ARLA/CLUSTER: FW: [Astronovas] RESOLVIDO O MISTERIO DO CICLO SOLAR?

Salomao Fresco sal.fresco gmail.com
Quinta-Feira, 2 de Novembro de 2006 - 21:17:23 WET


Olá a todos!

Excelente informação!
Clarifica muitos aspectos da teoria dos ciclos solares.

Obrigado por partilhar com o Grupo

Um abraço


On 11/2/06, João Gonçalves Costa <joao.a.costa  ctt.pt> wrote:
>
>
>
> -----Original Message-----
> From: astronovas-bounces  oal.ul.pt
> [mailto:astronovas-bounces  oal.ul.pt]On Behalf Of astronovas  oal.ul.pt
> Sent: terça-feira, 31 de Outubro de 2006 19:25
> To: astronovas  oal.ul.pt
> Subject: [Astronovas] RESOLVIDO O MISTERIO DO CICLO SOLAR?
>
>
> ________________________________________________________________
>               Observatório Astronómico de Lisboa
>   Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa
>
>
> RESOLVIDO O MISTÉRIO DO CICLO SOLAR?
>
> O Sol é um corpo dinâmico que atravessa ciclicamente, com um período de
> aproximadamente 11 anos, momentos de intensa actividade e outros de alguma
> tranquilidade. Os ciclos de actividade mais intensa são caracterizados por
> tempestades solares. Estas tempestades têm origem quando os campos
> magnéticos
> complexos do Sol, gerados pelo plasma (gás electricamente carregado) em
> constante movimento, se deformam libertando grandes quantidades de energia
> sob
> a forma de plumas solares ou ejecção de massa da coroa - a camada mais
> exterior
> da atmosfera solar. Esta actividade solar violenta, geralmente ocorre
> perto das
> chamadas "manchas negras", regiões mais escuras da "superfície" solar
> originadas pela concentração elevada de campos magnéticos.
>
> Para ver uma imagem das "manchas negras" solares, consulte:
> http://www.oal.ul.pt/astronovas/estrelas/smag1.jpg
>
> Para ver um video de uma pluma solar, consulte:
> http://www.oal.ul.pt/astronovas/estrelas/smag2.mpg
>
> A compreensão da dinâmica do plasma no interior do Sol é essencial para se
> poder realizar previsões acerca dos ciclos de actividade deste astro.
> Previsões
> detalhadas e correctas dos ciclos do Sol poderão ajudar na prevenção e
> minimização dos efeitos nefastos das tempestades solares. Quando ocorre um
> pico
> de máxima actividade do Sol quase todos os aparelhos electrónicos são
> afectados. As comunicações por rádio são afectadas e as centrais
> electricas
> ficam danificadas. Um satélite em órbita é guiado por um complexo sistema
> electrónico que o mantem no espaço e numa determinada trajectória. Com uma
> tempestade solar intensa, o satélite perderia o seu sistema de orientação
> assim
> como a sua funcionalidade.
>
> Os cientistas sabiam que, de uma forma geral, as correntes de plasma no
> interior do Sol transportam, concentram e auxiliam na dissipação de campos
> magnéticos. No entanto, os detalhes da dinâmica destas correntes eram
> insuficientes para se poderem realizar previsões precisas dos ciclos de
> actividade solar.
>
> Uma nova técnica, designada por "heliosismologia" permitiu aos cientistas
> observar o interior do Sol revelando assim alguns detalhes que vieram
> auxiliar
> na compreensão dos fluxos de plasma. A heliosismologia usa o facto de
> ondas de
> som serem reflectidas no interior do Sol originando assim uma imagem. Este
> processo é semelhante às ecografias realizadas ao interior do corpo
> humano, e
> que nos permite ver por exemplo um bebé antes de este ter nascido.
>
> Com o auxílio desta técnica, foi possível observar que existem dois
> grandes
> fluxos de plasma que governam os ciclos solares. O primeiro actua como um
> tapete rolante de transporte, fazendo com que bem abaixo da "superfície"
> os
> fluxos de plasma fluam dos pólos para o equador. No equador, o plasma vem
> à
> "superfície" e é transportado de novo para os pólos onde se volta a
> afundar e
> se repete o ciclo.
> O segundo ciclo actua produzindo um enrolamento. A "superfície" do Sol
> possui
> uma rotação mais rápida no equador do que perto dos pólos. Como o campo
> magnético solar atravessa o equador de pólo a pólo, este acaba por ficar
> "entrelaçado" repetitivamente em torno do equador devido à elevada
> velocidade
> de rotação nesse local. É este fenómeno que concentra periódicamente o
> campo
> magnético solar, levando assim a picos na actividade do astro rei.
>
> Medições precisas de heliosismologia do primeiro grande fluxo, realizadas
> com o
> auxílio de um instrumento a bordo do observatório solar SOHO, permitiram
> saber
> que são necessários dois ciclos para "encher" com o campo magnético metade
> do
> "tapete rolante", e mais dois ciclos para encher por completo a outra
> metade.
> Devido a este facto, e como o Sol possui ciclos de aproximadamente 11
> anos, o
> próximo ciclo solar depende das características de há 40 anos - o Sol
> possui
> uma memória magnética.
>
> A equipa responsável por este estudo, com auxílio de análises
> computacionais e
> de dados observacionais recolhidos nos últimos 80 anos, concluiu que o Sol
> encontra-se num período de tranquilidade para o ciclo corrente (ciclo 23).
> No
> entanto, existe a previsão de que a acompanhar o início do próximo ciclo
> (24),
> estará um aumento na actividade solar prevista para finais de 2007,
> inícios de
> 2008. A equipa acredita que este aumento de actividade será caracterizado
> por
> mais 30 a 50% de manchas solares, plumas e ejecções de massa. Os métodos
> anteriores previam que este aumento de actividade ocorresse um ano mais
> tarde.
>
> Apesar deste modelo concordar com observações efectuadas, existem no
> entanto
> outros modelos que prevêm uma actividade solar baixa, não tendo sido
> possível
> ainda chegar a um consenso definitivo.
>
> Para ver uma montagem que mostra a variação da actividade solar durante o
> ciclo
> de 11 anos, consulte:
> http://www.oal.ul.pt/astronovas/estrelas/smag3.jpg
>
> Espera-se que este estudo seja aprofundado através de observações em
> detalhe
> que se espera realizar com o lançamento do Observatório de Dinâmica Solar,
> em
> Agosto de 2008.
>
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