ARLA/CLUSTER: Ferrites e... "não ferrites"
Carlos L.R. de A.Gonçalves
carlos-relvas sapo.pt
Domingo, 29 de Outubro de 2006 - 22:35:05 WET
Caro João Costa:
Por lapso, passou-me completamente a expedição da msg. infra,
preparada na 6ª-fª, pelo que logo o seu 1º parágr. deixa de ter
razão de ser... mas, se esteve na Feira e observou algo do que refiro,
conte as novidades.
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Pude responder ainda hoje, pelo que aproveito, visto só regressar muito
depois da Feira da ARVM... e, já agora, dado calcular que irá visitá-la,
peço-lhe que dê, por mim, uma espreitadela àquilo susceptível de poder
interessar um DXista - falo de rxs, claro, mas não de coisas assim tão
básicas como to tipo FRG-100 e semelhantes. Creio não me enganar se
disser, à priori, que só por (muita) sorte encontraria algo que captasse a
m/ atenção - mas oxalá esteja enganado!!!
Bom, feito o pedido, pego na sua questão dos exames p/ dizer-lhe que não sei
exactamente a que se refere ao indicar o tal DL, v.g. nº /95, embora
calcule. Se a m/ suposição bate certo, só confirmo o que lhe disse, agora
c/ maior "audiência" - não reconheço ao Estado nem a qq. destas
"entidades-zinhas" o mín. dtº de fazerem c/ o que é nosso quanto ao que se
sabe nessas circunstâncias. Recordo que já durante o período '39-'45,
tanto cá como no ultramar, procuraram fazer o mesmo, inclusive nos raros
casos em que os txs e rxs eram meras instalações p/ comunicações em
propriedades.
Curiosamente, algumas delas, pertencentes a imigrantes alemães radicados por
lá, conseguiram manter-se a operar, estimando-se que tenham sido utilizadas
p/ fins... digamos, menos adequados, mas justificáveis no ponto de vista
deles. Isto e as estações de números estão ligados...
Depois há a outra faceta de que lhe falei, i.e. a nítida hipocrisia do
legislador ao reconhecer - por um lado - a importância da actividade
radioamadorística, conferindo-lhe estatuto de interesse público, coisa que
não se aplicara no passado, enquanto - por outro lado - taxa os equipamentos
como se sabe. A manter a fiscalidade nesse aspecto, retire-se, então, o
estatuto, seja-se mais honesto.
Curiosamente, como observador à distância, noto as lamentações dos
amadores-emissores quanto à falta de articulação em casos de catástrofe e
situações análogas. Ora, se os ditos amadores parecem querer prestar
ajuda, colocando-se à disposição, e - ao que parece - nem sabem bem como,
tal a desorganização, justifica-se tal preocupação, tal empenho da sua parte
face a quem é incapaz mercê de desinteresse, burocracia e outros interesses?
Para quê teimar? Bom, mas os amadores-emissores lá sabem.
Exames. O que tenho notado, e desde sempre, é que a muita da matéria
exigida, mormente a aplicável à actual cat. B, p/ não falar da A, é coisa
"para inglês ver", ou seja, estuda-se, faz-se o exame e tudo acaba aí. C/ a
sofisticação dos equipamentos, qual é o que pode fazer intervenções,
actualmente? Medo da entidade reguladoras/controladora em ter operadores
perfeitamente ignorantes? Mas já os tem! E não é isso que faz um bom
operador. Volto à mesma: há por aí muitos amadores-emissores que foram
parar às actuais categs. B e A por passagem administrativa devido a
reajustes no regulamento e outros pormenores - ou não será?
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Passando às ferrites e "não ferrites", salientaria o seguinte graças ao que
muito que tenho aprendido: enquanto p/ recepção, se opta habitualmente pelo
material ferrite, p/ transmissão, é mais o aglomerado de limalha de ferro,
não a ferrite! Há motivos p/ tal - e estou certo de que, na plateia da ARLA
há quem poderia explicar isto muito melhor do que eu. Já em tempos falei
nisto mesmo ao Colega Miguel Andrade, quando lhe contei que construí uns
transformadores passíveis de funcionar 10-160 m c/ linha de 450 Ohm e
aguentando uma potência superior à do transceptor vulgar, que ronda, pelos
vistos, os míseros 100 watt - se de pico ou não, ignoro. Aproveito p/
sugerir: Amidon T-200-2. Calculando-o p/ o dobro da potência, aplicar 2
núcleos, um por cima do outro.
Agora, c/ a internet, nem é difícil obter as ferrites, apenas - volto a
dizer - será escusado perdas de tempo no mercado nacional, que as tem, mas
mais voltadas p/ outras aplicações.
O cuidado a ter nas encomendas é simplesmente este: não restringir o pedido
a escassos núcleos, caso contrário - e isto depende do custo unitário -
corre-se o risco de recusarem.
Sintonizadores automáticos. O princípio terá surgido nas aplicações onde a
celeridade imperava: as comunicações militares, nem mais. Aqui, a
portuguesa EID foi, e creio que ainda é, uma das empresas do ramo que, entre
outras aplicações, tb. "tratava" disso, dirigido ao exército e, sobretudo, à
armada. Costumo estabelecer um paralelo entre estes sint. autom. e os
comandos das peças nos navios: podem ir ao azimute e ao ângulo de fogo
automàticamente... apenas a regulação das espoletas da munição é doutra
forma.
Os sintonizadores manuais são, digamos, outra "graça", outro deleite.... p/
quem gosta. Seria o m/ caso.
Já utilizei um L inv. de 25 m c/ o transformador "MLB da RF SYSTEMS
(Holanda) e nunca precisei de sinton. de ant.: o desempenho foi simplesmente
formidável: 9 m de altura, sem qsq. obstáculos à volta, tudo limpo, até de
ruído eléctrico... que o mais próxº provinha de uma linha de alta tensão a
ca. de 1,5 km. Aqui, na cidade, a coisa muda de figura.
Esse seu conhecido dono do FRT-7700 deverá manger a peça, que rareia! O meu
é raramente usado no L inv. de 45 m tb. mercê do ruído que induz, mesmo a 12
m de altura: habitações, lâmpadas dos candeeiros públicos, etc. Assim,
este FR-7700 é mais p/ determinados azimutes, freqs. e não é raro ter de
usar o antenuador. Mas, confesso que as demais antenas colmatam as
restantes falhas.
Isto já vai excissavamente longo e enfadonho p/ muitos. Peço desculpa.
73.
Carlos Gonçalves.
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