Re: ARLA/CLUSTER: Ruminações sobre associativismo
Joel Lobão
joel.lobao gmail.com
Sexta-Feira, 17 de Abril de 2009 - 15:42:09 WEST
Caro colega machado, CT1BAT.
Quanto à URE é claro que não é perfeita mas concordo com o colega Paulo
Calvo que será um modelo a seguir.
Tantas associações só criam desunião e a união faz a força. A federação
também sei se resolverá o problema.
Eu já não sou sócio da REP há alguns anos porque acho que ainda está tudo
muito centralizado, pois as delegações não o são de facto. Mas não percebo
como se faria no caso de varias associações terem o QSL Bureau. Penso que
seria caso unico... Como é que as outras associações saberiam para que
associação mandar os QSL? Alem disso teriam as associações condições para
suportar os custos de envio? Como seriam menos cartões o custo seria maior
ou então o atraso aumentaria exponencialmente.
73's de CT1HXB - Joel Lobão
2009/4/17 CT1BAT <ct1bat gmail.com>
> Olá Amigos!
>
>
>
> Peço aos Colegas que me perdoem esta “malvada” incapacidade de ficar
> calado, de quando não gosto pôr na borda do prato ou de chutar para canto,
> ou …
>
>
>
> Mas quem dita opiniões vem “por bem” como se diz cá na minha terra, sabe
> que por consequência elas poderão ser alvo de discussão, de contraditório ou
> de apoio.
>
> Vem isto a propósito da “ruminação” do nosso amigo Paulo Calvo, que se
> identifica apenas pelo nome mas que julgo ser CT1IDW e por ex-Presidente da
> REP (http://www.rep.pt/corpossociais_2006.htm ). Se não fôr as minhas
> desculpas.
>
> Prezado Amigo, devo dizer que até comungo de algumas das suas boas
> intenções, como, por exemplo, “Muitos criticam … poucos tentam fazer algo…”)
> entre outras. Infelizmente é assim, é comum é, quase, próprio da natureza
> humana … contudo, vale sempre a pena tentar mudar. Não por decreto (como
> antigamente, lembra-se ou alguém lhe contou?, qualquer Radioamador era
> obrigado a ser sócio da REP e não era permitida a existência de outras
> associações …). Uma das coisas boas que a democracia trouxe é a Liberdade de
> Associação e isso tem um valor incalculável! Outra é esta de, livremente,
> podermos discutir o assunto na praça pública, como estamos a fazer, sempre,
> com o devido e merecido respeito!
>
> Também, estou de acordo consigo que, em vez de disseminarmos as nossas
> energias na criação de associações e mais associações, federações e mais
> federações, tentássemos mudar o que achamos errado e unirmos em vez de
> dividirmos.
>
>
>
> Quanto à solução que apresenta, permita-me sugerir-lhe a leitura do “*Foro
> alternativo de URE” *em
>
>
> http://www.radionews.es/index.php/noticias-de-radio/informacion-general/127-mocion-de-censura e,
> fácilmente, perceberemos que nem tudo são “encantos”…
>
>
>
> E também lhe direi que é normal, na vida, ter de se “lutar” para conseguir
> algo. Se determinada associação acha que pode fazer mais pelo
> Radioamadorismo que as restantes só tem que o mostrar e (apenas) desta forma
> conseguir a (LIVRE) adesão das pessoas. E digo mais, até acho que uma forma
> de mostrar essa disponibilidade será prescindir de alguns “exclusivos” como
> o QSL Bureau e a representação junto de organismos internacionais (cuja
> representatividade não lhe foi conferida pelos representados mas por decreto
> ou escolha. Assim, em condições de igualdade a concorrência, em igualdade de
> circunstâncias, faz a escolha: os fortes sobrevivem e os fracos morrem… É a
> LEI DA VIDA.
>
> Um abraço do
>
> *73'S* de/from
>
> CT1BAT-Machado
>
> mailto:*CT1BAT gmail.com* <CT1BAT gmail.com>
>
>
> ------------------------------
>
> *De:* cluster-bounces radio-amador.net [mailto:
> cluster-bounces radio-amador.net] *Em nome de *Paulo Calvo
> *Enviada:* sexta-feira, 17 de Abril de 2009 12:16
> *Para:* Cluster / ARLA
> *Assunto:* ARLA/CLUSTER: Ruminações sobre associativismo
>
>
>
> Esta minha ruminação não pretende de forma alguma melindrar seja quem for e
> se isso acontecer peço desde já desculpa. No entanto tenho direito a ter
> opinião sobre este assunto já que sou radioamador e a situação presente me
> afecta.
>
> Muitos criticam a forma como os radioamadores estão organizados em
> Portugal, mas como é nosso costume, poucos tentam fazer algo para que a
> realidade se altere.
>
> Na minha opinião o problema reside não na multiplicidade de Associações,
> mas na falta de coordenação entre elas, na falta de objectivos comuns e,
> entre outras, na canibalização entre Associações.
>
> Tem sido difícil, para não dizer impossível, conseguir que as diversas
> Associações realizem projectos em comum. Salvo raríssimas excepções isso não
> acontece e muitas vezes são criados eventos para abafar os eventos alheios.
> Esta tentativa resulta muitas vezes em acontecimentos simultâneos
> medíocres... Este problema só pode ser resolvido com uma nova mentalidade em
> que a competição dê lugar à cooperação. A competição por si só não é má, o
> problema está que muitas vezes se tenta destruir o que outros tentam fazer.
> Não participar nos eventos de outras Associações só por não serem “nossas”
> é uma forma comum de agir entre nós...
>
> Também não existem objectivos comuns a todas as Associações, ou melhor, a
> maior parte dos radiomadores não sabem o que querem, nem a maior parte das
> Associações tem rumo definido. Este problema é estrutural e não tem solução
> à vista.
>
> Por fim a canibalização... É um fenómeno que resulta das nossas
> idiossincrasias lusas. Não vou falar do assunto para não ser insultado, como
> já aconteceu de outras vezes. Só digo que nenhuma Associação tem o direito
> de tentar retirar a outra sócios, serviços, espaço ou o que seja.
>
>
>
> Agora qual é a solução para esta situação?
>
> O modelo da URE é interessante e funciona bem. A URE não é uma federação, a
> URE é uma União de radioamadores que possui delegações autónomas em diversas
> regiões de Espanha. A URE tem a seu cargo a cobrança de quotas, o poder
> disciplinar, a gestão do orçamento, a publicação mensal, a representação
> oficial dos seus sócios e mais algumas que não interessam ao caso.
>
> Devo realçar que os sócios são da URE e não das delegações.
>
> Cada delegação é autónoma e recebe anualmente fundos da URE que gere de
> forma autónoma. Tem obrigações estatutárias para com a URE e tem obrigações
> em relação aos poderes locais.
>
> Na URE a tomada de decisões de fundo é feita em Assembleia constituída por
> delegados das delegações, sendo o número de delegados calculado em função do
> número de sócios agregados à delegação. Existe ainda um conselho consultivo
> com antigos Presidentes da Junta Directiva.
>
> Esta é a meu ver a forma de organização mais correcta e não padece dos
> problemas das federações.
>
> Uma federação não tem sócios mas tem de ter fundos para funcionar. Quem
> paga? As Associações. E quanto paga cada Associação? Em função do número de
> sócios? Ou a quota é fixa? E o número de delegados às Assembleias? É igual
> para todos ou é em função do número de sócios?
> Aqui reside um problema engraçado, cada Associação quer pagar o mínimo
> possível e ter o máximo de poder de decisão...
>
> E quanto custa uma Federação? E onde fica instalada?
>
> Em 2006 durante o colóquio de Almeirim perguntei quem pagava os custos de
> uma federação e não houve resposta. Também fui acusado de lançar um balde de
> água sobre o debate que até aí corria tão bem... uma chamada à realidade é
> necessária meus senhores.
>
> Meus senhores acordem, se até hoje não foi possível fazer um Field Day
> nacional com estações de associações espalhadas pelo país, como é que querem
> fazer uma federação?
>
> Para que o radioamadorismo luso se desenvolva tem de haver cooperação,
> objectivos definidos e estratégia para os alcançar. Pelo que tenho visto a
> situação está a mudar, de forma lenta mas sustentada.
>
> 73 de Paulo Calvo
>
>
>
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