ARLA/CLUSTER: Direitos e deveres de todos os CT
Jorge Santos
nobre.santos netvisao.pt
Quarta-Feira, 31 de Outubro de 2007 - 16:45:39 WET
Pois caro colega Mariano, mas ainda há quem defenda uma maior liberdade,
tal como a total eliminação dos exames, a abertura a todas as
frequências e já agora e porque não o podermos dizer os maiores
disparates que muito bem nos aprouver, foi isto que a Liberdade nos
concedeu.
Acho e mantenho que aquilo que difere um radioamador de um
"radiotelefonista" são os conhecimentos, atitudes, e o gosto que esta
modalidade, tanto nas áreas de estudo e desenvolvimento como na partilha
de informações, nos permite. Um radioamador é no seu conceito um amante
da forma de comunicação via éter e não pode ser comparado a qualquer um
que pelo uso de telemovel ou MSN se pretenda também considerar um
comunicador e como tal um radioamador.
73's de Jorge Santos - CT2JIB
>> Caro Neves, CT3FQ,
>>
>> Os meus cumprimentos.
>>
>> Nunca me manifesto relativamente a questões de concursos, mas neste
>> particular quero dizer que estou de acordo consigo.
>>
>> Em tudo, existem além dos direitos, também os deveres, e eu pergunto?
>> - quais são eles (direitos e deveres dos CT2 ou CT1 ou outros) e se
>> os sabemos e queremos cumprir, julgo que não.
>>
>> Considero mesmo que, pior do que o rigor e a qualidade dos exames,
>> que é manifestamente baixo, foram os milhares de passagens
>> administrativas (sem nenhum incentivo pedagógico ou sequer cívico)
>> que resultaram na «qualificação» de pessoas, para práticas das
>> radiocomunicações, que nunca souberam exercer.
>> Para além de falarem e mal ao microfone (de temas que não quiseram
>> aprofundar nunca) não souberam fazer mais nada, daquilo que afinal é
>> a multidisciplinaridade do Radioamadorismo, na sua excelência e
>> essência fundamental, que faz muitos anos, deixou de ser considerada
>> em Portugal, e noutros países, nomeadamente na vizinha Espanha, que
>> nesse aspecto, é uma verdadeira praga do comércio de concursos e
>> troféus.
>>
>> O resultado, é o presente grau de elevação e de «competências» a que
>> hoje assistimos nas faixas de frequência do serviço de amador e
>> amador de satélite. Mas as entidades oficiais, em particular na União
>> Europeia, EUA e Japão, já entenderam essa questão e estão a começar a
>> inverter a situação.
>>
>> Tanto mais grave, é o facto de que nem o movimento associativo é
>> capaz o suficiente, para promover essa qualificação e treino
>> tecnológico fundamental à cultura de ciência (que não promove) e que
>> é afinal a génese do Amador de Rádio e do Radioamadorismo, o que
>> fazem em geral a maioria associativa é o exercício regular e
>> continuado de concursos e mais concursos despidos desses graus de
>> conhecimento técnico, saberes fundamentais a quem quereria afinal
>> explorar essas ligações radioeléctricas, de forma tão elevada, e que
>> naturalmente estão além e acima do mero falar e gritar com entusiasmo
>> a um microfone, não conseguem fazer mais nada, nem mudar muitas vezes
>> uma ficha coaxial, pois além desses temas técnicos, já nem as
>> capacidades funcionais querem saber exercer e treinar, uma verdadeira
>> questão cognitiva de saber-saber, saber-fazer e saber-estar.
>>
>> Tudo isto é um assunto a que o Estado não foi alheio nestes últimos
>> 30 anos, relativamente a más políticas quer de Juventudes, quer de
>> promoção da Cultura da Ciência e da Tecnologia em Portugal, factores
>> determinantes de elevação dos saber e conhecimento de um Povo e de
>> qualquer Nação, designadamente, do país e do povo mais pobre e menos
>> qualificado da União Europeia, que são infelizmente os portugueses e
>> Portugal.
>> Ajustar por cima, nunca foi mal, o pior é que nisto em em quase tudo
>> nós alinhamos é por baixo.
>>
>> Tudo foi afinal uma questão de prioridades e desígnios Nacionais a
>> que todos nós, amadores, associações e administração central e local,
>> deveríamos dar acolhimento e atenção, mas preferimos o mais fácil e
>> fantástico, por isso somos aquilo que de facto conseguimos ser...,
>> nem mais nem menos, os factos estão aqui mesmo!
>>
>> Uma particularidade da excelência do Radioamadorismo, é que a sua
>> prática passa por todas as disciplinas técnicas e até sociais,
>> recreativas e culturais de interesse e serviço público, além de um
>> verdadeiro operador de rádio ter de dominar uma multiplicidade de
>> disciplinas, que vão da propagação às antenas, das linhas de
>> transmissão à energia, e a cada um dos parâmetros das mais rigorosas
>> especificações técnicas de um qualquer sistema de radiocomunicações,
>> analógicas e ou digitais, capaz de ser colocado a funcionar com
>> eficácia em qualquer uma dessa faixas de frequência que estão entre
>> os tais 137 kHz e 47 GHz.
>>
>> 73, Mariano, CT1XI
>>
>>
>>
>> ----- Original Message ----- From: "ct3fq" <ct3fq ct3team.com>
>> To: "Resumo Noticioso Electrónico ARLA" <cluster radio-amador.net>
>> Sent: Tuesday, October 30, 2007 8:18 PM
>> Subject: Re: ARLA/CLUSTER: direitos dos "CT2's"
>>
>>
>>> Caro António Matias,
>>>
>>> Permita-me corrigir a sua idea "será que vamos ter uma banda do
>>> cidadão desde os 137,5KC até 47Ghz?" para "temos uma banda do
>>> cidadão desde os 137KHz até 47GHz!"
>>>
>>> Imagina qual a percentagem de Radioamadores que conhece sequer a
>>> lei de ohm (V=RI) ?
>>>
>>> É triste mas é verdade. Todos sabemos que os exames de Amador em
>>> Portugal são um atentado à inteligência. A maioria dos examinados
>>> "decorou" as respostas e muitos utilizaram o truque da "moeda ao
>>> ar". Não afirmo isto de animo leve, tenho um amigo que é licenciado
>>> em sociologia, ou seja, nunca viu, ouviu, ou sequer soube o que era
>>> electronica, telecomunicações e muito menos conhece radioamadores (
>>> ainda bem). Por curiosidade, e a meio de algumas cervejas, pedi-lhe
>>> para responder a quatro exames da B que eu tinha no QTH, e como
>>> era esperado, ele obteve mais de 60% em três deles, e 83% noutro.
>>>
>>> Sei que corro muitos riscos em afirmar que a maioria dos
>>> radioamadores são analfabetos, e que apenas por força das
>>> circunstâncias sabem carregar no PTT .
>>> A grande verdade é que a maioria sabe onde fica VU7 (Lakshadweep
>>> Islands) mas não sabe sequer detectar um simples curto-circuito, ou
>>> seja, pelo andar da carruagem desconfio que os proximos exames da
>>> ANACOM vão ser apenas sobre Geografia e vamos ter assim, a médio
>>> prazo, grandes DXers e Contesters em Portugal.
>>>
>>> 73/51 ( desculpem o 51, mas foi um vicio que ficou dos meus tempos
>>> de CB)
>>>
>>> Carlos Neves
>>>
>>>
>>>
>>> antonio matias wrote:
>>>
>>>> será que vamos ter uma banda do cidadão desde os 137,5KC até 47Ghz?
>>>>
>>>
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