Re: ARLA/CLUSTER: Ruminações sobre associativismo

Salomao Fresco sal.fresco gmail.com
Sexta-Feira, 17 de Abril de 2009 - 14:56:33 WEST


Caro Colega Paulo,

Permita-me que subscreva e assine por baixo...





... passo com estas palavras a fazer parte do grupo que tem uma foto
pendurada por tráz da porta...


Cumprimentos

Salomão Fresco
CT2IRJ









2009/4/17 Paulo Calvo <ct1idw  gmail.com>

>  Esta minha ruminação não pretende de forma alguma melindrar seja quem for
> e se isso acontecer peço desde já desculpa. No entanto tenho direito a ter
> opinião sobre este assunto já que sou radioamador e a situação presente me
> afecta.
>
> Muitos criticam a forma como os radioamadores estão organizados em
> Portugal, mas como é nosso costume, poucos tentam fazer algo para que a
> realidade se altere.
>
> Na minha opinião o problema reside não na multiplicidade de Associações,
> mas na falta de coordenação entre elas, na falta de objectivos comuns e,
> entre outras, na canibalização entre Associações.
>
> Tem sido difícil, para não dizer impossível, conseguir que as diversas
> Associações realizem projectos em comum. Salvo raríssimas excepções isso não
> acontece e muitas vezes são criados eventos para abafar os eventos alheios.
> Esta tentativa resulta muitas vezes em acontecimentos simultâneos
> medíocres... Este problema só pode ser resolvido com uma nova mentalidade em
> que a competição dê lugar à cooperação. A competição por si só não é má, o
> problema está que muitas vezes se tenta destruir o que outros tentam fazer.
> Não participar nos eventos de outras Associações só por não serem “nossas”
> é uma forma comum de agir entre nós...
>
> Também não existem objectivos comuns a todas as Associações, ou melhor, a
> maior parte dos radiomadores não sabem o que querem, nem a maior parte das
> Associações tem rumo definido. Este problema é estrutural e não tem solução
> à vista.
>
> Por fim a canibalização... É um fenómeno que resulta das nossas
> idiossincrasias lusas. Não vou falar do assunto para não ser insultado, como
> já aconteceu de outras vezes. Só digo que nenhuma Associação tem o direito
> de tentar retirar a outra sócios, serviços, espaço ou o que seja.
>
>
>
> Agora qual é a solução para esta situação?
>
> O modelo da URE é interessante e funciona bem. A URE não é uma federação, a
> URE é uma União de radioamadores que possui delegações autónomas em diversas
> regiões de Espanha. A URE tem a seu cargo a cobrança de quotas, o poder
> disciplinar, a gestão do orçamento, a publicação mensal, a representação
> oficial dos seus sócios e mais algumas que não interessam ao caso.
>
> Devo realçar que os sócios são da URE e não das delegações.
>
> Cada delegação é autónoma e recebe anualmente fundos da URE que gere de
> forma autónoma. Tem obrigações estatutárias para com a URE e tem obrigações
> em relação aos poderes locais.
>
> Na URE a tomada de decisões de fundo é feita em Assembleia constituída por
> delegados das delegações, sendo o número de delegados calculado em função do
> número de sócios agregados à delegação. Existe ainda um conselho consultivo
> com antigos Presidentes da Junta Directiva.
>
> Esta é a meu ver a forma de organização mais correcta e não padece dos
> problemas das federações.
>
> Uma federação não tem sócios mas tem de ter fundos para funcionar. Quem
> paga? As Associações. E quanto paga cada Associação? Em função do número de
> sócios? Ou a quota é fixa? E o número de delegados às Assembleias? É igual
> para todos ou é em função do número de sócios?
> Aqui reside um problema engraçado, cada Associação quer pagar o mínimo
> possível e ter o máximo de poder de decisão...
>
> E quanto custa uma Federação? E onde fica instalada?
>
> Em 2006 durante o colóquio de Almeirim perguntei quem pagava os custos de
> uma federação e não houve resposta. Também fui acusado de lançar um balde de
> água sobre o debate que até aí corria tão bem... uma chamada à realidade é
> necessária meus senhores.
>
> Meus senhores acordem, se até hoje não foi possível fazer um Field Day
> nacional com estações de associações espalhadas pelo país, como é que querem
> fazer uma federação?
>
> Para que o radioamadorismo luso se desenvolva tem de haver cooperação,
> objectivos definidos e estratégia para os alcançar. Pelo que tenho visto a
> situação está a mudar, de forma lenta mas sustentada.
>
> 73 de Paulo Calvo
>
>
>
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