ARLA/CLUSTER: PoSat-1 sai da lista de keplerianos da AMSAT

Paulo Fernandes pmafer gmail.com
Domingo, 14 de Setembro de 2008 - 22:23:49 WEST


+ 1 pouco de história...

"PoSat-1 em «reforma» antecipada   10/10/2003

Dez anos depois do seu lançamento, o PoSat-1 apenas serve a uma
empresa norte-americana. As autoridades nacionais não dão uso ao único
satélite português, que tem ainda alguns anos de «vida» pela frente,
mas não excluem vir a utilizá-lo no futuro.


Em Alfouvar, perto de Sintra, encontra-se o Centro de Controlo
Operacional de Satélites. Numa exígua sala, com apenas três
computadores e uma «pequena» antena, o responsável pela gestão do
primeiro e único satélite português, há dez anos no espaço, controla o
dispositivo.

«As actividades são mais reduzidas agora porque não há exploração» do
PoSat-1, explica à TSF Online, Fernando Costa, o homem que tem «quase
todo o poder» se for preciso «tomar decisões» em relação ao satélite
que formalmente pertence hoje à Efacec, depois de se ter desfeito o
consórcio que o construiu.

O engenheiro da Marconi, a empresa que ficou responsável pelo controlo
do aparelho, lembra que «no início houve um bom aproveitamento» do
aparelho, mas reconhece que, «nos últimos anos», parece ter diminuido
a «vontade» nacional de tirar partido dele.

Momentos de «glória» nos Balcãs

Mas não é por falta de condições técnicas que o PoSat está em «reforma
antecipada». As Forças Armadas, por exemplo, têm estações capazes de
receber dados do satélite que, de resto, foi utilizado em missões da
ONU no Kosovo e na Bósnia, onde «serviu para transferência de
informação».

Para Fernando Costa, a missão da GNR no Iraque - mesmo sob comando
italiano - é o exemplo de uma situação em que se poderia dar
utililidade ao satélite, mantendo de forma independente «alguma forma
de comunicação com Portugal».

«Alguns dos terminais foram desactivados, mas temos equipamentos com
capacidades para serem utilizados», admite uma fonte do Estado Maior
das Forças Armadas, que preferiu falar sob anonimato.

Uso do PoSat «em aberto», dizem militares

A mesma fonte, que refere que são sobretudo «motivos tecnológicos que
desmotivam a utilização» do PoSat-1, não descarta, contudo «a hipótese
de ser utilizado».

«É uma possibilidade que continua em aberto», garante a fonte das
Forças Armadas, adiantando que se for necessário, o PoSat volta a
«trabalhar» para Portugal já que, nesta altura, apenas uma organização
não governamental norte-americana o utiliza.

A Volunteers in Technical Assistance (VITA), que presta assistência
nas áreas de engenharia e medicina em países pobres é hoje a única
entidade que utiliza os serviços do satélite, nomeadamente para
telecomunicações via correio electrónico.

A adesão de Portugal à Agência Espacial Europeia (ESA), em 1999,
desmotivou empresas nacionais a «reconstruir este tipo de engenho»,
porque se tornou «mais fácil» integrar projectos da ESA, fornecendo,
por exemplo, «componentes específicos para projectos maiores», admite
o gestor do PoSat.

«Pai» lembra «experiência mística»

O «pai» do PoSat, como ficou conhecido Carvalho Rodrigues, lembra a
«experiência mística» que foi a construção e o seu lançamento.
«Colocar um satélite no espaço ainda é um acto raro no planeta»,
garante, considerando que «todos deviam ter o privilégio de assistir
ao lançamento de um satélite».

Depois de ter levado «anos a construir» e de o projecto ter sido um
sucesso o «pai» do satélite, que actualmente trabalha na sede da NATO
em Bruxelas, sublinha que «é bom saber que a máquina depois de todo
este tempo ainda funciona».

De acordo com Fernando Costa, o PoSat tem pela frente uma «vida útil
de três a cinco anos». A «morte» física do satélite português, conclui
o engenheiro, deverá acontecer dentro de 40 anos. Nessa altura,
«deixará de funcionar e acabará por desintegrar-se na atmosfera».

TSF




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