FW: ARLA/CLUSTER: Plano de Banda para os "ECHOLINKS"

Roland Gonçalves Gomes Roland.Goncalves oni.pt
Sexta-Feira, 20 de Abril de 2007 - 10:40:34 WEST


 Estimado CT1EAT



Caros colegas

> Falemos em PLANO de ATRIBUIÇÃO de FREQUÊNCIAS, versus Recomendação 
> IARU !!
> Pois bem, dentro da legalidade imposta pelo regulador nacional 
> continuo a utilizar as Frequências legisladas pois é por ai que tenho 
> que me orientar, caso contrário estaria a incorrer numa falta perante 
> a soberania do estado Português.

Sem dúvida. Só que a questão não pode (não deve) ser colocada de uma forma tão simplista. Como disse anteriormente a um colega assíduo desta lista, não podemos olhar apenas para o nosso umbigo...
Vamos analisar a questão por partes.

 - Ninguém tentou abordar a questão de uma forma simplista, apenas fiz um reparo perante a soberania do estado Português, do qual faço parte e pago as minhas contribuições, e como tal volto a frisar " É soberano ", se o regulador Português está desajustado dos regulamentos recomendados, internacionalmente então terá que ser feita uma chamada de atenção, coisa que até agora não me parece que tenha acontecido.


Em primeiro lugar há que entender que legislação nacional e as normativas da IARU tem natureza diferente. As primeiras são de cumprimento obrigatório, cuja violação pode implicar uma sanção (coima, cancelamento da licença, etc.).
Por outro lado, as segundas são apenas um dever de qualquer radioamador esclarecido, e plenamente integrado numa comunidade mais alargada, que transcende as fronteiras do próprio país, facultativas, portanto.

Em segundo lugar, é necessário perceber que a função da legislação nacional, é tão somente transpor para o ordenamento nacional, as normas de tratados internacionais a que o nosso estado livremente aderiu. É o caso da Convenção Internacional de Comunicações, e do célebre Regulamento das Radiocomunicações (RR), que todo o rádio amador deve conhecer.
Por outro lado, Portugal é membro de organizações internacionais que debatem estas questões, como é o caso da UIT, União Internacional de Telecomunicações. É esta entidade que promove as conferências WARC, certamente conhecidas de todos. O que se faz nestes encontros é, essencialmente, dividir (diria até retalhar) o espectro de frequências pelos diversos serviços de radiocomunicações, procurando conciliar todos os interesses (comerciais e não comerciais).
Posteriormente, dentro de cada um desses segmentos, de acordo com as normas internacionais, cabe ás entidades reguladoras de cada país (o ICP-ANACOM, no nosso caso), determinar os diferentes modos de transmissão aceites, e quais os sub-segmentos que devem ser usados.
Por último, a IARU, organização composta exclusivamente por radioamadores, de acordo com as leis de cada estado membro, vai "arrumar" as diferentes modalidades de operação, de acordo com os interesses de todos ou, ao menos, da maioria.

Portanto, uma coisa não se sobrepõe à outra: complementa-se.
Isto é, as normas da IARU devem complementar a legislação nacional, e não o contrário.

Em terceiro, e último lugar, há que ver que as questões de radiocomunicações não dizem apenas a um determinado território (um país, por exemplo), simplesmente porque não se podem ser confinadas a esse espaço geográfico.
Portanto há que ver o problema numa escala global.


- Por fim Porque não apresenta tudo o que escreveu ao nosso Regulador ?!?!?

Seja um dos primeiro a dar o passo para a uniformização dos regulamentos e legislações !!!!!

Como já lhe disse uma vez volto a dizer até regulo-me pela legislação nacional, foi com base nela que efectuei o exame "É apenas uma questão de Opção".



---------------------------------------------------------------------------------
| Resumindo, na minha perspectiva, devem ser observadas prioritariamente
|
| as regras da IARU, sempre que as mesmas não colidam com as leis nacionais!
|
----------------------------------------------------------------------------------


> Assim sendo não seria mais sensato pressionar a ANACOM no sentido de 
> uniformizar o plano de Atribuição de Frequências ? Onde já muita coisa 
> muda ?!?!?!?!

Pessoalmente acho que, num universo de radioamadores responsáveis (e estou piamente convencido que a esmagadora maioria o é), acho que a legislação deve ser o mais ampla e ambígua quanto possível.
Para quê? Para, dentro dos limites fixados na lei, possa permitir o avanço da técnica sem frustrar, diria mesmo castrar, aquelas que são as legitimas aspirações dos radioamadores.


> Muito obrigado pela vossa atenção espero receber criticas 
> construtivas, não destrutivas.

Espero não o ter desapontado.

73 F.Costa, CT1EAT
www.qsl.net/ct1eat



-----Original Message----
From: cluster-bounces  radio-amador.net
[mailto:cluster-bounces  radio-amador.net] On Behalf Of Carlos Neves (CT3FQ)
Sent: quinta-feira, 19 de Abril de 2007 11:12
To: Resumo Noticioso Electrónico ARLA
Subject: Re: ARLA/CLUSTER: Plano de Banda para os "ECHOLINKS"

Bom dia João,

Penso que a análise à  problemática dos "echolinks" - cujo funcionamento não tem nada a ver com radioamadorismo - deve ser mais generalista e pensada. Na minha opinião o problema não se resume a escolher a melhor frequência para que o "echolink" não chateie os radioamadores.

Penso que   antes de tudo, deve-se pensar no global e, por exemplo,
começar por obter respostas  às  seguintes questões:

1) Permitir os "echolinks" e não permitir os links entre repetidores não é contrasenso da ANACOM? Qual é a diferença?
2) Não permitir a ligação entre a rede telefónica pública  (phone patch) e os radios, e permitir o "echolink"?  Um é digital e outro é analógico?
E se for por GSM?


Tenham dó! Ou autorizam tudo, ou mandem os "echolinks" para os 24GHz!


E para terminar :  - o mais engraçado  disto tudo é  saber que o meu
colega   CT3??  conseguiu um  "Echolink DXCC"  :-)
e  já agora proponho-vos  o "Skype DXCC", o "Messenger DXCC", o "VoIPBuster DXCC" !

73
CT3FQ

Carlos Neves

João Gonçalves Costa wrote:

>Prezados Colegas.
>
>Penso que seria de todo o interesse começar-se a discutir um Plano de 
>Banda para a instalação em Portugal dos Echolink (Internet Voice 
>Gateway) e para que de uma vez por todas não se assista á  proliferação 
>selvática de Echolink "pessoais" em especial em VHF em frequências que 
>nunca deveriam ser utilizadas para esse efeito. Existem ou já existiram 
>echolinks a trabalhar em 144.300 MHz ou em 145.500 MHz, para se ter uma 
>ideia, pois como sabem estas frequências são recomendas para outros 
>fins pela IARU-Região I à décadas.
>
>Por uma  breve pesquisa concluiu-se que pelo menos duas organizações da 
>IARU-REGIÃO I, a DARC-Deutscher Amateur-Radio-Club  e a RSGB-Radio 
>Society of Great Britain contemplam  nos seus Planos de Bandas 
>frequências para este novo sistema de comunicação á disposição dos radioamadores.
>
>Por sua vez, a IARU-Região I num seu documento datado de Março de 2007, 
>consultavel em: http://www.iaru-r1.org/Newsletter_45.pdf dava conta da 
>discussão tida em Viena no "Meeting" de 24 e 25 de Fevereiro onde o 
>tema foi abordado; documentos B19 e B25, e onde se pretende um consenso 
>na definição futura de segmentos ou frequências tanto em VHF como em 
>UHF destinadas a este modo de comunicação.
>
>A DARC define duas frequências em VHF; 144.962,5 MHz e 144.975 
>MHz(canalização de 12,5 KHz) http://www.darc.de/vus/daten/2m.pdf e  
>quatro frequências em UHF; 432.800, 432.825, 432.850 e 432.875 
>MHz(canalização de
>25 KHz) http://www.darc.de/vus/daten/70cm.pdf como sendo o recomendado 
>para a instalação destes equipamentos.
>
>A RSGB define um sem numero de frequências  espalhadas tanto em VHF 
>como em UHF para a implementação destes dispositivos, ver em:
>http://www.feldhellclub.org/rsgb%20band%20plan%203.pdf
>
>Existe, no entanto, informalmente, uma discussão em alguns países que 
>deixaram de ter repetidores com desfasamento de 1,6 MHz em UHF para que 
>se utilizem os canais de saída destes ex-repetidores, como segmento de 
>banda em UHF para os "Echolinks". Assim, está a sugerir-se que se 
>utilize esta faixa "vaga" no Plano de Banda da IARU - Região I,  para a 
>instalação dos Echolinks entre 434.600 a 434.975 MHz  com uma 
>canalização de 25 KHz, principalmente devido ao elevado numero de 
>possíveis instalações e principalmente para que estejam concentrados 
>todos num segmento especifico na Banda de 70 cm e não dispersos.
>
>Como sabem, em Portugal, e por proposta da ANACOM os "Echolink 
>"integrados futuramente nas estações de uso comum, conhecidas e somente 
>licenciáveis como as estações dos clubes ou associações, por exemplo, 
>ficaram restritos á Banda dos 70 cm  e não serão permitidos 
>repetidores, ou seja, cada ligação será apenas composta por um 
>equipamento transceptor, uma antena e obviamente um PC ligado á 
>Internet. Nesta parte, a LART - Liga de Amadores de Radio Transmissões 
>que se tem destacado nesta área e que difunde duas conferencias, sendo 
>a principal a Lusofona, tem a maior parte dos seus Echolinks já em UHF a partir de 434.500 MHz para cima.
>
>Em Portugal e devido ás interferências  dos LPD`s  está a utilizar-se a 
>frequência de 434.500 MHz ao invés de 433.500 MHz para Chamada Móvel (Freq.
>de chamada em Concursos em FM).
>
>Na minha modesta opinião penso que a "terceira via" entre 434.600 a 
>434.975 MHz com uma canalização de 25 KHz seria a mais adequada de modo 
>a poder albergar num só segmento as múltiplas conferencias difundidas 
>por este meio e que hoje "selvática"  e descontroladamente pululam nas 
>bandas ao belo desígnio individual.
>
>Gostaria de ter a vossa opinião sobre o tema.
>
>João Costa
>CT1FBF
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