ARLA/CLUSTER: A recepção do futuro é já hoje....
João Gonçalves Costa
joao.a.costa ctt.pt
Quarta-Feira, 24 de Janeiro de 2007 - 20:42:31 WET
Prezados.
Com a comercialização pela RFSPACE http://www.rfspace.com/index.html do SDR-14(tm) Software Defined Receiver & Spectrum Analyzer a aproximadamente $ US 1.000 dólares e do SDR-IQ(tm) Portable Software Defined Receiver & Spectrum Analyzer a não muito mais de $ US 475 dólares, alias a serie reservada para promoção foi enviada a um grupo restrito de compradores a 375 dólares e que serviu de teste final de aceitação ao produto, está aberta definitivamente a porta a um novo conceito de Dexista (radio-escuta ou SWL- Short-Wave Listener, como vulgarmente são conhecidos no nosso meio ).
Acho, sinceramente, que a maneira de escutar, diria antes, visualizar os sinais, utilizando estes novos equipamentos vai modificar grandemente a maneira de registo e analise das emissoras, pelo menos para os dexistas que se dedicam seriamente a esta actividade.
Um exemplo disto foi a mais recente DXpedition a Lemmenjoki, LEM239, que decorreu entre 27 de Dezembro de 2006 e 5 de Janeiro de 2007 utilizando na sua maioria os SDR-14. Estes equipamento, aliados PC`s portáteis, com softwares e bases de dados, em que se destaca o gratuito SpectraVue de analise de espectro, com possibilidades de gravação continua para discos de grande capacidade, faz do dexista amador mais parecer um radioastronomo, do que aquele sujeito que pacientemente com o seu receptor vai rodando o dial e anotando o SINPO emissora a emissora.
Tudo aquilo é feito automaticamente, onde ouvir os sinais têm pouca ou nenhuma importância, pois tudo se resume fundamentalmente no processamento matemático dos espectros captados realizado pelos computadores. No fim, é o computador que apresentando a imagem do espectrograma define se ali existe alguma informação útil ou tudo não passou de ruído ou interferências.
Agora, será que isto é dxismo...? sinceramente não sei, mas por enquanto o meu gosto vai mesmo para o tradicional, muito embora reconheça que aqui estão á disposição do dexista em geral algo que somente os profissionais e especialistas tinham acesso á bem pouco tempo.
Em resumo, é possível que todo o conceito e a maneira de agir se vá modificar definitivamente. É um pouco como aconteceu com a astronomia profissional, onde muito raramente existe um astrónomo a observar um corpo celeste pela ocular do telescópio.
Um exemplo:
Assisti conjuntamente com alguns dos presentes neste fórum a uma excepcional conferencia dada pelo nosso colega Luís Cupido-CT1DMK no colóquio promovido, primorosamente organizado e superiormente dirigido pela ARR - Associação de Radioamadores do Ribatejo no ano transacto na Biblioteca Municipal de Almeirim e que tinha como tema " Radioamadorismo em Portugal - Que Futuro?"
Como se recordam, o Luís Cupido é o "radioamador" ( acho que o Luís é muito mais do que tudo o que a palavra pode encerrar) e que detém o merecido recorde absoluto de DX a nível mundial, conseguindo escutar (eu diria antes, visualizar, pois no fim é muito mais disso que se trata) um sinal de rádio proveniente da sonda espacial Voyager 1 que emitia com aproximadamente 3 W (é exacto, três watts) na frequência de 8,4 GHz e que navegava a 14,7 biliões de quilómetros de distância da Terra. Para se ter a noção, se é possível aqui aplicar esse termo, a Voyager 1 estava a só 3 vezes mais longe do nosso planeta do que Plutão e tecnicamente também convém dizer que a estabilidade que se exige a um sistema desta natureza a esta frequência é de tão somente 1 Hz.
Como se pode, imaginar, se é possível imaginar,«o sinal não está quieto pois tem a variação doppler correspondente, portanto há que manter um sinal que não se vê dentro de uma largura de banda de 4Hz apenas, para que depois de 900 a 3600 segundos (1 hora) se possa medir o que o sinal contém de informação» conforme nos disse na altura CT1DMK.
Será isto Dexismo...?
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73 de:
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João Costa
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Almada - PORTUGAL
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