Re: ARLA/CLUSTER: Notas sobre a organização dos indicativos
Francisco Costa, CT1EAT
listas_ct1eat sapo.pt
Domingo, 29 de Abril de 2007 - 00:53:07 WEST
Caro Mourato
Li com atenção a sua proposta mas, parece-me, que no essencial
adere ás teses do CT1FFU:
- divisão administrativa que inclui Açores e Madeira
- prefixo em função da classe (se bem que exista uma variação)
- manutenção do sufixo, de classe inferior a superior.
Portanto, a meu ver, a sua proposta apenas acrescenta algo na
parte de balizas e repetidores (que propositadamente deixei em
aberto na minha proposta).
Como é público, não concordo com o CT1FFU e, naturalmente,
também não concordo consigo. Vou tentar explicar porquê.
Como eu afirmei no início da minha proposta, reconheço que ela
não é coerente. Esboço uma regra (prefixo por zona), mas admito
excepções (Açores e Madeira).
Mais importante que serem entidades DXCC diferentes de CT,
para mim releva o facto de serem regiões com autonomia administrativa.
Logo, reconheço-lhe o direito de se organizarem na sua região.
Por outro lado, CT3 é o indicativo histórico da Madeira (que eu saiba
nunca teve outro). Alterá-lo, a meu ver, seria um erro crasso.
Quanto aos Açores, desconheço o impacto da alteração de CT2
para CUx. É certo que terá havido descontentamento, mas globalmente
foram beneficiados (com um prefixo único por ilha). Suponho que
não estão descontentes com o actual sistema, pelo que, alterá-lo
seria outro erro.
Quanto aos prefixos no continente, mais coisa menos coisa,
estamos todos de acordo. O ponto de discórdia é o prefixo CQ.
Afirma o CT4RK:
> Existe um critério para ter escolhido o CQ para amadores da classe "C",
> que
> se prende com o facto de só poderem operar em VHF e UHF, onde pouco se usa
> fazer uma chamada geral (CQ), e desta forma haver poucas possibilidades de
> uma estação estrangeira poder confundir o indicativo com uma chamada
> geral.
Isto é verdade se os operadores de classe C apenas usarem os
repetidores nacionais e fizerem QSO locais. No entanto nada os impede
de operar satélite, fazer dx em VHF (esporádicas, MS, EME, etc.).
Portanto, nem necessito usar outro argumento que não o vosso. Esse
prefixo é manifestamente inadequado a ser usado em QSO, razão pela
qual no meu projecto o escolhi para estações não assistidas (balizas,
repetidores, etc.)
Por último, os sufixos. Que pensa o Mourato?
> O critério de atribuição do sufixo seria, e como já foi dito por outro
> colega, pela antiguidade, começando para cada numero (região) em AA e
> terminando em ZZZ . Neste caso, os indicativos de 3 letras seriam muito
> menos, visto que os indicativos com 2 letras, AA a ZZ, poderiam coexistir
> mudando apenas o numero regional, como por exemplo CT4RK e CT7RK.
Penso que não leva a mal se eu disser que há aqui uma grande contradição,
que podia descambar numa confusão sem precendentes.
Neste particular, acho que não pode haver dúvidas: ou se é por um sistema,
ou se é pelo outro. Jogar com uma dupla, não!
Chama-se a terreno os EA8, que todas as ilhas que compõem o arquipélago
Canário usam o mesmo número, mas quando toca a trocar de sufixo, vale
tudo para manter o mesmo, mesmo que sejamos a excepção mundial
(não conheço nenhum outro país que tenha prefixos cativos, na expectativa
de um dia o radioamador mudar de categoria).
Pois eu, tendo a firme convicção que a esmagadora maioria dos CT está
contra mim nesta questão, advogo com "unhas e dentes" a sua mudança,
precisamente por ser este o maior entrave ao processo de troca de
indicativos.
Enquanto todos pensarem que um sufixo é como um pseudónimo,
que vale tanto ou mais que um nome, cuja memória perdura além da própria
morte, não há projecto de mudança de indicativos que resista.
73 F.Costa, CT1EAT
www.qsl.net/ct1eat
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