem por vezes utilizada na banda do cidadão. Admito que muitos utilizadores sejam pessoas educadas, mas existem por lá javardos suficientes para tornar a banda do cidadão um local a evitar.

 

10 - O acesso ao CB compra-se, o acesso ao radioamadorismo conquista-se. Conquista-se com trabalho, estudo e prestação de provas. Acho muito bem que o acesso ao radioamadorismo seja mais difícil, sejamos poucos mas bons.

 

11 - A lei recentemente aprovada permite à ANACOM alterar a regulamentação sem recorrer ao poder legislativo. Esta é uma faca de dois gumes... Pode ser bom ou mau.

 

12 - Muitos colegas se queixam da situação mas parece que não sabem o que querem.

 

13 - Um colega chegou a ameaçar que publicaria QSOs que tem gravado. Este estimado colega devia saber que isso é proibido pela lei que nos rege.

 

14 - Um certo "colega" identifica-se como CT1 quando é CT2! Mas que é isto! Se isto acontecesse noutro sítio não só esse "colega" ficaria a falar sozinho mas também seria punido exemplarmente.



15 - SSTV não é um modo digital... Lá por hoje em dia se fazer com um computador, continua a ser analógico...



 

Conclusão:

O radioamadorismo, tal como em tudo na vida, deve ser uma actividade onde o esforço seja recompensado. Todos devem ter as mesmas oportunidades, embora nem todos sejam iguais. 

Esta é uma porta de entrada para o mundo da tecnologia, mas só deve ter acesso ao radioamadorismo quem demonstrar de forma clara que tem os conhecimentos, as aptidões sociais e a educação suficientes.

A ANACOM infelizmente apenas pode avaliar os conhecimentos técnicos e legais.

Ser radioamador tem de ser um privilégio que se conquista com trabalho, esforço e vontade de aprender, isto sem esquecer o respeito pela lei.

 

 

73 de CT1IDW

 

 

 

 
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