ARLA/CLUSTER: "Ringkasting" / Radiodifusão.

Carlos L.R. de A.Gonçalves carlos-relvas sapo.pt
Quarta-Feira, 20 de Setembro de 2006 - 22:41:49 WEST


Ora ainda bem que surgiram reacções aos escassos itens (e não "items", como 
muita gente parece inclinada a dizer) que apontei!

Pego pelo último lido, precisamente do Colega Carlos Mourato, c/ quem 
concordo em absoluto quando denuncia, e bem, as muitas asneiras nas 
traduções de manuais (todos temos em casa aberrações dessa natureza).  Sabe, 
pecar por uma certa imprecisão parece ser característica neste rectângulo, 
daí a conversão atabalhoada dos textos, mas creia que há muitos exs. de 
conversões incorrectas que vêm já de fora, não foram "cozinhadas" cá.

Ainda estive tentado a ir mais longe nesse m/ escrito de desabafo e crítica 
pedagógica: teriam sido precisamente exs. de termos coincidentes c/ os que 
menciona: "team", "outsourcing", "briefing" e outros anglicismos de que 
muitos tanto gostam... para quê?

Tradução de manuais.   Admito a dificuldade de muitos em lidar c/ termos da 
n/ língua, se houver "bombardeio" constante de vocábulos e expressões de 
fora, mas deverão ser justamente indivíduos c/ conhecimento de ambas os mais 
habilitados a traduzir, não alguém que, por melhor que conheça a língua, 
nada entende do que se propõe fazer.

E é quiçá por preguiça, desleixo e falta de interesse que a conversão dos 
termos não é feita, obedecendo a parâmetros de racionalidade linguística e 
técnica.   É por isso que os técnicos são levados inexoràvelmente a usar e 
abusar dos termos alheios.

"Hobby"
O Colega Salomão fresco aponta este termo, e fez muito bem.   Deixa qq. um 
s/ saber, ao certo, se deverá mantê-lo ou adoptar "passatempo."   São, de 
facto, coisas bem diferentes, e, aqui, muitos idiomas não possuem 
equivalente.   "Hobby" não é simplesmente algo para passar tempo, é uma 
actividade em que se tem um gosto especial e à qual dedicados parte do n/ 
tempo e energia; se for p/ passar tempo, que o seja, embora isso seja 
redutor, mas não é esse o seu significado.

Os "tone", "ok" (*), "break", "scanner" (este último faz-me calafrios...), 
"dial", "loop" etc., etc. são mesmo uma tristeza.    A sensação que dá é a 
de que os não-anglófonos parecem simplesmente relutantes, preguiçosos em 
procurar termos equivalentes, e assim vão andando (mal) as coisas.

Idem quanto a essa "língua" que é o "computorês."

*) muitos anglófonos nem sequer conhecem a origem da abrev. "ok", sendo que 
já se trata de uma corruptela do inglês por via de muitos emigrantes, 
sobretudo, de línguas germânicas idos como colonos p/ os EUA.    Semelhante 
a isso, temos o #, autenticamente uma substituição da abreviatª "nr."  fruto 
de colonos analfabetos nos EUA e Canadá.

Finalmente, o regresso à "radiodifusão", desta vez, o comentário do Colega 
João Costa, c/ o qual discordo.   Naturalmente, radiodifusão é termo 
ìntimamente conotado c/ a "difusão via rádio p/ o público": são a mesma 
coisa, tal como "broadcasting" o é há já muito tempo.   Há décadas, porém, 
quando ainda nem se utilizava o termo "radiodifusão", "broadcasting" era 
termo passível de ser aplicado tb. a uma qq. tranmissão utilitária, como a 
emanada de um carro-patrulha da polícia ou de um amador, o que, 
modernamente, não sucede, como sabemos.

Cumprimentos.
Carlos Gonçalves.








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