Re: ARLA/CLUSTER: O futuro está nos SDR-Software Defined Radio...?

Carlos Mourato radiofarol gmail.com
Sexta-Feira, 1 de Junho de 2007 - 18:37:31 WEST


Caro colega Costa
Não tenho duvidas que os SDR estão num ponto de arranque de uma nova maneira
de se comunicar. As placas de som dos computadores, inicialmente criadas
para reproduzir som de ficheiros de audio, foram redifinidas, e hoje em dia
são uma potente ferramenta de tratamento digital de sinais até cerca de
metade da frequencia de amostragem das mesmas. As frequencias intermédias,
outrora na gama das centenas de MHz, ou em MHZ, estão nos equipamentos
equipados com DSP,  a niveis de KHz, o que permite fazer-se o que se quizer
com elas. A esta FI de baixo valor de frequencia, chama-se modernamente
"baseband", ou seja banda base. É claro que tudo isto não passa de termos
inventados pelos técnicos de software, pois na maioria das vezes, são de uma
inteligencia que fico espantado, quando pegam num sinal de determinadas
caracteristicas, e fazem dele o que quiserem, mas como é que aparece esse
sinal, não fazem a minima ideia. Na maioria dos transceptores que conhecemos
com DSP, é aplicado já à muitos anos o principio de funcionamento do SDR, e
não me admira nada o que aparece no mercado em termos de SDRs, pois o que
até agora vi no mercado ou em KIT não passam de receptores monofrequencia,
(normalmente numa frequencia de FI mais usada), e depois em vez do detector
de produto ou discriminador etc, tem apenas uma saida de FI na casa dos KHz,
estes receptores, que mais se podem chamar conversores, nada tem de especial
nem de digital e na maioria das vezes são mesmo circuitos básicos. Excepção
para alguns que possuem incorporado um LO DDS cuja frequencia pode ser
comandada pelo PC, mas isso faz-se com simples integrado, normalmente
um  ADxxxx,, e mais uma vez nada tem de especial.


Concluindo: A evolução, está no desenvolvimento de programas de tratamento
da banda base e na unidade de som dos PC que pode ser configurada de muitas
formas. Quanto aos receptores, pelo que tenho visto, continuam a ser
unidades de RF absolutamente normais, do tipo conversor, e alguns até
bastante "ranhosos".
Não olhes apenas para o tamanho desses "conversores de RF", porque para
teres o tamanho real da máquina tens que juntar o PC a fonte de alimentação
e muitas vezes um préselector de RF de qualidade.
O digital é muito bonito, mas por enquanto é ainda um complemento (ou
extensão) do analógico, e não ao contrário.

73 de CT4RK

Deserto Ocidental



Em 01/06/07, João Gonçalves Costa <joao.a.costa  ctt.pt> escreveu:
>
> Prezados Colegas,
>
> Depois de ler algumas dezenas de opiniões de radioamadores que tiveram
> presentes na ultima Dayton Hamvention 2007, um tema parece consensual na
> maioria das analises; os SDR-Software Defined Radios vieram para ficar e
> dentro 5 anos, para alguns, o mercado dos transceptores e receptores será
> totalmente diferente do que é hoje.
>
> Alias, estavam a ser vendidos Kits de receptores a 8 Dólares e
> Transceptores a 30, com software gratuito incluído.
>
> As conferencias sobre o tema foram das mais concorridas, pois existe um
> grande desenvolvimento e envolvimento ao nível dos amadores com inovações
> mais do software que do hardware. O Ham Rádio Deluxe 2007 é disso um
> excelente exemplo e gratuito.
>
> Escrevia um colega americano, que se vive hoje, nesta área, um
> pioneirismos muito próximo do que existia nos anos 60 do século passado,
> quando muitos amadores apresentavam muitas inovações que acabaram por ser
> utilizadas pelos grandes fabricantes posteriormente.
>
> Hoje, ao que parece, o campo a desenvolver já não é tanto o hardware
> analógico pois chegou-se a um impasse, onde para se melhorar um pouco é
> preciso investir vários milhares. As hipóteses oferecidas pelos SDR são
> imensas e por 1/10 ou 1/100 do custo.
>
> Pode-se criticar, mas quando vimos equipamentos do tamanho de um maço de
> tabaco "all mode" e comunicações de dados possíveis a -25 dB`s abaixo do
> nível de ruído algo se passa, nunca antes possível.
>
> Por definição e simplisticamente um SDR é composto pelo menos por duas
> partes:
>
> - um circuito conversor de frequência em quadratura (hardware), que
> converte a frequência do sinal RF a ser recebida, para uma frequência
> intermediária FI suficientemente baixa para poder ser processada por uma
> placa de som de um computador ou outro conversor A/D (analógico / digital)
> adequado, com dois canais, chamados I e Q.
>
> - um programa de computador (software) que permite processar
> matematicamente os sinais I e Q vindos do hardware e digitalizados pelo
> conversor A/D da placa de som. Esse software realiza a combinação matemática
> adequada dos sinais I e Q de modo a rejeitar a frequência imagem indesejável
> existente na conversão de frequência e em seguida, efectua a desmodulação do
> sinal...
>
> Será que o fim do analógico está próximo....? Provavelmente.... os nossos
> filhos e os nossos netos jamais sentiram o encanto do crepitar de um
> receptor a vavulas numa noite fria de Inverno, pelo menos a mim, já ninguém
> me tira esse prazer.
>
> Bom Fim-de-Semana.
>
> João Costa
> CT1FBF
>
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