Re: ARLA/CLUSTER: Sobre a nova legislação
Salomao Fresco
sal.fresco gmail.com
Quinta-Feira, 11 de Janeiro de 2007 - 13:16:50 WET
Olá a todos!
Caro Mourato, numa só palavra: Excelente!
Puseste "no papel" aquilo que a maioria de nós pensa!
Um abraço
On 1/11/07, Carlos Mourato <radiofarol gmail.com> wrote:
>
> Carissimos colegas
> Depois de ler todas as vossas mensagens, remeto a minha opinião para o
> anterior mail que mandei sobre este assunto. Na realidade o que eu escrevi
> parece uma compilação do que acabaram de escrever. Assim, concordo com
> quase
> tudo o que foi dito por todos. Felizmente parece que estamos a dar alguns
> timidos passos no sentido do espirito de responsabilidade que nos cabe
> como
> amadores de radio, e principalmente como seres sociaveis e coerentes.
> Tambem
> eu , como o Mariano, nunca fui CB, mas nem por isso deixo de referenciar
> que
> de lá vieram bastantes colegas que hoje são amadores de radio com uma mais
> valia muito superior a alguns que ja andam nas bandas de amador à muitos e
> muitos anos e que tambem nunca foram CBs. Como muito bem diz o CT1XI e tal
> como eu afirmei no meu anterior mail, não são as frequencias que são boas
> ou
> más, mas sim os utilizadores das mesmas. Cada frequencia tem a sua
> utilidade, os seus misterios e encantos! Cabe a cada um de nós, decidir se
> se interessa em descubrir, mais alem dos horizontes que se lhe deparam!
> Assim, temos que muitos operadores vieram para as bandas de amador, não
> para
> olharem mais alem, e evoluirem nos seus conhecimentos, mas sim porque
> "dava
> jeito" o VHF e os repetidores para falarem. Quanto a esses colegas nada a
> fazer!!!...Vão continuar a serem limitados nos seus conhecimentos porque
> não
> teem qualquer interesse pelo radioamadorismo, alem dos "dois dedos de
> conversa" de todos os dias. Infelizmente, umas quantas actualizações e
> "mexidas" nas classes de amador, que na minha opinião foram uma autentica
> nódoa negra na actuação do ICP-ANACOM, fez com que alguns operadores,
> possam
> estar hoje na classe "A" sem saberem nada de nada sobre a tecnica
> radioelectrica e (ou) de radiocomunicações. Quero dizer de novo que não
> sou
> a favor de classes elitistas, mas sou muito menos a favor de um só "cesto"
> para todos os ovos. Como foi dito, deverá existir alguma meta sempre mais
> à
> frente que se possa atingir. Isso é motivador da evolução. Quem quer
> chegar
> ao topo deve faze-lo evoluindo!...Sabemos que existem muitos operadores
> em
> Portugal, principalmente na classe "B", que estão à espera sentados, que a
> ANACOM os passe para a classe "A" sem fazerem nada. Felizmente existem
> muitas excepções, e o que acabo de dizer não é a regra. No entanto vejam
> quantos exames foram feitos em 2006 para a classe "B" e quantos foram
> feitos
> para a classe "A". Ja sei que me vão dizer....É o "maldito CW"...pois é!
> eu
> tambem concordo que devia se facultativo, mas quando eu entrei para estas
> lides, o CW era para passar da classe "D" para a "C"...Ou se fazia CW ou
> nem
> se podia operar em ondas curtas!...Só 144MHz ! E nessa altura em 2m
> existiam
> 23 amadores operativos esporadicamente em Portugal. ( Lembra-se
> Mariano?...Do CT1GZ de Castelo Branco?...O Magno..um dos pioneiros do VHF
> em
> PT?...Do CT1MX, do CT1VL, do Santareno CT1LH? ...Ja se escutava tambem o
> CT1DL, e mais um punhado de experimentadores a que me juntei em 1980 ),
> Que
> dizer de todo o QRM que fazem à volta do assunto dos classes "B" e classes
> "B" com morse?, Só por não poderem operar em 20m em fonia? Tambem não
> concordo, assim como acho uma "palhçada a Classe "B" e "B" com morse...É
> que
> a maioria dos detentores de licença de "B" com morse não sabe uma unica
> letra de CW!!!...Os que sabem CW na sua maioria estão na classe "A"!
> Vamos sim adaptar a nossa legislação à realidade do seculo XXI!...Concordo
> plenamente com isso, Vamos acabar com o CW, que não tem justificação
> servir
> como prova eliminatória, mas vamos preservar o bom senso e não vamos pelos
> caminhos do facilitismo porque isso dá mau resultado. Os exames deviam
> voltar a ser escritos e não simples boletins de "totolotos", porque isso
> contribuia para um conhecimento do caracter do examinado que podia expor a
> suas ideias por palavras diferentes das respostas "pre´-fabricadas". Em
> ultima análise, um dos maiores problemas do radioamadorismo em si, e em
> muitas mais coisas do nosso dia a dia, e nos dias de hoje, não é mais do
> que o défice de caracter humano, de educação e de sentimento social que
> muitos operadores apresentam. Claro que não estou a chamar nomes a
> ninguem,
> e sei que isso é fruto de uma sociedade que cada vez mais induz egoismo,
> individualismo, e hipocresia nos seus elementos, É fruto de uma
> descaractrização do ser humano em pról de uma sociedade fechada, de seres
> cinzentos e que mais nada fazem que olhar para o próprio umbigo. Acredito
> que com boa vontade e união, os verdadeiros amadores de radio possam fazer
> valer os seus ligitimos anseios.
>
> 73 de CT4RK
>
>
> 2007/1/9, Mariano Gonçalves <ct1xi sapo.pt>:
> >
> > Meu estimado Carlos Neves,
> >
> > A propósito do seu comentário «só quis frisar que a discussão sobre os
> CBs
> > e
> > «Radioamadores é contraproducente» estou inteiramente de acordo consigo.
> A
> > questão é mais profunda.
> >
> > Tal como você, também eu tive problemas, por não saber.
> > Quando eu me iniciei como amador, fui rádio-escuta durante vários anos
> > (CT0307).
> > E fui escuta, porque podia receber o serviço emissor dos postos de
> amador
> > (radioamadores) através de um aparelho de radiodifusão em ondas-curtas,
> > porque naquela época só se emitia em AM (a esmagadora maioria das
> estações
> > em todo o mundo) e eu nem sequer possuía um receptor de
> radiocomunicações.
> >
> > A minha passagem a amador emissor, foi clandestina.
> > Fiz um emissor sem estar legalizado, e passado cerca de 30 dias fui
> detido
> > e
> > todo o material apreendido.
> > Resta dizer que eu nasci e morava a apenas 1.000 metros do centro de
> > fiscalização radioeléctrica dos CTT, a DSR, em Barcarena. Curiosamente,
> > foram os próprios fiscais da DSR e o director do centro de fiscalização
> > radioeléctrica (o sr. Vardasca) que me apoiaram e ajudaram a ser
> > legalizado.
> > Aquilo era crime.
> >
> > O que quero dizer, é que a maioria daqueles que experimentaram estes
> > domínios do conhecimento, raramente o conseguiram alcançar por vias
> > regulares, mediante enquadramentos escolares, pedagógicos ou apoios dos
> > organismos públicos ou mesmo privados (apoios associativos).
> >
> > A questão da cultura, e a falta dela, resulta das opções pessoais de
> cada
> > um: de quem não se quer valorizar, e daqueles que optam por outras
> > culturas
> > e atitudes. Quanto à educação não comento a falta dela.
> >
> > As entidades oficiais, a administração central, a DSR e o ICP tiveram
> > sérias
> > responsabilidades, naquilo que concerne ao serviço de amador, e do facto
> > de
> > terem facultado passagens administrativas a milhares de pessoas que não
> > estavam, não estão, e, supostamente, nunca se irão qualificar nestas
> áreas
> > tecnológicas e da Rádio, nem como operadores de rádio e comunicações, já
> > que
> > não são possuem qualificações técnicas.
> > Penso que isto responde à sua questão. O resultado é tudo aquilo que
> hoje
> > se
> > observa nas faixas de amador, nas faixas do serviço rádio pessoal (o CB)
> e
> > em todos os lugares, inclusive agora nos PMR ou LPD em UHF.
> >
> > Existiram fortes lobbys entre directores e grupos infiltrados na REP e a
> > própria DSR, para fazerem passar a classes onde era exigida a
> telegrafia,
> > promovendo radioamadores que nunca souberam a prática da telegrafia nem
> > técnica. Designadamente de grupos de amadores fortemente ligados a
> > concursos
> > e diplomas de DX (porque disso precisavam). Claro que atrás desses
> > amadores
> > foram milhares de outros, com ou sem interesse de possuir uma
> qualificação
> > que não tinham, mais grave, onde o Estado comprova que essas pessoas
> são:
> > «qualificadas para a prática da telegrafia por código de Morse».
> >
> > Compreendo a posição da actual direcção da ANACOM; e penso que estarão a
> > tentar corrigir todos os erros que foram cometidos durante estes últimos
> > 30
> > anos, incluindo o da qualificação administrativa e a ausência de
> > qualificação técnica.
> >
> > Um dia destes temos de ir beber umas ponchas, eu tenho cá o mexelhete.
> >
> > Um abraço amigo,
> >
> > Mariano
> >
> >
> >
> > ----- Original Message -----
> > From: "ct3fq" <ct3fq ct3team.com>
> > To: "Resumo Noticioso Electrónico ARLA" <cluster radio-amador.net>
> > Sent: Monday, January 08, 2007 9:09 PM
> > Subject: Re: ARLA/CLUSTER: Sobre a nova legislação
> >
> >
> > >
> > > Caro Mariano, penso que não me está a atirar pedras.:-)
> > >
> > > Que fique esclarecido que eu fui CB pirata (o crime já prescreveu!) e
> > > isso não me perturba nada.
> > > Eu Tinha 14 anos (1976) e utilizava o CB como os miúdos de hoje
> > > utilizam o Messenger na Internet. Queria lá saber de tecnologia!
> Aquilo
> > > servia apenas para falar, para namorar, para chatear os taxistas e
> > > fugir ao jipe dos Serviços radioelectricos! Rebelde? Sim... Que
> esperar
> > > dum miudo de 14 anos? Que conhecesse as leis de Maxwell e o vector
> > Poynting?
> > >
> > > Uma certeza tenho: Se eu nunca fosse CB, nunca seria radioamador!Como?
> > > Nem sabia que existiam!
> > > A comunidade CB da altura tinha piada, e a titulo de curiosidade,
> > > informo-o que o primeiro aparelho de SSB da Madeira pertenceu ao,
> agora
> > > CT3BX, (era um Tokay de 23 canais) e nós gozavamos dele "porque o
> radio
> > > tinha a modulação estragada e não se percebia nada do que ele dizia".
> > > Esta era a geração CB Madeirense da altura! É condenável?
> > >
> > > Caro Mariano, que fique também esclarecido, que concordo consigo sobre
> > > os radioamadores cada vez mais incultos (não confundir cultura com
> > > educação) . Mas de quem é a culpa? Não será nossa? Dos mais velhos que
> > > ignoraram e desprezaram completamente as novas gerações da altura? Da
> > > ANACOM que para se livrar dos CBs, facilitou os exames de amador?
> > >
> > > Caro Mariano, conheço radioamadores que nem sabem qual a cor do
> > > positivo duma fonte de alimentação!É triste?
> > > Mais! Conheço um CT3 que quando lhe disseram que a estação precisava
> de
> > > terra foi buscar um cântaro de flores. Cómico? Hilariante?
> > >
> > > No meu post anterior, só quiz frisar que a discussão sobre os CBs e
> > > Radioamadores é contraproducente! Nada mais...
> > >
> > > As minhas desculpas se entendeu de modo diferente...
> > >
> > > Um Abraço.
> > >
> > > CT3FQ
> > > Carlos Neves
> >
> >
> >
> >
> >
> > _______________________________________________
> > CLUSTER mailing list
> > CLUSTER radio-amador.net
> > http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
> >
> >
> >
>
>
> --
> BPL/PLC ......No thanks!!!
> Best 73 from:
> regards from:
> CT4RK
> Carlos Mourato
> Sines - Portugal
>
> -----------------------------------------------------------
> Este e-mail destina-se a fornecer informações de utilidade para os
> destinatarios referidos, e não poderá ser considerado SPAM.
> Se não desejar receber mais informações deste emissor, responda a este
> mail
> com -REMOVER- no campo "ASSUNTO", ou bloqueando o emissor deste mail, nas
> suas configurações de privacidade.
> Esta mensagem está de acordo com a legislação Europeia sobre o envio
> de mensagens (Directiva 2000/31/CE do Parlamento Europeu; Relatório
> A5-0270/2001 do Parlamento Europeu).
> _______________________________________________
> CLUSTER mailing list
> CLUSTER radio-amador.net
> http://radio-amador.net/cgi-bin/mailman/listinfo/cluster
>
--
Cumprimentos
Salomão Fresco
CT2IRJ
If it works... dont fix it!
Mais informações acerca da lista CLUSTER