RE: ARLA/CLUSTER: E por falar em calendários...
Paulo Santos
ct1ewa gmail.com
Sexta-Feira, 8 de Agosto de 2008 - 18:47:33 WEST
Como vos compreendo…
A minha opinião sobre estes “emaranhados” do associativismo há muito que é
conhecida.
Encontrar razões para explicar o que se passa é um exercício fácil, uma vez
que o problema no meu entender, esta na “raiz” e tem a ver com o nível
cultural existente em Portugal.
Quando refiro o nível cultural, não me refiro àquilo que os nossos
governantes por isso entendem, nem aos mecanismos (???) vergonhosos que à
pressa se criaram para dizer que em Portugal o nível cultural se elevou em x
anos!
A cultura média de um país não se eleva em 4 ou 5 anos com uma farsa tipo
“novas oportunidades”.
Refiro-me à formação pessoal, à integridade e aos valores dos cidadãos.
É perfeitamente claro que nós ,eu me incluo, sofremos um deficit grave de
formação.
É a formação humana que no meu entender e no nosso país, condiciona o nosso
hoby e o associativismo em particular.
Recentemente na associação que eu represento, surgiu um radioamador já com
licença há muitos anos, digamos que “puxado” por uns colegas mais recentes e
que na boa vontade destes e desconhecimento, tinha encontrado um “ambiente”
próprio para a narração dos seus “feitos épicos”.
Portas abertas, mesmo não sendo sócio, vamos ao trabalho.
Este radioamador intitulava-se DXer, mas em várias actividades em que se
fez presente e após largas horas à frente dos rádios nunca fez um contacto
de DX, ex-controlador aéreo, ex-professor de inglês (mas não sabe falar
inglês), Engº.Electrotécnico (mas não sabe soldar uma ficha Jack) e mais um
rol de “aptidões” técnicas e culturais, nas quais como é evidente sobressaía
uma grande falta de humildade e um ego demasiado inchado com excesso de
deficit de formação humana, como se veio a concluir.
Por fim com o tempo, descobrimos que mesmo antes de ser sócio já pretendia
manipular toda a associação, contas correntes incluídas e acima de tudo,
correr com o Presidente da direcção para o olho da rua!
A actividade associativa dos radioamadores em Portugal, está e continuará
a estar, limitada pela carência de formação humana e cultural e por um
deficit de humildade.
E isso não se altera (infelizmente) facilmente.
Daí caros colegas, continuarem vocês, eu e outros como nós, neste constante
desespero de vermos “isto tudo a marchar para o lado e para trás”.
Os meus 73’s
CT1EWA
Paulo Santos
De: cluster-bounces radio-amador.net
[mailto:cluster-bounces radio-amador.net] Em nome de Carlos Mourato
Enviada: sexta-feira, 8 de Agosto de 2008 16:55
Para: ct1etl gmail.com; Resumo Noticioso Electrónico ARLA
Assunto: Re: ARLA/CLUSTER: E por falar em calendários...
Miguel!
As ideias são boas!...Estou de acordo contigo. Porem, com o "modus
operantis" reinante no nosso meio, no qual tambem estou incluido, é
extremamente dificil avançar com qualquer coisa. Lembras-te daquele projecto
que eu fiz com tanto trabalho e despesas à minha custa, ir às serras fazer
medidas, sobre os repetidores em Portugal, antes das decisões da ANACOM?
...Apresentei isso às "comunidades" que deviam estar interessadas, e ao
"publico em geral. Fui quase crucificado, porque sugeria a mudança de
frequencia de uns 3 repetidores!...Bem!...até parece que eu tinha feito
alguma coisa contra o radioamadorismo, tal foram as vozes (poucas
felizmente) que se levantaram imediatamente!...Resultado: A ANACOM impôs a
sua vontade, mais uma vez cheia de "erros", e em vez de 3 repetidores, quase
todos tiveram que mudar!...O panorama a nivel nacional dos repetidores
piorou, e só não assistimos a graves interferencias, porque apesar de
passar-mos a vida a reclamar que queremos frequencias só para nós, e a
reclamar contra o QRM, as frequencias e os repetidores estão às moscas. Só
em 145.700 chego a receber 6 repetidores quando está boa propagação. (S.
Cacem, Marrocos, Badajoz, Trevim, S. Marta e Madeira). Claro que depois da
barracada que foi isso dos repetidores, todos me vieram dar razão, mas já
era tarde demais....A ANACOM tinha já imposto as suas ideias. No entanto ao
que parece, nem sequer com erros que cometemos, aprendemos alguma coisa.
Eu tenho varias ideias, que até poderiam ser interessantes, mas antes de
tudo era preciso cultivar um espirito diferente entre todos os amadores de
radio, para que as mesmas pudessem ter exito.
Doia a quem doer, o radioamadorismo está cheio de gente que não presta para
estar neste hobby!...Talvez eu seja um dos que estão a mais!...Ou não
entendo os outros, ou estou velho e ultrapassado !
73 de CT4RK
Em 08/08/08, Miguel Andrade <ct1etl gmail.com> escreveu:
Caros colegas,
Pelo facto de estar de férias e de hoje ( ainda ) me encontrar em Lisboa, (
embora esteja de partida esta tarde ), tive finalmente uma oportunidade para
intervir nesta prestigiada lista com novos tópicos.
O assunto que ora vos proponho para reflexão vem no seguimento do meu
recente
pedido de desculpas por um erro de calendário, enviado numa outra mensagem
anterior.
Sendo responsável pela edição das duas versões do boletim informativo (
escrita
e radiodifundida ), continuo a deparar-me com a infeliz sobreposição de
acontecimentos todos os anos, sem que ninguém faça nada para o evitar, (
para
além de criticar mas sem oferecer alternativas ).
Longe vão os tempos em que cheguei a propor algumas soluções para o
movimento
associativo fragmentário que cultivamos, as quais, diga-se de passagem não
surtiram qualquer efeito prático.
Em parte isso deveu-se à mentalidade reinante, mas não recuso
responsabilidades
ao afastar-me conscientemente de ter assumido quaisquer acções práticas na
luta
pela prossecução das minhas ideias. Espero que compreendam que, acima de
tudo, a
minha particular teimosia em abdicar, firme e convictamente, de qualquer
papel
nos processos propostos por mim, se destinava a preservar a minha
imparcialidade
e a não ser conotado com alguma hipotética estratégia de benefício em
proveito
próprio ( nomeadamente quando me propuseram para vários cargos de acordo com
essas mesmas propostas ).
Ainda assim, há casos práticos onde uma outra forma de pensar daria muito
bom
proveito a todos sem excepção.
Será muito difícil os meus prezados colegas perceberem as vantagens de uma
organização de eventos coordenada a nível nacional ?
Já não tivemos anos de contratempos e controvérsias suficientes para agirmos
finalmente ?
Aqui vai mais uma proposta... agora façam o que a vossa consciência vos
ordenar
!
Proposta ( rudimentar ) para a tentativa de resolução para os problemas de
sobreposição na calendarização de eventos ( passo por passo ) :
1) Organização do calendário OFICIAL de acontecimentos de todas as entidades
colectivas ou de radioamadores a título individual, a nível nacional, ( aqui
se
inclui desde os concursos, passando pelas estações especiais, pelas "
patuscadas
", pelos colóquios, pelas feiras... enfim, tudo aquilo que habitualmente
necessite de uma data e de uma oficialização ).
Formalidades e concepção prática - Numa primeira fase e a título
experimental,
um colega ( ou mais ), de preferência sem vínculo associativo ( para evitar
os
previsíveis conflitos de poder entre associações ), era NACIONALMENTE
reconhecido como gestor ( vulgo " manager " em dialecto " radioamadorístico
" )
do calendário OFICIAL, quer pelas organizações quer pela comunidade em
geral.
A tarefa deste(s) colega(s) seria extremamente simples ( desde que todos
colaborassem ), senão vejam...
a) Elaboração de um regulamento simples, ( afinal uma ferramenta desta
natureza
é do mais elementar e simples sendo perfeitamente clara e fácil de gerir ).
b) Criação de um endereço de correio electrónico ( vulgo e-mail ), para onde
TODOS os radioamadores responsáveis pela organização de eventos ( a nível
particular ou associativo ) enviariam as suas mensagens, centralizando a
informação.
c) Aproveitamento de um dos excelentes recursos particulares já existentes (
mais uma vez para evitar os previsíveis conflitos de poder entre associações
),
e estou-me a lembrar apenas a título de exemplo do blogue - CT-Spot
Radioamadorismo em Portugal - http://ct-spot.blogspot.com/ - ( atenção
porque é
SOMENTE e APENAS um exemplo para vos dar uma ideia ), no qual se faria a
divulgação das actividades... após uma cuidadosa gestão a fim de se evitarem
as
actuais sobreposições.
Em alternativa, ( mais uma vez para evitar os previsíveis conflitos de poder
entre associações ou os melindres tão previsíveis )... criava-se mesmo uma
página na Internet só para esse efeito.
2) Reconhecimento.
Sem o reconhecimento e aceitação deste trabalho por parte de todos ( ou pelo
menos da maioria ) o mesmo seria uma total perda de tempo.
Na minha opinião muito pessoal, está na altura de finalmente nos
descomplexarmos
e de vez.
Quem teve oportunidade de ler um excelente artigo de opinião da autoria do
colega Pere Texidó ( EA3DDK ) " O Radioamadorismo em Crise ? - Algumas
reflexões
", publicado inclusivamente na Revista QSP; concordará comigo se eu afirmar
que
não é escandaloso uma função tão simples e útil como esta não vir a ser
assumida, pelo menos numa fase inicial, por nenhuma associação em
particular, (
nem mesmo pela representante da I.A.R.U. em Portugal ).
Trata-se de assumirmos, de uma vez por todas e em definitivo, que os tempos
são
outros. O associativismo paternalista e " feudal " de outrora, tem que
contrair
brevemente um novo papel e mudar um pouco as respectivas funções ou
soberanias
evocadas, particularmente se quiser sobreviver na sociedade actual em rápida
mudança.
Reconhecidas a nível nacional tais funções simples praticadas de forma
independente, os colegas gestores de calendarizações passavam a centralizar
em
si as seguintes funções descritas já a seguir no ponto 3).
3) Funcionamento.
a) recepção das propostas.
Em qualquer altura do ano poderiam ser enviados os dados sobre eventos
organizados. Contudo, por uma questão de respeito pelo trabalho sério e até
como
garantia de participação activa... convinha que, salvo casos excepcionais,
as
propostas fossem remetidas com, pelo menos, um mês de antecedência ( e não
uma
semana ou menos como actualmente muitas vezes os eventos são divulgados ).
As associações, por seu turno, comprometiam-se, de forma voluntária, a
realizarem as respectivas Assembleias-gerais no final do ano civil ( isto é,
em
Dezembro e não, como até agora acontece, entre Janeiro e Abril ),
facilitando
dessa forma as decisões sobre o planeamento para o ano subsequente.
Assim procedendo possibilitariam a organização de acontecimentos logo no
primeiro trimestre e evitariam atrasos na elaboração do mapa anual relativo
ao
trabalho dos gestores de calendário.
Teria igualmente que se cultivar o cuidado de um planeamento mais rigoroso e
antecipado, há imagem do que acontece com os nossos colegas da Escandinávia,
do
Centro da Europa, do Japão ou dos países anglo-saxónicos mais evoluídos... e
não
à Portuguesa - " vamos andando e vamos vendo... se nos apetecer depois se
organizará qualquer coisa mais tarde... senão logo se verá... conforme nos
apetecer na altura e dependendo de que lado soprar o vento; uns dias antes
logo
se anuncia aquilo que entretanto nos vier há ideia assim nos seja dada a
graça
de uma inspiração no momento ".
b) confirmação da disponibilidade de data tendo em consideração as
actividades
já agendadas a nível nacional e mesmo ponderando alguns acontecimentos de
nível
internacional de grande interesse para os participantes nacionais, ( como os
concursos para o Campeonato URE de VHF-UHF ( mais uma vez, atenção porque é
SOMENTE e APENAS um exemplo para vos dar uma ideia ).
c) caso as datas propostas estivessem já ocupadas, verificariam a
compatibilidade entre os dois acontecimentos ( através dos horários, tipo de
evento e duração respectiva ).
Em caso de incompatibilidade, prevaleceria a ordem de marcação, sendo as
propostas de ocorrências incompatíveis com o calendário já existente
remetidas
de novo aos seus proponentes para reavaliação e proposta de novas datas.
Em casos muito concretos e excepcionais, esta última regra poderia
inclusivamente ser invertida, ou seja, a nova proposta prevalecer sobre um
evento já calendarizado anteriormente, em virtude de situações de força
maior ou
de outra ordem prática.
d) publicação dos acontecimentos agendados no supra referido calendário
através
dos meios propostos anteriormente em 1. C), ( ou outros melhores e mais
funcionais ).
e) divulgação junto das entidades consideradas ajustadas, como órgãos ou
pessoas
com idêntica função no estrangeiro ou a nível internacional, por exemplo.
Depois deste esforço todo, só faltava alguém publicar uma intervenção neste
tópico a dizer que este sistema já existe actualmente.
Também não se perdia nada com isso. Eu ando desesperadamente à procura de
uma
tal ajuda pois... nem todos são simpáticos ao ponto de nos mandarem notícias
sobre o que estão a organizar por esse país fora.
Se pensam que neste jardim, à beira mar plantado, informar-vos sobre o que
por
cá se vai organizando é só ficar debaixo da árvore à espera que os frutos
amadureçam... estão muito enganados !
Um abraço a todos e boas ideias.
73's de Miguel Andrade ( CT1ETL )
IM58js - 38º44'57" N/009º11'26" W
CQ Zone 14 ********* ITU Zone 37
endereço em/adress in www.qrz.com
P.S. Se levar algum tempo a responder-vos é porque estou para fora até ao
início
de Setembro.
Tenham lá paciência... são as merecidas férias.
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Carlos Mourato
Sines
Save the Radio Spectrum! Eliminate Broadband over Power Line.
Salve as frequencias de rádio. Não use a rede electrica para transmitir
dados. O PLC causa fortes interferencias noutro serviços sem voce se
aperceber. Diga não ao PLC.
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